Instagram teria cogitado exibir mais memes no lugar de posts sobre corpos
Novos documentos internos do Facebook indicam que a empresa chegou a cogitar mudar o algoritmo do Instagram (plataforma da qual é dona) para oferecer aos internautas mais publicações com paisagens de natureza ou memes humorísticos no feed da rede social.
As informações são da versão norte-americana da revista Forbes, que analisou arquivos confidenciais vazados da companhia, no caso chamado "Facebook Papers" (Documentos do Facebook, em tradução livre).
Segundo a reportagem, a ideia de mudar o algoritmo surgiu após pesquisadores do Facebook descobrirem que a ênfase do Instagram em imagens corporais causava prejuízos à autoimagem e saúde mental de parte dos usuários da rede social.
O conteúdo mais leve, portanto, seria uma estratégia para compensar o potencial dano na vida dos internautas.
Um relatório acessado pela Forbes mostra que "33% dos usuários do Instagram e 11% dos usuários do Facebook acham que a plataforma piora seus próprios problemas de imagem corporal".
"Evidências substanciais sugerem que as experiências no Instagram ou no Facebook pioram a insatisfação com o corpo, especialmente a visualização de imagens atraentes de outras pessoas, visualização de imagens filtradas, postagem de selfies e visualização de conteúdo com certas hashtags", diz um trecho do documento, publicado pela Forbes.
Os pesquisadores sugeriram que, para resolver a questão, o Instagram poderia dar mais ênfase às postagens de valorização de corpos reais no feed das pessoas. Como, por exemplo, publicações que usavam a hashtag relacionadas ao #loveyourself (ame a si mesmo, em tradução livre). Além disso, exibir mais imagens de modelos consideradas fora de um padrão pré-estabelecido pelo mercado da moda.
Também foram cogitadas como soluções a limitação de curtidas ou comentários, e até mesmo uso de filtros nas imagens. Os documentos não deixam claro, segundo a Forbes, se essas medidas foram tomadas.
Ao mesmo tempo, os documentos mostram que algumas das ideias lançadas pelos pesquisadores acabaram, de fato, descartadas pela empresa por acreditarem que não resolveriam o problema.
Uma delas é a promoção de legendas das fotos com textos positivos no Instagram. A empresa concluiu que isso tem pouco impacto em pessoas com sobrepeso ou muito magras.
Outra medida descartada foi a anexação de rótulos de advertência a conteúdos sobre o corpo considerados prejudiciais por consideram que também não teria efeito prático.
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