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Procon multa iFood em R$ 1,5 mi por restaurantes com nomes de políticos

iFood, aplicativo de delivery da Movile - Marcelo Barbosa/Folhapress
iFood, aplicativo de delivery da Movile Imagem: Marcelo Barbosa/Folhapress

Letícia Naísa*

De Tilt, de São Paulo

09/12/2021 14h16

Quem abriu o iFood no dia 2 de novembro encontrou os nomes de vários estabelecimentos trocados para frases de cunho político como "Lula Ladrão" e "Bolsonaro 2022". Por causa do episódio, o Procon Carioca multou a plataforma em R$ 1,5 milhão.

Apesar de o iFood ter informado que as alterações foram feitas por um funcionário de uma empresa prestadoras de serviços para a plataforma e que não houve vazamento de dados dos clientes, o órgão pediu mais detalhes sobre o caso. As respostas não foram dadas, de acordo com o Procon.

O que o iFood deixou de responder?

O Procon afirmou em nota que, durante a fiscalização do ocorrido, constatou que o iFood compartilha dados com empresas terceirizadas, inclusive documentos, endereços e dados de pagamentos dos consumidores. Por isso, pediu para a plataforma detalhar quais informações pessoais são armazenadas e compartilhadas com terceiros.

O Procon também pediu ao iFood para informar sobre quais estabelecimentos foram afetados, por quanto tempo os nomes ficaram alterados, qual foi o prazo para correção do sistema, quantas compras foram realizadas durante o acesso indevido e qual a identificação da empresa prestadora de serviços que causou o problema, além de explicar quais são suas atribuições na gestão da plataforma.

Diante da falta de retorno, o Procon Carioca aplicou a multa exata de R$ 1.508.240,00. Procurado por Tilt, o iFood não respondeu à tentativa de contato até a publicação deste texto.

Relembre o caso

De acordo com a plataforma de delivery, a mudança de nomes dos estabelecimentos parceiros aconteceu em 6% do total de restaurantes cadastrados no sistema.

As alterações ocorreu de forma proposital, disse a companhia em comunicado, "por meio da conta de um funcionário de uma empresa prestadora de serviço de atendimento que tinha permissão para ajustar informações cadastrais dos restaurantes na plataforma, e que o fez de forma indevida".

Após o caso ser detectado, esse acesso foi bloqueado e os nomes dos restaurantes passaram a ser restabelecidos no mesmo dia.

Sobre o cartão de crédito cadastrado na plataforma, a empresa garante que "os meios de pagamento dos clientes estão seguros". O iFood afirmou que não armazena qualquer dado financeiro dos usuários em sua plataforma.

"Os dados de meios de pagamento não são armazenados nos bancos de dados do iFood, ficando gravados apenas nos dispositivos dos próprios usuários, não tendo havido comprometimento de dados de cartões de crédito", explicou a empresa.

Também não houve "qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais de clientes ou entregadores cadastrados na plataforma".

*Com matéria de Abinoan Santiago