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Cientistas criam partícula mil vezes menor que cabelo para combater fungos

Nanopartícula é mil vezes menor do que um fio de cabelo - Reprodução
Nanopartícula é mil vezes menor do que um fio de cabelo Imagem: Reprodução

Felipe Mendes

Colaboração para Tilt, em São Paulo

24/10/2021 11h35

Uma equipe de especialistas da University of South Australia desenvolveu uma nanopartícula mil vezes menor do que um fio de cabelo humano capaz de combater fungos resistentes a medicamentos.

De acordo com o site Phys.org, ela foi criada em parceria com a Monash University, tem o tamanho de um coronavírus e pode ser importante no combate a infecções hospitalares durante a pandemia.

Chamada de "micelas", a nova nanobiotecnologia tem como destaque a capacidade de enfrentar a Candida albicans, uma das infecções fúngicas mais invasivas e resistentes.

Como funciona?

De acordo com o Phys.org, as micelas são feitas de moléculas de lipídios que se organizam em formato esférico em uma solução aquosa. Essa solução formada é capaz de atrair e repelir líquidos, o que a torna particularmente adequada para a administração de medicamentos.

"Nossa pesquisa identificou e desenvolveu micelas inteligentes que têm a capacidade de quebrar biofilmes de uma ou várias espécies para inibir significativamente o crescimento de Candida albicans, uma das espécies de fungos mais virulentas", declarou o investigador sênior do projeto, professor Clive Prestidge, da University of South Australia.

Esta é a primeira vez que micelas baseadas em polímero foram criadas para prevenir a formação de biofilme fúngico. "Essas micelas têm uma capacidade única de solubilizar e aprisionar uma série de drogas antifúngicas importantes para melhorar significativamente seu desempenho e eficácia", disse Nicky Thomas, um dos responsáveis pelo estudo.

Por que é importante?

De acordo com os especialistas, essa descoberta é importante especialmente para países que seguem com uma grande quantidade de casos de covid-19, já que infecções fúngicas são bem perigosas em hospitais.

Responsável por causar alguns tipos de infecções que podem afetar sangue, coração, cérebro, olhos e até mesmo os ossos, o Candida albicans é um fungo oportunista e perigoso para pessoas com sistema imunológico comprometido, especialmente em ambiente hospitalar. Essa espécie de fungo diploide é conhecida por sua resistência a medicamentos antifúngicos.

"São micróbios que amam a superfície que prosperam em dispositivos implantados, como cateteres, próteses e válvulas cardíacas, tornando a presença desses dispositivos um importante fator de risco para infecção", afirmou o professor Clive Prestidge.

"Estimamos que as novas micelas podem melhorar a eficácia dos medicamentos antifúngicos em 100 vezes, potencialmente salvando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo", completou