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Eleições 2022: Meta muda distribuição de conteúdo político no Brasil

Feed do Facebook terá menos conteúdos relativos a política Imagem: Ricardo Stuckert e Alan Santos/Presidência da República

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt, em São Paulo

08/07/2022 15h23

Faltando pouco menos de três meses para as eleições presidenciais do Brasil, a Meta, empresa responsável pelo Facebook, anunciou que irá alterar a maneira com que a rede social distribui conteúdo político aos seus usuários.

Na nota assinada por Aashta Gupta, diretora de Gestão de Produtos da Meta, o Facebook dará "menos ênfase a comentários e compartilhamentos" que envolvam esse tema.

O texto afirma que a mudança vem após testes e feedbacks das pessoas que utilizam a rede social no Brasil.

A medida foi anunciada na quinta-feira (7), dois dias depois que Frances Haugen, ex-funcionária da empresa que ficou conhecida como "delatora do Facebook", participou de audiência pública na Câmara dos Deputados.

Haugen divulgou, no fim do ano passado, os chamados "Facebook Papers", que revelavam uma série de escândalos envolvendo a plataforma, muitos deles ligados à política em diferentes países. Pelos documentos vazados, a própria Meta considera o Brasil como um dos países que mais necessita de moderação de conteúdo.

Feedback de testes

Os testes mencionados por Gupta, responsáveis por diminuir a propagação de conteúdo político no Facebook brasileiro, estão sendo conduzidos desde fevereiro de 2021. Além do Brasil, fazem parte desse experimento países como Canadá, Estados Unidos, Indonésia, Espanha e Costa Rica.

Segundo anúncio feito à época por Mark Zuckerberg, chefe-executivo da Meta, essa era uma maneira de atender pedidos de pessoas que não queriam que conteúdo político prevalecesse no seu feed.

Ao longo do último ano, a empresa tem divulgado atualizações sobre o resultado da experiência. Em maio, por exemplo, ela informou que essa mudança fez com que as pessoas dissessem que "viram menos conteúdo em seus feeds que não consideram valioso".

Delatora na Câmara

Em seu depoimento na terça-feira (5), Haugen disse que o Brasil, como uma democracia "grande e relativamente jovem", precisa de informações muito claras sobre como o Facebook distribui conteúdo político aos seus frequentadores.

"O Brasil merece saber quanto esforço está sendo investido pelo Facebook em termos de moderação ou de segurança e até que nível de equidade existe na moderação entre conteúdos em português e conteúdos em inglês", afirmou. Ainda assim, disse que a rede social "destruiu" sua estrutura de proteção às eleições, o que poderia ameaçar as eleições brasileiras.

Convidadas para participar da seção, a representante da coalizão Direitos na Rede, Bia Barbosa, e a coordenadora sênior de campanhas da Avaaz, Laura Moraes, disseram que as eleições de 2022 podem sofrer com "crises de desinformação", como as que ocorreram nos processos eleitorais de 2018 e 2020.

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