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Golpe do suporte técnico: 7 a cada 10 pessoas sofreram tentativa de fraude

Estúdio Rebimboca/UOL
Imagem: Estúdio Rebimboca/UOL

Guilherme Tagiaroli

De Tilt, em São Paulo

21/07/2021 18h05

"Baixe este software e resolva o problema no seu PC" ou "faça uma avaliação nesse site para consertar seu computador" são mensagens comuns de se achar pela internet. O problema é que elas podem envolver o "golpe da assistência técnica", no qual criminosos fingem oferecer resolução de problemas em eletrônicos.

Um levantamento divulgado pela Microsoft aponta que 70% dos adultos brasileiros foram expostos a esse tipo de tática, um aumento de 3 pontos percentuais comparado com a última pesquisa, realizada em 2018.

Em média, as vítimas perderam cerca de US$ 200 (R$ 1.040), segundo a empresa. A maioria é alvo de diversas interações para chegar a essa soma.

A análise, realizada com maiores de 18 anos, foi desenvolvido pela DCU, a Unidade de Cibercrimes da Microsoft, abrangendo mais de 16 mil usuários de internet de 16 países — em média, a pesquisa falou com 1.000 pessoas de cada nação.

Como é o golpe da assistência técnica

O golpe da assistência técnica falso ocorre quando criminosos se passam por profissionais de suporte de grandes empresas de tecnologia. Eles entram em contato com clientes dizendo que seus dispositivos estão infectados e que podem ajudar a deixar as máquinas livres de programas maliciosos.

Esses contatos são feitos via ligação telefônica, emails não solicitados, sites que abrem sozinhos ou janelas ou pop-ups que surgem do nada na tela. Ao conseguir entrar em contato com alguém, os criminosos costumam roubar informações pessoais e financeiras das vítimas.

"Este tipo de golpe evoluiu de algo simples para uma infraestrutura mais sofisticada, que aproveita sistemas de afiliados para fornecer propagandas em pop-up com aparência profissional aos consumidores, fazendo com que eles entrem em contato com centros de atendimento fraudulentos", diz Mary Jo Schrade, gerente da divisão de cibercrimes da Microsoft, em comunicado.

Comparado com a última pesquisa de 2018, o Brasil apresentou um aumento de 5% para 7% de pessoas que perderam dinheiro com os golpes. Além disso, houve também uma maior ocorrência de pessoas que interagem com este tipo de mensagem, chegando a 29% — 5 pontos percentuais a mais que em 2018.

De modo geral, a pesquisa diz que os entrevistados têm confiado menos em contatos que não foram solicitados e têm achado improvável que uma empresa entre em contato do nada que não foi pedido por eles, o que mostra certo amadurecimento quanto a este tipo de abordagem.

Por outro lado, no Brasil, o público mais inclinado a confiar neste tipo de abordagem é o de millennials (geração com idade entre 24 e 37 anos). São eles os que acabam mais interagindo com este golpe — lembrando que interagir não é necessariamente cair.

Como evitar?

A premissa do golpe é que pessoas acreditam que grandes empresas vão contatá-las para falar de um problema. O fato é que dificilmente companhias fazem isso sem haver algum tipo anúncio oficial. De qualquer jeito, a Microsoft dá as seguintes dicas para você se proteger:

  • Grandes empresas não fazem chamadas ou não enviam emails solicitando informações pessoais ou financeiras, muito menos oferecem conserto de problemas que você não solicitou. O comum é o cliente iniciar a comunicação com grandes empresas;
  • Se uma mensagem de erro pop-up aparecer com um número telefônico, não ligue para ele;
  • Evite baixar programas de sites desconhecidos; prefira usar a loja oficial do seu sistema operacional e sites oficiais -- alguns sites de terceiros disponibilizam programas modificados, que podem ter códigos maliciosos;
  • Use um software antivírus e mantenha seu sistema operacional atualizado.