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Novo iPad Air quase me convenceu a substituir o PC; confira prós e contras

Novo iPad Air 2022 (5ª geração) manda bem como um computador para diferentes funções Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Lucas Carvalho

De Tilt, em São Paulo

22/06/2022 04h00Atualizada em 22/06/2022 10h48

Sem tempo, irmão

  • Lançado em 2022, iPad Air de 5ª geração tem chip M1, o mesmo processador dos MacBooks mais modernos
  • Desempenho de ponta e praticidade garantem experiência boa para tarefas simples, como edição de imagens e documentos
  • Mas sistema operacional não tem a versatilidade de um macOS ou Windows; confira a seguir nosso review completo

A cada lançamento de iPad, a Apple tenta convencer que várias atividades feitas tradicionalmente em computadores podem ser realizadas no tablet. Criar apresentações, escrever textos, jogar e editar de fotos e vídeos são práticas possíveis. Mas um tablet já é capaz de substituir de vez um notebook?

Pela minha experiência com o mais novo iPad Air de 2022, anunciado em março deste ano, digo que sim. Mas isso não é algo que vale para todos ainda, pois depende muito do que você fará com o dispositivo.

À primeira vista, o novo iPad Air é um tablet como qualquer outro. O que o torna especial é o que está por dentro: o processador M1, um chip desenhado pela Apple e que equipa os principais Macs e MacBooks da marca desde 2020.

Após algumas semanas testando o iPad Air de 5ª geração com o chip M1, posso dizer que este é o melhor e mais recomendável tablet no momento considerando o seu conjunto e preço: a partir de R$ 4.999, na versão mais barata e à vista em lojas varejistas, e a partir de R$ 6.697, na loja da Apple.

Com a potência de um computador e a usabilidade simples de um celular, há poucos concorrentes que possam fazer o que este aparelho faz.

Contudo, ele não é perfeito. O que incomoda nele é justamente essa mistura de elementos de computadores e celulares. O sistema operacional iPadOS não é tão intuitivo quanto o macOS (ou Windows) e o iOS (ou Android), de modo que nem toda tarefa que você faz num PC ou iPhone pode ser feita pelo iPad.

O que eu gostei: desempenho e multimídia

Depois de testar a tela gigante de 12,9 polegadas de um iPad Pro (de 2021) e as dimensões enxutas de um iPad mini (tela de 8,3 polegadas), posso dizer que o iPad Air 2022 tem o tamanho ideal: 10,9 polegadas (27,6 centímetros de um canto ao outro na diagonal) combinam boa visualização e praticidade.

O painel LCD é grande o bastante para ver vídeos, séries e filmes durante uma viagem, por exemplo, mas não grande demais a ponto de atrapalhar na hora de segurar com uma mão só.

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

As bordas são finas o suficiente para expandir ao máximo a visualização da tela, mas não finas demais a ponto de permitir toques acidentais. Dá para segurar a tela confortavelmente, e o botão físico de Início de um iPad "normal", tradicionalmente localizado na parte inferior da tela, não faz falta aqui.

Apesar de não ter botão, o iPad Air 2022 não tem Face ID —o reconhecimento facial dos iPhones mais modernos e do iPad Pro. Para desbloquear o tablet, você tem que usar sua impressão digital: o Touch ID fica no botão de ligar e desligar a tela, na lateral superior.

Felizmente, o Touch ID consegue reconhecer seu dedo se você estiver segurando o tablet na vertical ou na horizontal —basta registrar as duas posições da sua digital no momento da configuração inicial do aparelho.

Em termos de performance, não há do que reclamar: o iPad Air de 5ª geração voa para editar fotos no Photoshop e vídeos no iMovie — programas que testei.

Ele também roda tranquilamente os games mais pesados, do NBA 2K ao Call of Duty Mobile, sem queda de taxa de quadros ou qualquer engasgo; e roda qualquer rede social e sites com a mesma tranquilidade de um iPhone moderno.

Em termos de bateria, o desempenho também é de alta qualidade: cerca de 10 horas de tela ligada nos meus testes, numa média de 5 horas de uso por dia.

Usando o iPad Air para navegar na web, ouvir música, ver séries, vídeos e ocasionalmente uma chamada de vídeo ou um game, no fim do dia ele ainda tinha cerca de 50% de carga.

Porta USB-C do iPad Air 2022 Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

O som dos alto-falantes estéreo horizontais é alto e, mesmo no volume máximo, dificilmente fica distorcido, o que garante boas horas de reprodução de vídeo. A resolução máxima também é mais que suficiente para esse tamanho de tela: 2.360 x 1.640 pixels.

Em chamadas de vídeo, o iPad Air também é bacana: com o recurso Palco Central, a câmera frontal ultra-angular de 12 MP consegue te seguir para onde quer que você vá dentro do quadro. O enquadro é um pouco lento, mas nada que incomode, e funciona com FaceTime, Google Meet, Zoom e Microsoft Teams.

Mas, afinal, é leve mesmo como o nome sugere? Com 462 gramas (a versão que eu testei é com 5G), com certeza é o modelo mais leve entre os tablets desse tamanho que a Apple vende hoje. Só não é mais leve que gerações anteriores —um iPad Air de 3ª geração, por exemplo, pesa 456 gramas na versão só com wi-fi.

O que eu não gostei: conexão e sistema

A tela, apesar da boa resolução e cores bem calibradas, sofre do mesmo mal que as outros display LCD da Apple: excesso de reflexo e marcas de dedo, que atrapalham a visualização de algumas cenas mais escuras de filmes e séries, por exemplo.

O Touch ID, embora seja rápido, não é tão intuitivo quanto o Face ID se você deixar seu iPad ali parado, como uma segunda tela, ou inclinado com uma capa de apoio. Além disso, o sensor é estreito e às vezes exige mais de uma leitura até reconhecer sua digital e desbloquear a tela.

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Se você está "soterrado" no ecossistema da Apple e só tem cabos Lightning em casa, vai sofrer para se adaptar à única porta USB-C presente neste iPad —que vem com carregador na caixa, diferentemente dos iPhones mais novos.

Arranjar um carregador é mais fácil (os de Android funcionam aqui, por exemplo), mas fones com essa conexão não são tão fáceis de achar, nem tão baratos.

As câmeras, por sua vez, são apenas razoáveis. Para fotos e vídeos, o resultado é inferior ao de um iPhone ou ao de um celular Android da mesma faixa de preço —mas são melhores que os de um tablet Android baratinho, ao menos.

Por outro lado, a câmera frontal é bem melhor para chamadas de vídeo do que a webcam de qualquer PC. A posição na lateral captura um ângulo meio estranho, de modo que qualquer pessoa que ligar vai perceber que você está num iPad ou celular, mas ainda prefiro isso do que sofrer com webcams de baixa resolução.

Por fim, o iPadOS ainda precisa melhorar. Em alguns momentos, funciona bem como um PC: a navegação no Safari é igual à de um notebook, por exemplo. Mas em outros momentos, incomoda: nem todo app funciona bem com a tela grande (como o Instagram e alguns aplicativos de compras).

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Há uma infinidade de ações por gestos que eu não consegui decorar, e o modo multitarefa não é tão versátil quanto a visualização de janelas em um computador.

Talvez com a chegada do modo "Stage Manager" do vindouro iPadOS 16 as coisas melhorem, mas hoje você ainda talvez tenha que sofrer para se adaptar.

Para quem vale a pena?

Há muitos outros recursos no iPad Air 2022, mas não cheguei a testar. Um exemplo é fazer ilustrações usando a caneta Apple Pencil. Ou ter uma usabilidade parecida com a de um notebook usando capas com teclado e até mouse. Acessórios que você deve comprar separado se tiver interesse e grana para desembolsar.

O modelo testado também tem conexão 5G, mas como a nova internet ainda não está disponível direito em São Paulo, não deu para experimentar. Mesmo assim, deu para ter uma ideia de quem poderia se beneficiar de um iPad Air com chip M1.

Primeiro: se você está procurando um tablet para trabalhar, há poucos concorrentes melhores do que este. O desempenho é top de linha, assim como a tela e o som.

Há tablets Android mais baratos, mas geralmente servem mais para consumo de mídia, ou para entreter pessoas menos exigentes, como crianças ou quem não precisa de tanta potência num dispositivo do tipo.

O iPad Air 2022 é tão bom que pode até substituir um notebook, dependendo do tipo de tarefa que você precisa executar nele —para navegação na web, design e edição de imagem, ele vai bem.

Imagem: Lucas Carvalho/Tilt

Para qualquer tarefa mais complexa do que isso, não se engane: um PC ainda é mais completo que um iPad. O sistema operacional iPadOS não tem a versatilidade de um macOS ou Windows para programas realmente pesados, como um Adobe Premiere, por exemplo (a versão móvel é limitada).

Agora, é melhor o iPad Air ou iPad Pro (o mais avançado do momento)?
Bom, os dois rodam o mesmo processador. Em termos de desempenho, a experiência será parecida. As diferenças ficam mais pela falta de uma câmera principal no modelo iPad Air e a capacidade de armazenamento.O modelo deste ano tem apenas 64 GB ou 256 GB, enquanto um iPad Pro pode ter até 2 TB.

De novo, tudo depende do seu perfil de uso: se for trabalhar com muita imagem, salvar séries, filmes, jogos, quadrinhos e livros, talvez sinta falta de uma memória mais ampla.

Em resumo, o iPad Air 2022 manda bem como um computador para diferentes funções —se você puder conectá-lo a um teclado e mouse, melhor ainda. Mas não foi dessa vez que um chip potente e um sistema operacional dedicado transformaram de vez o iPad num desktop completo. Quem sabe na próxima?

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