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Nasa identifica moléculas orgânicas em Marte em amostra coletada por rover

Amostra foi coletada pela rover Mars Curiosity da NASA, em março de 2017 - Divulgação/Nasa
Amostra foi coletada pela rover Mars Curiosity da NASA, em março de 2017 Imagem: Divulgação/Nasa

De Tilt, em São Paulo

04/11/2021 14h21Atualizada em 06/11/2021 11h51

Uma equipe de pesquisadores coletou uma amostra da superfície de Marte, capturada pelo rover Mars Curiosity da NASA, em março de 2017 e, por meio de uma mistura com reagentes químicos, descobriu-se agora que a amostra liberava matéria orgânica. As informações são da Inverse.

Ainda que a descoberta seja empolgante e um importante passo, ainda não é possível concluir que o planeta seja propício para formas de vida baseadas no carbono, elemento químico que está presente nas estruturas das moléculas orgânicas.

O estudo foi publicado na segunda-feira (1), na revista Nature Astronomy. Maëva Millan, pós-doutoranda no Goddard Spaceflight Center da NASA e principal autora, explica que a motivação inicial por trás do experimento era ter uma referência para futuros experimentos químicos conduzidos em amostras de Marte.

Segundo a publicação, especialistas no Planeta Vermelho acreditam que ele pode ter sido habitável e possivelmente hospedou vida microbiana antiga durante sua história inicial.

Para pesquisar essa hipótese, os cientistas procuram bioassinaturas, que são certas substâncias químicas que podem ter sido produzidas por alguma forma de vida passada ou presente, sejam micróbios ou algo mais complexo.

"Este experimento foi definitivamente um sucesso", disse Millan à Inverse. "Embora não tenhamos encontrado o que procurávamos, as bioassinaturas, mostramos que essa técnica é realmente promissora". A missão pretende procurar por sinais de vida antiga em Marte.

Sendo assim, o experimento "expandiu o inventário de moléculas presentes em amostras marcianas e demonstrou uma ferramenta poderosa para permitir ainda mais a busca por moléculas orgânicas polares de relevância biótica ou pré-biótica", como Millan e sua equipe concluíram em seu artigo.

O rover Curiosity já havia detectado moléculas orgânicas enterradas em sedimentos marcianos. Na época, as duas moléculas mais significativas foram o ácido benzóico e a amônia. As novas descobertas devem aumentar ainda mais a lista destes compostos em Marte.

As moléculas orgânicas são consideradas os blocos de construção da vida na Terra - que podem ser transportadas para outras partes do universo. Agora, a equipe pretende encontrar suas origens. O estudo, por sua vez, sugere que elas possam ser o resultado de processos geológicos.

Os cientistas por trás do estudo estão aguardando o lançamento da missão ExoMars da Agência Espacial Europeia em 2022 para coletar ainda mais amostras de Marte.