A atração gravitacional entre a Terra, Lua e Sol teria alterado o alinhamento das estrelas? Os signos do zodíaco teriam sido "empurrados" em um mês? Aficionados em horóscopos costumam ter essa dúvida. Nesse cenário, uma pessoa que faz aniversário dia 1º de outubro, por exemplo, seria de Virgem e não Libra.
Essa informação é de 2011 e foi tirada de uma entrevista dada por um grupo de astrônomos que formavam o Minnesota Planetarium Society à revista "Time" —o grupo encerrou suas atividades em 2011 e o planetário foi incorporado ao Museu Bell de História Natural.
Os astrônomos afirmaram na época que se o seu signo astrológico é determinado pela posição do sol no dia em que você nasceu, a descoberta mudaria tudo o que as pessoas achavam que sabiam sobre o horóscopo delas.
"Quando (os astrólogos) dizem que o Sol está em Peixes, não é realmente em Peixes", disse Parke Kunkle, membro do grupo, à época para a Times.
Uma lista de novas datas foi divulgada na época, que incluía o Ofiúco, signo que reuniria pessoas de sagitário e capricórnio.
O astrônomo e professor do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), Rodrigo Nemmen, esclarece, no entanto, que a posição das estrelas não mudou, o que tem mudado é a percepção das estrelas vistas da Terra.
"Imagina que as estrelas são pessoas paradas em um campo de futebol e a Terra é uma pessoa que as observa do lado de fora do campo. Se essa pessoa começa a correr em volta do campo observando quem está parado, a percepção dela sobre as pessoas que estão paradas muda", explica.
E isso é porque a atração gravitacional entre a Terra, Lua e Sol está alterando o eixo de rotação da terra.
"É um processo que vem acontecendo há bilhões de anos, desde a formação da Terra. É como se um pião fosse solto sobre uma mesa. Dependendo de como ele é largado, ele fica girando ao redor de um eixo de rotação que não é fixo, é o que acontece com o eixo de rotação da terra", acrescenta.
Nemmen faz a ressalva ainda que astrologia não deve ser confundida com astronomia.
"A comunidade cientifica deixa claro que astrologia não é ciência e, por isso, não há embasamento científico. Quando astrólogos falam dos destinos das pessoas, como vai ser o dia delas, buscando ler isso nas estrelas, isso não tem sentido no ponto de vista cientifico", afirma.
Já para os astrólogos, as pessoas não devem confundir o zodíaco astrológico com o sideral (que é astronômico), já que os signos astrológicos seriam baseados nos meses do ano, estabelecidos há muito tempo, e não na posição das constelações, que vêm mudando conforme a mudança no eixo de rotação da terra.
Lendas e animais desenham constelações do céu noturno
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A humanidade tenta achar padrões e agrupar estrelas há mais de 17 mil anos, segundo a União Internacional Astronômica (IAU, na sigla em inglês). Mais da metade das constelações que conhecemos hoje foram descritas por causa de seus formatos ainda na Grécia Antiga, mas foi só em 1930 que a IAU dividiu a esfera celeste em 88 grupos, estabelecendo as grafias oficiais. Acima, detalhe do globo de mármore com as constelações gregas clássicas da estátua romana de Atlas, o mítico Titã que carregava o céu nas costas
Gerry Picus/Griffith Observatory/Reuters 2 / 11
Descrita na Grécia Antiga, a constelação de Eridanus (Eri) faz menção a Erídano, um dos cinco rios que cruzam Hades, que comandava o mundo dos mortos na mitologia. A Alpha Eridani (ou Achernar) é a estrela mais brilhante e fica no fim desse comprido "rio" estelar do hemisfério Sul da esfera celestial (detalhe à esquerda)
Sky&Telescope/Reprodução 3 / 11
Cancer (Cnc) faz parte do zodíaco, uma faixa do céu por onde deslocam-se o Sol, a Lua e a maioria dos planetas. Na antiguidade, as pessoas conseguiam enxergar um caranguejo nesse grupo de cinco estrelas - ironicamente, o crustáceo tem cinco pares de patas, o dobro do que a constelação possui de estrelas
Sky&Telescope/Miguel Vidal/Reuters 4 / 11
A Canis Major (CMa), constelação no Sul da esfera celestial, guarda importantes recordes estelares. A Sirius, uma das estrelas mais brilhantes do céu, e a VY Canis Majoris, uma gigante vermelha cujo diâmetro cabe nove vezes na distância entre a Terra e o Sol, integram um grande cachorro - o conjunto desenha o cão de Órion, o caçador gigante da mitologia grega. Mas como ela está muito distante e encoberta de poeira estelar, não é possível avistá-la da Terra
Sky&Telescope/Mircea Rosca/EFE/EPA 5 / 11
A constelação de Draco (Dra) conta a história do dragão que protegia as maçãs de ouro na mitologia grega. Depois de ter sido morta por uma das flechas de Hércules, o herói jogou os restos mortais do monstro no céu formando esse padrão irregular de estrelas. A Etamin, que fica na cabeça do animal, é a estrela mais importante da constelação próxima ao Polo Norte
Sky&Telescope/Paramount Pictures/AP 6 / 11
A dupla que está na cabeça de Gêmeos, as estrelas Castor e Pólux, ilustra a história dos irmãos que nunca se separaram. Pólux dividiu sua imortalidade com o irmão assassinado para que os dois ficassem sempre juntos, mesmo que uma parte fosse no céu e outra no inferno. Por isso, quando for procurar a constelação Gemini (Gem) não basta avistar uma estrela no céu, mas, sim, duas. É durante o verão do hemisfério Sul, aliás, que o par fica mais fácil de ser encontrado
Sky&Telescope/EFE 7 / 11
Hydra (Hya) serpenteia o equador celeste, mas boa parte da constelação fica mesmo no hemisfério Sul - apenas um resto da cauda se estica pelo Norte. Apesar de ser uma das maiores constelações do céu, possui apenas uma estrela brilhante, a Alphard, no "coração" da serpente mitológica morta por Hércules. Ela é mais fácil de ser encontrada entre março e abril
Sky&Telescope/Reprodução/Museo del Prado 8 / 11
O traçado da constelação Leo Minor (LMi) não lembra nem um pouco um filhote de leão. O polígono estelar (canto esquerdo) foi batizado com esse nome depois de ter sido "descoberto", ainda no século 17, ao lado da clássica constelação Leo, termo em latim para leão. As estrelas do pequeno grupo do céu Boreal têm pouco brilho diante do seu imponente vizinho, que abriga algumas galáxias e até uma chuva de meteoros no fim do ano
Sky&Telescope/Ali Jarekji/Reuters 9 / 11
A constelação Lepus se assemelha, de fato, ao formato de uma lebre, mas ela também ganhou esse nome devido à posição na esfera celestial. Ela está no hemisfério Sul, logo abaixo de Órion, o grande caçador da mitologia, prestes a virar comida
Sky&Telescope/Patrick Pleul/AFP 10 / 11
Ursa Maior (UMa) ocupa uma grande área no céu do hemisfério Norte, guardando mais de uma centena de galáxias. Como é uma das constelações mais conhecidas, existem vários significados para esse padrão de estrelas, como o desenho de conchas ou de carroça. Mas o significado mais conhecido é a lenda de Calisto, uma bela ninfa que foi seduzida por Zeus e, depois, transformada em urso por Hera, que ficou com ciúmes da traição do marido
Sky&Telescope/Caroline Seidel/AFP 11 / 11
A constelação Ursa Minor (UMi) é conhecida por ser um guia do polo Norte. Como ela fica no mesmo eixo da Terra, suas estrelas, em especial a Polaris, parecem estar sempre fixas no céu, virando uma espécie de bússola natural. Ela também foi descrita na antiguidade e representa o filho da ninfa Calisto, um rapaz transformado em urso e guardado no céu por Hércules para evitar o ciúmes da mulher, Hera
Sky&Telescope/Oregon Zoo, Carli Davidson/AP
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