Topo

Vídeo detalha momento exato em que sonda 'toca' o Sol pela 1ª vez; assista

Do UOL, em São Paulo

17/12/2021 15h26Atualizada em 17/12/2021 19h26

Fazendo história, a sonda Parker Solar Probe, da Nasa, "tocou" oficialmente a atmosfera do sol pela primeira vez desde que foi lançada em 2018, confirmou a agência espacial norte-americana nesta semana. Um vídeo registrou o momento do feito, com direito a detalhe das estruturas fotografadas e com a Via Láctea de fundo compondo cenário.

A Parker estava a 13 milhões de quilômetros de distância da superfície do sol quando "mergulhou" para dentro e para fora da coroa —camada mais externa da atmosfera da estrela — pelo menos três vezes, cada uma com uma transição suave, de acordo com os cientistas. Durante o mergulho, realizado ainda em abril, coletou amostras de partículas e campos magnéticos. Somente agora os dados puderam ser coletados.

"Este marco não apenas nos fornece percepções mais profundas sobre a evolução de nosso Sol e seus impactos em nosso Sistema Solar, mas tudo que aprendemos sobre nossa própria estrela também nos ensina mais sobre estrelas no resto do Universo", disse Thomas Zurbuchen, coordenador associado do diretório de missão científica da Nasa.

detalhes - NASA/Johns Hopkins APL/Laboratório de Pesquisa Naval - NASA/Johns Hopkins APL/Laboratório de Pesquisa Naval
Detalhe das estruturas fotografadas pela sonda Parker Solar Probe
Imagem: NASA/Johns Hopkins APL/Laboratório de Pesquisa Naval

Em 2019, a sonda havia detectado que estruturas magnéticas no vento solar, chamadas de ziguezague, ocorriam com frequência perto do astro. Mas como e onde elas se formavam permanecia um mistério. Reduzindo pela metade a distância ao Sol desde então, a Parker Solar Probe agora passou perto o suficiente para identificar o lugar de origem dessas estruturas: a superfície solar.

Diferentemente da Terra, o Sol não tem uma superfície sólida e sim uma atmosfera superaquecida, feita de material solar ligado a ele pela gravidade e forças magnéticas. O calor e a pressão empurram esse material para longe do Sol, até que a gravidade e os campos magnéticos ficam fracos demais para contê-lo.

foto 2 - NASA / Johns Hopkins APL / Ben Smith - NASA / Johns Hopkins APL / Ben Smith
Representação artística mostra aproximação da sonda na coroa, camada mais externa do Sol; travessia nesta zona prova "toque no Sol" pela 1ª vez
Imagem: NASA / Johns Hopkins APL / Ben Smith

Esse fenômeno dá origem ao vento solar, que é um fluxo contínuo de partículas energéticas emitidas pela coroa solar, que pode afetar as atividades na Terra, desde os satélites até as telecomunicações.

Nour Raouafi, da Universidade Johns Hopkins e cientista de projeto da sonda Parker, afirmou que futuros mergulhos na atmosfera solar ajudarão cientistas a entenderem melhor a origem do vento solar e como ele é aquecido e acelerado através do espaço.

A sonda continuará se aproximando do Sol e avançando na coroa até uma grande órbita final, em 2025.