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Polêmicas sobre Twitter fazem rede Koo virar app mais baixado do Brasil

Símbolo do app Koo é um passarinho, como o Twitter - Reprodução
Símbolo do app Koo é um passarinho, como o Twitter Imagem: Reprodução

De Tilt, em São Paulo

19/11/2022 13h34Atualizada em 21/11/2022 11h39

As polêmicas envolvendo o Twitter, com alguns dizendo que a rede poderia fechar ou deixar de funcionar dado ao alto número recente de demissões, fez com que o app indiano Koo viralizasse no Brasil e passasse a ter muita adesão entre usuários brasileiros, seja como alternativa à rede social ou simplesmente pela possibilidade incontável de trocadilhos.

Neste sábado (19), o app Koo passou a ser o app gratuito mais baixado nas duas principais lojas de aplicativo do Brasil, a Play Store (do sistema Android, do Google) e a App Store (do iOS, da Apple).

Em resposta a e-mail de Tilt, o cofundador do Koo Aprameya Radhakrishna disse que 1 milhão de brasileiros baixaram o app nas últimas 24 horas. A informação foi dada primeiramente em entrevista ao jornal Extra.

Por ocasião da invasão brasileira ao app, a plataforma fez uma postagem dizendo que nos nos próximos dias o app estará em português, permitindo que "brasileiros publiquem em sua língua e em inglês em uma só tela".

Os três apps grátis mais baixados na Google Play neste sábado, 19 de novembro: Koo, Shein e Tubebox - Reprodução - Reprodução
Os três apps grátis mais baixados na Google Play neste sábado, 19 de novembro: Koo, Shein e Tubebox
Imagem: Reprodução

O post, feito durante a sexta-feira, dizia ainda que os usuários brasileiros estão aderindo ao app em "massa".

Após essa onda de novos usuários, o perfil no Twitter da rede social Koo passou a dizer que vai torcer para o Brasil na Copa do Mundo do Qatar. O mascote da rede - um passarinho - também passou a vestir uma camiseta do Brasil.

O curioso é que o app já está ciente da possibilidade de trocadilhos envolvendo o nome do app. Em uma postagem no Twitter direcionada aos brasileiros, eles disseram: "Koo é o som deste passarinho amarelo fofo. Não o que vocês estão pensando".

O que é o Koo?

O aplicativo foi criado na Índia há dois anos em meio a tensões do governo de Narenda Modi com o Twitter, na época acusado de favorecer detratores do governo.

O Koo oferece um design parecido com o do microblog comprado por Musk. A estratégia inicial da plataforma era ser utilizada por indianos que falam um dos 19 idiomas oficiais do país (não só o inglês). E, ao mesmo tempo, se aproveitar de turbulências no Twitter para crescer.

Em 2021, por exemplo, a rede social entrou rapidamente na Nigéria quando o Twitter foi suspenso no país africano.

De acordo com o site Zeenews, o Koo anunciou na última quarta-feira (18) que se tornou o segundo maior microblog disponível no mundo. A estimativa mais recente aponta que a rede social já tenha chegado a 50 milhões de usuários.

A startup responsável por seu desenvolvimento tem 200 funcionários e já levantou US$ 200 milhões de alguns investidores, incluindo empresas norte-americanas, de acordo com a imprensa estrangeira.

Agora, com as instabilidades do Twitter, a plataforma ataca novamente: além de já trazer suporte para o inglês, o serviço promete que vai funcionar em mais idiomas em breve.

Koo é simpático, mas tem polêmicas

O mascote, um passarinho amarelo, ostenta uma aura simpática, mas por detrás do seu sorrisinho está uma rede que já lida com questões polêmicas.

De acordo com a BBC, membros do governo Modi e celebridades de extrema-direita migraram em massa para o app Koo, e há acusações de que a rede social indiana amplifica a propaganda estatal e deixa o discurso de ódio contra muçulmanos rolar solto.

As diretrizes da Koo proíbem explicitamente o discurso de ódio e o conteúdo discriminatório ou ofensivo. Mas com "koos" (sua versão de tuítes) sendo gerados a cada segundo, a moderação é difícil, como é o caso em outras plataformas de mídia social, incluindo o Twitter.

Ao Washington Post, Aprameya Radhakrishna, cofundador da startup, disse que "os usuários odeiam se as empresas de redes sociais não agem como uma plataforma neutra". Ele acredita que esse problema de moderação deve ser automatizado.