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Impressionante! Dezenas de meteoros iluminam o céu do país; veja vídeos

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt

04/05/2021 11h14

Nos últimos dias, dezenas de meteoros cruzaram os céus de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. O aumento da atividade está relacionado à chuva de meteoros Eta Aquáridas, que alcança seu pico esta semana, entre os dias 5 e 6.

Alguns dos objetos foram registrados por câmeras das redes de monitoramento dos céus Clima ao Vivo e Bramon (Brazilian Meteor Observatory) e do Observatório Espacial Heller & Jung.

O primeiro aconteceu às 23h52 da última quarta-feira (28), entre as cidades gaúchas de Boqueirão do Leão, Bom Princípio e Farroupilha. Logo depois, às 00h10, outro foi visto em Tangará (SC).

Ainda no dia 29, madrugada adentro, o jovem astrofotógrafo Gabriel Zaparolli filmou dois meteoros na cidade de Torres (RS). Um aconteceu seguido do outro, por volta das 3h, em um espaço de tempo de cerca de nove minutos (você pode conferir as imagens no vídeo que abre esta matéria).

Já o Observatório Heller-Jung, em Taquara (RS), além de registrar um meteoro esverdeado na noite de quinta-feira, filmou um belo fireball - tipo de meteoro muito brilhante e mais lento - na noite de sábado (1º). Ele passou sobre o mar, no sudoeste do estado.

De acordo com o professor Carlos Fernando Jung, proprietário do observatório e diretor da Região Sul da Bramon, o aumento de meteoros - também chamados popularmente de "estrelas cadentes" - já é reflexo da chuva Eta Aquáridas, que atingirá seu pico nos próximos dias.

Para comprovar a grande atividade, ele sobrepôs as imagens registradas pelo observatório durante dois dias no final de semana. Os traços são meteoros - mais ou menos brilhantes e até coloridos -, e os pontinhos formando círculos são as estrelas (à medida que nosso planeta se movimenta).

É possível ver dezenas deles. Veja que impressionante:

Sobreposição de imagens de dois dias de observações do céu de Taquara feita pelo Observatório Espacial Heller & Jung - Observatório Espacial Heller & Jung - Observatório Espacial Heller & Jung
Sobreposição de imagens de dois dias de observações do céu de Taquara feita pelo Observatório Espacial Heller & Jung
Imagem: Observatório Espacial Heller & Jung

Eta Aquáridas

A chuva terá sua atividade máxima entre os dias 5 e 6 de maio. "Mas já é possível ver muitos deles. Aqui no hemisfério Sul, a taxa de meteoros visíveis é maior que no hemisfério Norte, com previsão para até 50 por hora", ressalta Jung.

A Eta Aquáridas é um dos mais belos eventos astronômicos do ano. O que faz dela especial é o ponto onde os meteoros convergem, na constelação de Aquário (por isso o nome), e a sua composição: resquícios do famoso cometa Halley.

"Ela é conhecida pela alta velocidade de seus meteoros, que chega a 66 km/s. Eles normalmente deixam um rastro brilhante no céu por vários segundos", conta o professor. Alguns deles podem até parecer explodir.

A chuva é visível a olho nu, sem necessidade de telescópios ou equipamentos especiais, de qualquer ponto do Brasil, por cerca de um mês. "Basta olhar para a direção leste e esperar; o melhor horário é a partir das 2h."

A Eta Aquáridas acontece todos os anos no início de maio, quando a Terra, em seu movimento de translação em torno do Sol, cruza a órbita do cometa, onde flutua uma trilha de destroços e poeira - deixada nas passagens anteriores do Halley ao longo de milhares, talvez milhões, de anos. Ao entrar em nossa atmosfera em alta velocidade, eles queimam deixando o belo - e inofensivo - rastro luminoso.

Nosso planeta atravessa a "estrada" do Halley duas vezes por ano, em dois pontos diferentes. Ele também é responsável pela chuva de meteoros Oriônidas (na constelação de Órion), que vemos todo mês de outubro, quando a Terra passa pela segunda "perna" de sua órbita.