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Próxima parada, espaço: 7 fatos sobre a saída de Jeff Bezos da Amazon

Jeff Bezos é ex-CEO da Amazon - Getty Images
Jeff Bezos é ex-CEO da Amazon Imagem: Getty Images

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt

07/07/2021 08h12

O homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, começa uma nova fase de sua vida pessoal e profissional. Nesta semana, ele deixou o cargo de presidente-executivo da Amazon, empresa que ele mesmo criou em sua garagem como uma modesta livraria online, e que virou uma gigante de tecnologia.

Aos 57 anos, 27 deles à frente da Amazon, Bezos passou o bastão para seu homem de confiança, Andy Jassy. Mas ele ainda manterá um papel-chave na empresa, como presidente-executivo do conselho de administração.

Mesmo após seu divórcio de MacKenzie Scott, Bezos tem atualmente uma fortuna avaliada em cerca de 200 bilhões de dólares (mais R$ 1,1 trilhão), de acordo com a revista "Forbes". Com essa tranquilidade, o bilionário pode se dedicar a causas mais nobres e divertidas, como a conquista do espaço e a filantropia.

Confira a seguir tudo que você precisa saber sobre a saída de Bezos da Amazon e seus próximos passos no mundo. Ou melhor, no espaço (literalmente).

Ao infinito e além

Enquanto atua nos bastidores do conselho da Amazon, Bezos planeja concentrar esforços em sua empresa de exploração espacial, a Blue Origin, fundada em 2000. Ele mesmo irá ao espaço em breve, no primeiro voo de turismo da empresa, no dia 20 de julho, junto com seu irmão.

A empresa também está trabalhando no ambicioso projeto Blue Moon, que quer levar a primeira mulher à Lua. A Blue Origin é a maior concorrente da SpaceX, de Elon Musk.

Cuidar do planeta

Bezos também tem outros empreendimentos e quer se dedicar à filantropia. Dono do famoso jornal "Washington Post" — que ele comprou em 2013 por US$ 250 milhões —, o bilionário disse que vai gastar tempo e dinheiro no combate às mudanças climáticas.

Lançada no ano passado, com um aporte inicial de US$ 10 bilhões do empresário, a iniciativa "Bezos Earth Fund" financiará cientistas, ativistas e ONGs em defesa do meio ambiente. Ele se comprometeu a doar cerca de 7% da sua fortuna para a causa.

O próximo chefão

Andy Jassy, novo presidente-executivo da Amazon, assumindo o lugar de Bezos, está na empresa desde o comecinho. Ele tinha 29 anos e uma pós-graduação em Harvard quando se uniu à Amazon em 1997, três anos depois que Bezos iniciou o negócio na garagem de sua casa, em Seattle.

Jassy desempenhou papel fundamental na diversificação dos produtos da empresa, principalmente na fundação da Amazon Web Services (AWS) — divisão de computação em nuvem que é também uma das mais lucrativas do conglomerado —, em 2003.

Polêmicas trabalhistas

Assim como Bezos, Jassy enfrentará grandes desafios, principalmente em relação aos crescentes questionamentos envolvendo a Amazon. Um deles é a acusação de distorção do mercado, com a empresa ditando as regras de como as outras devem vender online através de sua influência sobre fornecedores e demais companhias do setor.

Além disso, embora ofereça um salário-mínimo de US$ 15 por hora (cerca de R$ 80; considerado alto para o setor) e outros benefícios nos EUA, o foco na eficiência e a vigilância dos trabalhadores têm gerado críticas à empresa, acusada de tratar trabalhadores como máquinas.

Agradinho bilionário

O novo presidente-executivo teve uma recepção generosa: um pacote de pagamento de 10 anos, incluindo 61 mil ações da Amazon na bolsa de valores, que hoje valem mais de US$ 200 milhões (mais R$ 1,1 bilhão).

Jassy se declara um amante de música, filmes e esportes; é também dono de um time de hóquei profissional, o Seattle Kraken. Ambicioso, é descrito como mais acessível do que Bezos.

Ações em disparada

Pouco depois da chegada de Jassy, a Amazon — que na época era uma simples livraria eletrônica — fez sua oferta pública inicial de ações, a US$ 18 cada. Hoje, elas valem cerca de US$ 3.500 (R$ 18.000).

A empresa passou a ser um grande conglomerado, vendendo de tudo, de produtos a serviços. Durante a pandemia, seu alcance foi impulsionado pelo aumento das vendas online, chegando a um valor de mercado de cerca de US$ 1,7 trilhão.

Sorte de brasileiro

Quando fundou sua empresa, Jeff Bezos queria um nome "mágico": Cadabra. A ideia, porém, foi vetada por seu advogado, por soar um pouco como "cadáver", principalmente ao telefone — na época, assim eram feitas as vendas.

"Amazon" foi escolhida em homenagem ao maior rio do mundo, o Amazonas, que corta o Brasil. Foi uma metáfora para dizer que ele estava construindo a maior livraria do mundo.

E deu certo. Em 1999, aos 35 anos de idade, Bezos se tornou um bilionário "self-made" — isto é, que acumulou a maior parte de seu patrimônio sozinho, sem heranças. Em 2020, virou a primeira pessoa da história moderna a acumular uma fortuna de mais de US$ 200 bilhões.