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'Mandou procurar médico': pai descobre infarto com ajuda do Apple Watch

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Imagem: iStock

Marcella Duarte

De Tilt, em São Paulo

10/10/2022 17h22

Assim como outros smartwatches, o relógio inteligente da Apple possui um recurso para monitorar a frequência cardíaca, seja durante atividade física, sentado ou dormindo. Foi por meio dessa função que o pai da influencer Maju Trindade foi alertado sobre oscilações em seus batimentos cardíacos.

Segundo seu relato no Twitter, que já soma 39 mil curtidas, seu pai descobriu que os batimentos altíssimos estavam ligados a sintomas de infarto.

"Meu pai estava com os batimentos altíssimos durante um treino e o apple watch mandou ele procurar um médico (descobriu que tava tendo mini infartos) e teve que operar boa noite", compartilhou.

A publicação foi feita por Maju em cima de um caso que viralizou na última semana no qual uma mulher dos Estados Unidos diz ter descoberto que estava grávida após seu relógio indicar alterações na frequência cardíaca.

Com a repercussão do relato da influencer, outros internautas começaram a contar casos em que a tecnologia teria ajudado com alertas de acidentes e contatos de emergência.

Outra internauta disse que o mesmo ocorreu quando sua irmã esteve em um acidente de carro.

No ano passado, Tilt publicou a história de uma brasileira que descobriu, com ajuda do Apple Watch e uma rápida ida ao cardiologista, que seu coração acelerado "sem motivo" era, na verdade, um quadro de arritmia.

Relógio não é capaz de dar diagnóstico

Os médicos e as próprias fabricantes de tecnologias do tipo deixam claro que o monitoramento de saúde realizado por um smartwatch serve para gerar dados e indicar possíveis condições de saúde. Eles não são diagnósticos precisos e não substituem atendimento especializado.

Se notar algum distúrbio cardíaco, respiratório, de oxigenação ou pressão arterial — outras funções medidas por relógios inteligentes —, procure um serviço de saúde.

Como um relógio mede os batimentos?

Basicamente, a tecnologia usa luz de LED verde ou vermelha para medir o fluxo sanguíneo no pulso. Conforme a quantidade de sangue presente nos vasos, a luz reflete de formas diferentes.

A partir disso, sensores captam esse resultado, enviam para um software e ele faz o processamento dos dados com ajuda de algoritmos.

Relógio consegue detectar gravidez?

Sobre o relato viral da mulher grávida nos Estados Unidos, médicos consultados por Tilt acreditam que houve uma coincidência ou outra condição associada de saúde. Sendo assim, o smartwatch não ajudou a detectar a gravidez.

Isso porque no estágio inicial da gestação — em que ela se encontrava — os batimentos cardíacos não ficam alterados.

O presidente da Sociedade Pernambucana de Cardiologia, Carlos Japhet, explicou que, entre a primeira e a quinta semana, é a fase da implantação do óvulo no útero — que ocorre sem qualquer alteração no corpo da mulher. A única mudança que pode indicar gravidez é a amenorreia (ausência de menstruação).

Isto muda só mais para frente, entre a sexta e a nona semana, quando ocorre a embriogênese (desenvolvimento embrionário). "A partir das 10 semanas de gestação, ou seja, com mais de dois meses, é possível dizer que a frequência cardíaca aumentou por causa da gravidez. Pois neste momento, o bebê já está formado, e há uma demanda maior da placenta e do volume sanguíneo", explica o médico.

No relato, a mulher disse que estava sem menstruar há um ano e meio. "Ela pode ter tido um quadro de infecção associada, uma anemia, ou mesmo um distúrbio hormonal. Diversas doenças aumentam os batimentos cardíacos", ressalta Japhet.

*Com matéria de Rosália Vasconcelos, em colaboração para Tilt.