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Uber Eats vai começar a vender maconha no Canadá, mas sem entrega

Aplicativo Uber Eats vai liberar comércio de maconha em Ontário, no Canadá - Divulgação/Marcelo Justo
Aplicativo Uber Eats vai liberar comércio de maconha em Ontário, no Canadá Imagem: Divulgação/Marcelo Justo

Adriano Ferreira

Colaboração para Tilt, em Florianópolis

23/11/2021 18h05Atualizada em 24/11/2021 12h15

O aplicativo Uber Eats, que faz serviço de entrega de comida, permitirá, na cidade de Ontário (Canadá), que os consumidores façam pedidos de maconha em uma área dedicada no app, porém sem o delivery. Ou seja, quem pedir deverá ir buscar na Tokyo Smoke, loja varejista de cannabis.

A Uber irá disponibilizar a novidade para os consumidores selecionarem no app a categoria "Cannabis" ou procurar pela loja "Tokyo Smoke", segundo informações do site The Verge.

Em seguida, o cliente será redirecionado para o menu do estabelecimento e poderá escolher o seu item, que ficará disponível em até uma hora. Depois, basta o comparecimento até o local para a retirada do produto.

Sobre o serviço de entrega, Dara Khosrowshahi, presidente-executivo do Uber, afirmou, em abril deste ano ao The Verge, que a empresa avaliaria a disponibilidade de um possível delivery de cannabis "quando o caminho estivesse livre".

Em fevereiro, a multinacional já havia adquirido o delivery de bebidas alcoólicas da Drizly, que funciona nos EUA e Canadá por US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 6 bilhões, em conversão direta). A compra não incluiu o Lantern, serviço para entregar cannabis, lançado pela Drizly em maio de 2020.

Por enquanto, as empresas envolvidas na venda de maconha pelo aplicativo não comentaram sobre possíveis intenções de expandir o alcance para outras cidades do Canadá. Meghan Casserly, chefe de comunicações do serviço de entregas do Uber Eats, declarou que o novo acordo com a Tokyo Smoke é "somente um negócio da ocasião".

A comercialização é legalizada?

O Canadá legalizou o uso recreativo da maconha em outubro de 2018. Por causa da liberação, estima-se uma venda de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 22 bilhões) para este ano no país. Para 2026, as vendas podem alcançar US$ 6,7 bilhões (em torno de R$ 37 bilhões), segundo dados da BDS Analytics, empresa de pesquisa da indústria, divulgados pela agência de notícias Reuters.

O aplicativo da Uber pode vender cannabis de acordo com as leis locais, que exigem a apresentação de um documento do cliente no momento da pegar o produto na loja. Embora a entrega da maconha por serviços terceirizados como o Uber Eats ainda não seja legal no Canadá, os provedores de serviços de pagamentos eletrônicos, como o Paypal, por exemplo, podem aceitar essas transações normalmente.

A iniciativa do Uber Eats acaba sendo uma medida que tende a reduzir a taxa de ilegalidade do comércio desse produto no Canadá, pois 40% de todas as vendas não estão dentro da lei, segundo informações dos sites estrangeiros.

Outros países

Nos EUA, o uso para o lazer é legal em 18 estados e a prescrição médica da substância é permitida em quase 30. Apesar disso, a cannabis para fins recreativos permanece ilegal em nível federal, embora existam tentativas de acabar com a chamada "descriminalização" do produto.

Existem intenções da Uber de comercializar a cannabis nos EUA. No entanto, Khosrowshahi afirmou que o plano só será iniciado quando for possível dentro da lei.

No Brasil, esse tipo de serviço de entrega não pode ser legalizado, já que a venda ou transporte é considerada crime no país, com pena de 5 a 15 anos de prisão.