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Após 'apagão' do CNPq, Lattes só fica acessível por link alternativo

Marcelo Gondim e Carlos Cruz/Divulgação CNPq
Imagem: Marcelo Gondim e Carlos Cruz/Divulgação CNPq

Lucas Carvalho*

De Tilt, em São Paulo

06/08/2021 17h45

Faz duas semanas que a plataforma Lattes, que reúne currículos de pesquisadores brasileiros, está fora do ar. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) reativou nesta semana o endereço de busca do conselho e afirmou que foi restabelecido o acesso parcial aos sistemas.

Por enquanto, porém, quem acessa lattes.cnpq.br ainda não consegue visualizar a plataforma. No Google, resultados de buscas de currículos não incluem mais páginas do Lattes. Para acessar os currículos, é preciso usar links "alternativos" fornecidos pelo órgão.

Quem quiser procurar currículos no Lattes pode fazê-lo pelo endereço da ferramenta de busca textual, que está ativo: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual. Ou, se preferir, pode acessar diretamente o perfil do pesquisador digitando http://lattes.cnpq.br [número do ID do cientista] na barra de endereços do navegador.

"O trabalho de restauração dos acessos ainda está em andamento, incluindo novas atualizações da base de dados, que serão feitas nos próximos dias, incluindo, nos currículos, as fotos e o número de citações", afirmou o CNPq em nota publicada nas redes sociais nesta semana.

Ainda não é possível fazer atualizações aos currículos, mas já é possível fazer o download e imprimir alguns deles. Não há prazo para o retorno completo do sistema. "Pedimos desculpas à comunidade e reforçamos que seguimos empenhados diuturnamente em solucionar a questão", disse ainda o CNPq.

O que rolou

A plataforma Lattes é uma espécie de "LinkedIn dos cientistas" brasileiros. Nela, há informações detalhadas sobre formação e campo de trabalho de milhares de pesquisadores — o que é importante nesta época do ano, pois é quando costuma ocorrer a seleção de alunos de pós-graduação. O sistema leva o nome do cientista brasileiro César Lattes, que ajudou a criar o CNPq na década de 1950.

O "apagão" foi detectado em 23 de julho. A origem da falha não foi detalhada, mas o ministro Marcos Pontes, do MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) culpou "um problema no componente de um dos computadores, que causou uma falta de acesso de interface".

Segundo Pontes, o problema de não era previsível e o comparou com o "pneu furado de um carro". Mesmo assim, diz, uma empresa já foi contratada para o conserto e nenhum dado foi perdido. O sistema, parcialmente acessível hoje, continua com as mesmas informações atualizadas até 23 de julho.

Na quinta-feira (5), o CNPq informou que "o valor das bolsas será creditado dentro do prazo tradicionalmente estabelecido: quinto dia útil de cada mês".

Os demais sistemas integrados ao Lattes, como a Plataforma Carlos Chagas e Diretório de Grupos de Pesquisa, ainda estão fora do ar. O CNPq diz que está trabalhando em parceria com a Dell, fabricante do equipamento usado em seus servidores, com técnicos internacionais atuando remotamente, para recuperar o sistema por completo.

*Colaborou Letícia Naisa, com reportagem de Guilherme Tagiaroli