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A morte de uma supernova: computador recria imagem impressionante; confira

Setonix coletou centenas de dados de telescópios para gerar esta imagem dos remanescentes da explosão de uma estrela morta Imagem: Wasim Raja/CSIRO; Pascal Elah/Pawsey

Barbara Mannara

Colaboração para Tilt

12/08/2022 08h54

O supercomputador Setonix, projetado recentemente no Centro de Pesquisas Australiano Pawsey, foi capaz de criar uma imagem altamente detalhada de um remanescente de supernova. O poder de processamento da poderosa máquina combinou centenas de dados coletados por telescópios para "dar vida" aos resquícios da estrela morta.

A foto foi gerada já nas primeiras 24 horas da etapa inicial de pesquisas do supercomputador. Ela retrata o objeto cósmico G261.9+5.5, localizado entre 10 mil e 15 mil anos-luz de distância da Terra, e classificado pela primeira vez em 1967.

A novidade é importante para a ciência porque possibilita estudar a morfologia dos remanescentes de supernova e entender os detalhes deste tipo de evento galáctico. A partir destdes dados, os pesquisadores esperam obter informações como idade, tamanho e tipo da antiga estrela.

Morte de uma estrela

Para entender melhor, remanescentes de supernova (SNRs) são, basicamente, resquícios de uma estrela morta, que foi destruída em uma violenta explosão (chamada supernova). Seu material é ejetado pelo espaço em velocidades supersônicas, comprimindo e aquecendo as camadas de gás e levanto junto qualquer elemento que encontre pelo caminho.

A onda de choque eleva muito as temperaturas, fazendo com a matéria atinja o estado de plasma, muito brilhante. A SNR mais famosa e a bela nebulosa do Caranguejo.

As emissões demonstradas na imagem da G261.9+5.5 refletem elétrons altamente energéticos, presos em campos magnéticos interestelares comprimidos. Essa massa brilhante carrega consigo toda a história da estrela moribunda e seu ambiente, e pode nos ajudar a desvendar alguns processos da expansão do universo.

Processamento de dados poderoso

Para criar a imagem, o sistema do Setonix usou informações registradas pelo radiotelescópio ASKAP (Australian Square Kilometer Array Pathfinder), da CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation).

O ASKAP é operado pela Agência Nacional de Ciências da Austrália e equipado com 36 antenas parabólicas, que funcionam em conjunto. As altas taxas e volumes de dados de radiotelescópios de nova geração, como o ASKAP, exigem um software igualmente potente.

E é neste ponto que entra em ação o Setonix. O sistema avançado é capaz de rodar essas informações com alta performance. Para ter uma ideia, os dados necessários para gerar essa imagem foram transferidos via fibra óptica de alta velocidade para o Pawsey Supercomputing Research Center.

A ciência agradece

O novo supercomputador está sendo instalado em duas etapas. Só nesta primeira fase de pesquisas com o Setonix, o poder de computação do Pawsey Center aumentou em 45%. A segunda etapa está prevista para ser concluída ainda neste ano de 2022; quando estiver totalmente operacional, o Setonix será até 30 vezes mais poderoso do que os todos os sistemas anteriores da Pawsey.

"O processamento de dados das pesquisas de astronomia do ASKAP é uma ótima maneira de testar o sistema Setonix e ver o que é possível", disse o Dr. Pascal Elahi, especialista em aplicativos de supercomputação da Pawsey.

Como curiosidade, o Setonix foi nomeado em homenagem ao animal favorito da Austrália Ocidental, o coala (quokka), que tem o nome científico Setonix brachyurus.

*Com informações de Pawsey, The Conversation e Science Alert

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