Topo

Câmera wi-fi: três conselhos de quem manja para ajudar na segurança da casa

Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Gabriela Fujita

Colaboração para Tilt, em São Paulo

17/08/2021 04h00

Se você anda pensando em aumentar a segurança da sua casa, provavelmente já esbarrou em tecnologias como as câmeras wi-fi externas em suas pesquisas. Os dispositivos costumam ter sensores de movimento e enviam notificações automáticas em caso de algo suspeito. Alguns modelos possuem ainda sensores de calor, capacidade de visão noturna e podem ser acionados com comando de voz.

São tecnologias bem úteis, mas, como todos os produtos eletrônicos, não é difícil encontrar modelos por preços muito abaixo da média. Se você se deparar com essa realidade, ligue o alerta: um equipamento fora do padrão pode oferecer riscos à saúde e à sua privacidade (como imagens vazadas).

A principal recomendação de especialistas é escolher um produto que seja homologado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

"A certificação é importante para assegurar o atendimento a padrões de segurança dos usuários, minimizando os riscos de choques elétricos, exposição a campos eletromagnéticos acima dos limites recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), vazamento de materiais tóxicos, explosões, entre outros", explica Davison Gonzaga da Silva, gerente de certificação e numeração da agência reguladora.

O que é essa homologação?

A homologação, indicada pelo selo da Anatel, garante que o item foi testado e passou na verificação de segurança e padrão de qualidade estipulados pela agência. É uma exigência para vender e usar o produto no Brasil.

Comercializar câmera wi-fi sem essa procedência pode gerar multas tanto para quem vende como para quem compra. Um equipamento que funciona fora das frequências compatíveis com a regulamentação brasileira pode interferir em serviços como controle de tráfego aéreo e redes de comunicação móvel.

De acordo com alguns dos critérios de aprovação, qualquer câmera que opere por wi-fi, transmissão de rádio e bluetooth deve ser homologada, pois pode interferir na emissão de sinais por outros dispositivos.

"Isso já explica, por exemplo, por que câmeras sem homologação podem prejudicar projetos de monitoramento. Afinal, se elas alterarem o funcionamento de outros componentes, como um roteador, poderão causar um descompasso desnecessário na eficiência do sistema de segurança", explica Marcelo Pagani, gerente do segmento de captação de imagens da Intelbras, empresa brasileira desenvolvedora de tecnologias e líder no mercado de câmeras de segurança.

Privacidade em risco

Ter a intimidade exposta a pessoas mal-intencionadas é outro problema ligado a câmeras não certificadas. "A invasão de privacidade pode acontecer e esse é um dos principais riscos para a segurança das pessoas que utilizam as câmeras como recurso de monitoramento dos ambientes, pois imagens e até áudios podem ser violados", alerta Diego Garcia, gerente de segurança eletrônica home office da Intelbras.

Uma vez "vazados", esses arquivos podem ser usados em atos criminosos, como chantagem e extorsão. "E podem também ser usados para conhecimento da rotina de famílias, empresas etc., facilitando assaltos", acrescenta Garcia.

Confira abaixo três conselhos para você comprar uma câmera wi-fi com segurança:

1) Verifique a homologação da Anatel

Para ter certeza de que o equipamento foi aprovado pela agência reguladora no Brasil, verifique se o número de homologação está na etiqueta do produto. Agora procure pela sequência numeral registrada no produto no site da Anatel. Essa informação também deve estar no manual do usuário.

"Os produtos homologados devem portar o selo da Anatel com um código específico. É importante que o consumidor, antes de concluir a sua compra, exija a informação sobre o código de homologação do produto junto à Anatel, bem como verifique se o selo de homologação está fixado no produto", orienta Davison Gonzaga da Silva, gerente da agência.

2) Confira se existem canais de suporte e atendimento ao cliente

A empresa fabricante deve disponibilizar um número de contato para atender qualquer problema que o consumidor venha a ter após a compra. Cheque se esse canal de atendimento está atualizado e quais são os comentários e notas dos clientes recentes para o serviço. São positivos em sua maioria? A empresa respondeu às solicitações?

"Empresas que vendem produtos sem homologação, muitas vezes, não possuem um canal de comunicação efetivo com os clientes. Se o produto quebrar sem motivo ou vier danificado, o cliente não tem garantia de que será ressarcido ou atendido pelo fabricante, da mesma forma que buscar seus direitos será uma tarefa mais complicada", ressalta o gerente Marcelo Pagani.

3) Escolha produtos de boa reputação

Além do selo da Anatel, produtos oferecidos por empresas reconhecidas pela qualidade e pelo bom atendimento pós-venda podem ser mais confiáveis, defende Diego Garcia, que também recomenda pesquisar a nota do aplicativo usado pelo fabricante em sua respectiva câmera wi-fi para avaliar qual a frequência de atualizações e comentários de outros usuários em relação a isso.

"Outro ponto importante que o usuário deve se certificar é se a empresa fabricante atende aos requisitos da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), e se o produto possui criptografia no armazenamento dos dados pessoais", orienta.

E por fim, Garcia recomenda, após a compra:

  • fazer a atualização constante do aplicativo e software;
  • antes do primeiro uso, alterar a senha padrão de fábrica;
  • nunca compartilhar informações de login e senha com pessoas desconhecidas.