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Olhe para o céu: na quinta-feira tem Lua de Morango, última superlua do ano

Combinação do fotos mostra o eclipse da Superlua na Cidade do México em 26 de maio de 2021 - REUTERS/Henry Romero
Combinação do fotos mostra o eclipse da Superlua na Cidade do México em 26 de maio de 2021 Imagem: REUTERS/Henry Romero

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt

22/06/2021 13h13

O ano de 2021 nos trouxe três "superluas" incríveis seguidas uma da outra: abril, maio e, agora, em junho. A última do ano acontece nesta quinta-feira (24), e também é conhecida como "Lua de Morango".

O astro não ganhará nenhuma cor diferente — mas é, como sempre, uma oportunidade para observar e fotografar. A famigerada superlua é uma Lua cheia tecnicamente maior, por estar mais perto da Terra.

A olho nu e sem referenciais, porém, esta diferença é quase imperceptível.

Por que "Lua de Morango"?

O nome vem de tradições dos nativos norte-americanos, que davam nomes a todas as Luas cheias do ano, associando-as a fenômenos naturais e culturais, como Lua Rosa (chegada da primavera), Lua de Neve (inverno), Lua das Flores, Lua da colheita. A deste mês representa a época em que os morangos selvagens ficam maduros naqueles países.

Aqui no Brasil, com as estações invertidas em relação ao hemisfério norte, a maioria desses nomes não faz sentido — acabamos de iniciar o inverno. De qualquer forma, são metáforas.

"A Lua não estará de fato rosa ou de qualquer outra cor. Ao nascer, ela pode se mostrar mais amarelada, alaranjada ou até avermelhada, depende das condições atmosféricas do lugar de onde se olha. Não tem a ver com a época do ano", explica Naelton Araújo, astrônomo do Planetário do Rio.

"É sempre um belo espetáculo ver a Lua cheia nascendo, mas esses nomes têm origem cultural, e não astronômica", acrescenta.

Como observar?

Não há nenhum segredo. Ninguém precisa de instrumentos ou conhecimentos astronômicos para apreciar a Lua cheia desta semana. O melhor momento para observá-la sempre será durante primeira hora após o seu nascimento, pois é quando ela aparenta estar ainda maior e pode apresentar belas variações de tonalidade.

"Você pode ver que todas as fotos de superluas são de quando ela está nascendo no horizonte. Parece que está enorme. É um efeito óptico, devido aos referenciais terrestres, e também psicológico. Se falamos em superlua, as pessoas são influenciadas por essa ideia", esclarece Lobo.

Quando olhamos a Lua — ou mesmo o Sol — perto da linha do horizonte, ela fica maior porque a comparamos com objetos como prédios e árvores. No alto do céu, só com o pano de fundo das estrelas, parece menor. Ao se posicionar mais alta no céu, ela estará igualmente ou até mais brilhante — mas nos parecerá menor.

Uma Lua cheia, necessariamente, nasce pouco tempo após o pôr do Sol. No dia 24, ela chega por volta das 18h30 — o horário exato em sua cidade pode ser consultado em aplicativos ou sites de observação astronômica, como o Heavens Above.

A Lua estará bem cheia e brilhante até sábado, rendendo mais chances de observar e fotografar: no dia 25, ela nasce um pouco mais tarde, por volta de 19h30; no dia 26, às 20h37.

É muito fácil encontrar uma Lua deste tamanho no céu, caso não haja mau tempo. Ela nasce na mesma direção que o Sol. Ou seja, estará do lado oposto ao que o Sol estiver se pondo. Basta olhar para leste e acompanhar seu movimento de subida.

Se tiver alguma dificuldade, use uma bússola ou um app de observação dos céus, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView.

Por que há Superluas?

Uma superlua acontece quando a fase da Lua cheia coincide ou é bem próxima ao momento do perigeu da Lua em relação à Terra — o momento em que elas estão mais próximas naquele mês.

Isso acontece pois a órbita da Lua ao redor da Terra — bem como as dos planetas ao redor do Sol — não é um círculo perfeito, mas sim uma elipse (um círculo um pouco achatado). Por isso, ela se afasta e se aproxima de nosso planeta durante sua movimentação pelo universo. O ponto mais distante é chamado de apogeu; o mais próximo, perigeu.

Então temos um alinhamento triplo: de um lado da Terra, o Sol; do lado oposto, a Lua, mais próxima. Isso faz com que ela apareça até 15% maior e 30% mais brilhante. A diferença, contudo, não é tão perceptível ao olho humano, até porque não temos como compará-la às anteriores no momento da observação.

Isso pode ocorrer em qualquer uma das fases; se coincide com a Lua cheia, temos a chamada superlua — um termo controverso. "Essa história de superlua é meio factoide astronômico. Só com instrumentos, como um telescópio, ou comparando por meio de fotografias, será possível notar alguma diferença", acredita Araújo.

A próxima superlua — ou Lua cheia no perigeu — acontece somente em 2 de janeiro de 2022.