Topo

Puxando a capivara: Tinder vai mostrar ficha criminal do crush

Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt

18/03/2021 16h23Atualizada em 18/03/2021 17h11

Mesmo sendo um dos apps mais usados para conhecer pessoas novas, o Tinder não está imune a problemas de segurança. Por isso, a Match Group, empresa de tecnologia que administra o aplicativo, anunciou vai permitir que as pessoas puxem a ficha de antecedentes criminais das suas paqueras.

Para tornar isso possível, a empresa anunciou um investimento no Garbo, uma plataforma sem fins lucrativos que serve para checar informações sobre uma pessoa usando apenas seu nome e sobrenome, ou seu primeiro nome e o número de telefone.

O valor do investimento não foi revelado. A princípio, a novidade será apenas para os Estados Unidos, já que o Garbo monitora dados policiais somente deste país. No Brasil, por exemplo, há processos que correm em segredo de justiça, o que dificulta o acesso aos dados sobre eles. De acordo com a assessoria do Tinder no Brasil, não existe previsão de que esse projeto chegue por aqui.

Como vai funcionar

A Match Group também é dona de outros aplicativos e sites de encontros, como OkCupid, Match.com e Hinge, e pretende disponibilizar a opção de checagem de antecedentes criminais em todos eles. Mas o primeiro a receber a novidade será o Tinder.

Portanto, as pessoas poderão verificar se seus potenciais "crushes" têm histórico de violência doméstica, ou se já foram presos no passado —basicamente, vão "puxar a capivara", como diz a gíria.

O Garbo, segundo a própria plataforma, faz uma varredura em dados públicos dos sistemas de informações das polícias dos Estados Unidos, e levanta ocorrências relacionadas a violência, incluindo prisões, condenações, ordens de restrição, casos de assédio e outros crimes violentos.

O que aparece

No entanto, o Garbo não publica dados sobre casos de posse ou tráfico de droga, e diz que essa medida é feita em nome da "igualdade". Isso porque, nos EUA, segundo a plataforma, pessoas negras são "desproporcionalmente" presas por posse de drogas, em comparação com pessoas brancas.

Além disso, o Garbo diz que ocorrências envolvendo drogas "não afetam significativamente a violência de gênero". A startup foi criada por um grupo de mulheres com a intenção de combater esse tipo de violência.

E a privacidade?

Embora a Match Group afirme que não vai compartilhar os dados do seu público com o Garbo, ela promete que a checagem do histórico será simples e não vai invadir a privacidade de ninguém, já que buscará dados públicos.

A empresa diz esperar que informações como nome, sobrenome e número de telefone sejam compartilhados entre pessoas que pretendem se encontrar pessoalmente, o que tornaria a verificação fácil, com o Garbo servindo apenas como um intermediário.

A novidade será implantada no Tinder nos próximos meses, segundo a Match Group, e não deve ser gratuita. No entanto, a empresa diz estar estudando maneiras de tornar o preço acessível para a maioria das pessoas que está na plataforma.