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Com mais de 11 mil reclamações, app Facily vira alvo do Procon-SP

Interface do app Facily - Reprodução
Interface do app Facily Imagem: Reprodução

De Tilt, em São Paulo

07/07/2021 15h25

Após receber mais de 11 mil reclamações desde o início do ano, o Procon-SP convocou os responsáveis pelo app Facily para prestar esclarecimentos sobre produtos comprados não entregues e problemas de comunicação no pós-venda. O aplicativo permite que familiares e amigos adquiram itens juntos para ter preços mais acessíveis.

Em comunicado enviado a Tilt, a Facily diz que tem "tomado as providências operacionais e legais para sanar problemas relacionados a entrega de produtos, bem como contatos com órgãos competentes para tratar dos assuntos cabíveis".

Entenda o caso

O app Facily permite a compra de produtos de hortifruti, bebidas e acessórios com descontos ao juntar um grupo de pessoas. Em um comunicado de imprensa de abril, a empresa exemplificava os descontos obtidos com esta "compra coletiva". O pacote de açúcar tinha preço sugerido de R$ 3,10 no mercado, enquanto o mesmo item no Facily custava R$ 2,39.

O que chamou a atenção do Procon-SP foi a crescente onda de reclamações. Em janeiro deste ano, havia apenas 21; enquanto em maio e junho, houve 2 mil e 9 mil ocorrências registradas no órgão, respectivamente.

Em maio, o Procon-SP disse ter notificado a empresa, mas as explicações não foram suficientes. As reclamações continuaram crescendo, de modo que apenas no dia 5 de julho o órgão registrou 500 casos.

Ao todo, neste primeiro semestre a companhia somou 11.563 — no mesmo período no ano passado, havia apenas cinco reclamações.

Outro problema apontado pela entidade é a exibição dos preços. Só são mostrados os itens vendidos em grupo e com desconto, enquanto o valor individual aparece em caracteres menores o que, segundo o Procon, "dificulta a comparação dos dois preços praticados e a compreensão do consumidor".

O Procon-SP menciona ainda que em seus termos de uso, a companhia "se isenta da responsabilidade por eventuais problemas nos serviços prestados" e que "não respeita o direito ao arrependimento", que possibilita o arrependimento do valor da compra em até sete dias