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Roubo de celulares: Procon reúne empresas e exige bloqueio rápido de dados

Roubo de celular pode se transtornar em um transtorno ainda maior - Getty Images/iStockphoto
Roubo de celular pode se transtornar em um transtorno ainda maior Imagem: Getty Images/iStockphoto

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt

23/06/2021 13h36Atualizada em 24/06/2021 10h56

Após denúncias de ações de criminosos que roubam celulares para limpar contas bancárias das vítimas, o Procon-SP realizou na manhã desta quarta-feira (23) uma reunião para pedir que fabricantes de smartphones, representantes de instituições financeiras e operadoras de telefonia facilitem rapidamente o bloqueio de dados das vítimas.

Estiveram presentes representantes das gigantes da tecnologia Google, Apple, Samsung e Motorola. Além disso, responsáveis pelas operadoras Vivo, Claro e Tim, bem como a Febraban, que representa 120 bancos.

Em entrevista a Tilt, o diretor-executivo do Procon, Fernando Capez, afirmou que ficou satisfeito com o que foi discutido na reunião. Dentro dos objetivos de dar mais segurança para vítimas de roubos e furtos, a entidade quer que os bancos façam os bloqueios rápidos dos dados referentes às contas, senhas e aplicações financeiras.

Já para as operadoras de telefonia, o bloqueio deverá ser do chip e do IMEI (Identidade Internacional de Equipamento Móvel) do celular, explicou Capez.

O Procon-SP quer ainda que plataformas online como Google e Apple facilitem medidas para apagar dados que constam nos sistemas operacionais Android e iOS de cada aparelho furtado ou roubado.

"Deixei claro que o Procon não aceita procedimentos complexos para realizar esses bloqueios", disse Capez. "Essas ações precisam ser realizáveis nos cinco minutos seguintes ao furto ou roubo, são os minutos mais importantes para isso."

Segundo o diretor do órgão, houve um acordo para que as organizações presentes na reunião enviem ainda hoje ao Procon-SP o passo a passo para realizar esses bloqueios, para que a entidade divulgue as informações aos consumidores.

Receptação

Hoje, o maior problema, segundo Capez, é que existe um mercado para receptação de smartphones roubados e furtados, que incentiva o crime. Além de ter o dispositivo subtraído, o usuário ainda precisa se preocupar com o roubo de seus dados bancários.

O fato de muitas pessoas utilizarem senhas fáceis de desbloqueio (como data de nascimento) é mais um fator positivo para a ação dos criminosos, já que é fácil acessar programas instalados no celular a partir delas.

Por isso, a recomendação para todos é de que se use senhas difíceis e evite o uso de um mesmo código em vários aplicativos. "E salve a senha em qualquer outro lugar, menos no próprio celular", acrescentou.

App próprio

A intenção do Procon-SP é, num futuro próximo, desenvolver um aplicativo da própria instituição que consiga fazer os bloqueios devidos em poucos cliques para o consumido, explicou Capez.

Dessa forma, em vez de ter que recorrer aos bancos, operadoras e empresas de tecnologia, a vítima poderia resolver seus problemas recorrendo apenas ao app do órgão. Mas ainda não há prazo para que essa ideia se concretize.

Empresas foram notificadas

Na sexta-feira (18), o Procon paulista já havia notificado dez instituições financeiras e três entidades representativas do setor a respeito de brechas de segurança nos aplicativos bancários.

A notificação requisitava esclarecimentos sobre os dispositivos de segurança dos bancos, o bloqueio dos aplicativos, a exclusão de dados de forma remota e o rastreamento de operações financeiras disponibilizados às vítimas de furto ou roubo de celular.

Além das instituições financeiras, o Procon também chegou a notificar Motorola, Samsung e Apple, inquirindo as fabricantes sobre detalhamentos de segurança sobre os seus dispositivos.

Foi vítima de roubo ou furto? Saiba o que fazer

Em nota divulgada ontem (22), o Procon-SP recomendou que pessoas que tiverem seus celulares furtados ou roubados registrem rapidamente um boletim de ocorrência.

Em seguida, o órgão afirmou que é necessário solicitar ao banco para que bloqueie sua conta e pedir à operadora que bloqueie tanto o chip roubado quanto o IMEI do aparelho, espécie de RG do celular.

Por fim, o Procon recomendou que as vítimas entrem em contato com as redes sociais, para que elas também apaguem os dados disponíveis no aparelho celular roubado ou furtado, impedindo que os criminosos busquem essas informações nos apps.