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5G chegou. E agora? Vou pagar mais? Qual velocidade ele oferece? Entenda

5G começa a ser liberado em várias cidades; entenda velocidades e diferenciações da tecnologia Imagem: Getty Images

De Tilt, em São Paulo

16/08/2022 04h00Atualizada em 17/08/2022 08h08

Curitiba (PR), Salvador (BA) e Goiânia (GO) passam a ter conexão 5G a partir desta terça-feira (16), se juntando a São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB). Até o fim de setembro, todas as capitais devem estar conectadas. A tecnologia tem grande potencial, tanto para empresas quanto para as pessoas.

Para resumir um pouco o que é a tecnologia, seus impactos e preços, fizemos este guia de perguntas e respostas sobre o início do 5G no Brasil.

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Que diabos é 5G?

É a quinta geração de telefonia, que promete:

  • conexão na casa dos gigabits (permitindo o download de filmes em questão de segundos, por exemplo);
  • menor latência: o tempo da execução de um comando para a realização dele é mínima. Pode ser útil tanto para games online como para atividades críticas em vários setores, como uma cirurgia médica feita a distância;
  • tem capacidade de conectar bilhões de itens ao mesmo tempo (aquela situação de não conseguir mandar WhatsApp em um show ou um jogo, deve acabar).

Chegou 5G na minha cidade. E agora?

As operadoras têm até o fim de setembro para ativar 5G nas capitais e no começo as empresas devem privilegiar regiões centrais para, num segundo momento, expandir pelo resto da cidade.

Para usar, as pessoas precisam ter um celular que suporta 5G (veja lista de aparelhos compatíveis) e estar numa área coberta pela tecnologia. Desde 2020, as fabricantes têm lançado celulares já habilitados. Segundo a Anatel, há mais de 70 opções de smartphones com a tecnologia.

O que vai mudar?

Para o consumidor comum, usando celular ou tablet, a maior percepção será na velocidade de download. Segundo o diretor de redes da TIM, Homero Salum, a velocidade média em Brasília, a primeira cidade a receber o 5G, estava na casa dos 400 Mb/s (megabits por segundo).

Na realidade, com mais gente usando, é possível que a velocidade seja menor que isso. Na Coreia do Sul, um dos países pioneiros em implementar 5G, a velocidade média é de 130 Mb/s, segundo levantamento da OpenSignal.

Ainda assim, é um valor médio bastante superior ao do 4G, que, no Brasil fica em torno de 27 Mb/s por segundo.

Pra quê vou usar toda esta velocidade?

No início, as velocidades do 5G devem ser úteis para baixar arquivos mais rapidamente, ver vídeos pela internet e ajudar a fazer chamadas de vídeo em alta qualidade.

Em locais sem conexão à internet fixa, as operadoras devem oferecer FWA (fixed wireless access), que é basicamente um modem 5G que espalha conectividade via wi-fi num ambiente.

Vale lembrar que demorou um tempo para aparecerem aplicações para celular que usam o 4G. Antes do 4G, as pessoas não costumavam ouvir música por streaming (Spotify, Deezer, Apple Music e Tidal, por exemplo), ver vídeos online (YouTube, TikTok e Instagram) ou mesmo pedir carros por aplicativo (Uber, 99 e InDrive).

E a latência? O que é isso?

A baixa latência deve interessar num primeiro momento apenas para quem joga online. Ter um baixo tempo de resposta pode fazer toda a diferença, ainda mais em games que exigem rapidez, como os de tiro.

Com o tempo, deve haver mais aplicações que usam este recurso. Vai ser essencial para aplicações de realidade virtual - para se parecer com a realidade, o tempo de resposta deve ser o menor possível.

Mas a maior aplicação desse benefício será mesmo na indústria, na saúde, nos serviços e até na gestão pública de "smart cities" (cidades inteligentes). Ele permite maior automação de processos na indústria e na agricultura, por exemplo.

Sistemas que precisam gerenciar múltiplos objetos ou usuários serão beneficiados. Um exemplo são os carros autônomos: não é possível aplicar essa tecnologia em larga escala sem a baixa latência do 5G.

Vai ficar mais caro?

No início, não. As operadoras têm ativado as redes para verificar o uso real das pessoas. A única que já lançou um pacote focado em 5G é a TIM, mas, com o tempo, as empresas deverão ter ofertas com franquias de dados maiores (como o 5G tem mais velocidade, deve causar um consumo maior).

Também deve se tornar mais comum parcerias com plataformas de streaming, como já ocorre com alguns planos atuais. O novo pacote da TIM, por exemplo, inclui acesso à Twitch, uma plataforma voltada especialmente para o público gamer.

Já aparece 5G no meu telefone. Tem a ver com este novo 5G que tão falando?

Um pouco. Desde 2020, as operadoras contam com redes 5G DSS, que é considerada uma tecnologia de transição. Ela basicamente usa frequência do 4G e oferece altas velocidades de download na casa dos 100 Mb/s. No celular sob sinal de uma antena DSS, aparecerá conexão 5G.

O 5G liberado pela Anatel tem relação com as frequências leiloadas no ano passado. A principal delas é a de 3,5 GHz. Por enquanto, só a Claro anunciou uma forma de diferenciar seu "novo 5G", batizando-o de 5G+.

Outras operadoras deverão fazer algo parecido por aqui com o tempo. Nos EUA, por exemplo, há toda uma sopa de letrinhas para indicar se o 5G é de frequência alta (com mais velocidade e menos espalhada geograficamente) ou de frequência baixa (com menos velocidade e mais espalhada geograficamente).

Quais são os tipos de 5G?

  • 5G DSS: usa a infraestrutura (e faixas de frequências) do 4G para oferecer internet mais rápida (na casa dos 100 Mbps). As principais operadoras oferecem esta modalidade em diversas cidades desde 2020. É considerada uma tecnologia de transição do 4G para o 5G;
  • 5G NSA (Non Standalone): usa frequência de 5G e utiliza "núcleo da rede 4G". Oferece internet super-rápida (podendo chegar na casa dos gigabits por segundo), mas não tem latência tão baixa (menor tempo de resposta entre comando e execução);
    Sendo assim, ela é boa para downloads rápidos de arquivos multimídia e não tão boa para aplicações industriais.
  • 5G SA (Standalone) ou "5G puro ": usa frequência de 5G e utiliza núcleo de rede 5G (uma infraestrutura dedicada apenas a ele). Oferece internet super-rápida (podendo chegar na casa dos gigabits por segundo) e tem latência baixa.
    Bom para downloads rápidos de arquivos multimídia, jogar online sem lag (atraso) e bom para aplicações industriais.

Em todas as cidades brasileiras, as operadoras terão redes híbridas, portanto terão 5G NSA e 5G SA. A Anatel diz que o edital do 5G exige que as "operadoras tenham redes 5G SA, mas não impede que tenham também 5G NSA".

Segundo o órgão, "o objetivo é atender ao máximo o portfólio da base legada, visto que muitos usuários ainda não possuem terminais [celulares] 5G SA". Atualmente, apenas 5% dos terminais brasileiros são compatíveis com 5G SA, de acordo com estimativa da reguladora.

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