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Ataques cibernéticos para matar pessoas? Sim, este é o novo alerta dos EUA

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Thaime Lopes

Colaboração para Tilt, em São Paulo

15/10/2021 10h43

O secretário do departamento de segurança interna dos Estados Unidos, Alejandro Mayorkas, fez um alerta nesta semana: novos ataques cibernéticos criados com o objetivo de atingir e causar dano à população podem acabar matando pessoas.

Em entrevista dada ao jornal USA Today, Mayorkas falou sobre os chamados "killwares", que engloba ações hackers envolvendo invasões de sistemas para causar danos físicos às pessoas.

Como exemplo, o secretário mencionou um ataque que aconteceu em abril no Texas, em que o fornecimento de gás em toda a costa Leste foi prejudicado por seis dias.

Um outro atentado quase aconteceu em fevereiro deste ano na Flórida. Segundo Mayorkas, ele foi quase mortal.

Um cibercriminoso tentou acessar uma unidade de abastecimento de água no Estado a fim de aumentar o nível de hidróxido de sódio em 100 vezes. O componente é um corrosivo utilizado para controlar o nível de acidez da água e, em níveis elevados, pode ser mortal.

"A tentativa desse atentado em fevereiro mostra os graves riscos que a atividade cibernética maliciosa oferece à saúde pública e segurança", disse o oficial ao USA Today. Ele ainda completou dizendo que o quase ataque é um exemplo perfeito de como os hackers estão começando a focar na infraestrutura do país.

"O quase ataque não foi para ganho financeiro, mas para causar danos", disse ele ao jornal.

A reportagem destacou também que, em julho deste ano, uma empresa especializada em segurança soltou um relatório em que afirma que, até 2025, os ataques cibernéticos terão operações tecnológicas armadas e prontas para serem bem-sucedidas para causar dano ou matar humanos.

Fragilidade no setor da saúde

Vulnerabilidades em equipamentos hospitalares também preocumam. Um levantamento divulgado no ano passado apontou que 83% dos dispositivos de imagens usados em hospitais, como equipamentos de mamografia, radiologia e ultrassom, funcionam em sistemas operacionais tão antigos que não recebem mais atualização de segurança.

Isso não significa que todos esses dispositivos estão em risco imediato de ataque. Mas as chances disso acontecer aumentam com a falta de sistemas atualizados. Aqueles que não estão expostos à internet aberta, e que possuem proteção antivírus, estão, pelo menos, com menor possibilidade de invasões.

*Com texto de Simone Machado