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Radiotelescópio dos EUA captura imagem impressionante do solo da Lua

Na imagem de radar dá para ver na parte mediana superior uma cratera chamada Hadley C - NRAO/GBO/Raytheon/NSF/AUI
Na imagem de radar dá para ver na parte mediana superior uma cratera chamada Hadley C Imagem: NRAO/GBO/Raytheon/NSF/AUI

Mirthyani Bezerra

Colaboração para Tilt

01/02/2021 12h58Atualizada em 21/10/2021 19h01

Dá para acreditar que a imagem acima, tão detalhada do solo lunar, foi tirada daqui da Terra? Pois é, ela foi feita em novembro do ano passado durante os testes de um novo sistema de radiotelescópio. Ele promete capturar imagens de alta resolução de objetos na área do espaço próxima ao nosso planeta. A imagem em questão mostra detalhes do local de pouso da missão Apollo 15 na Lua, em 1971.

O sistema é tão preciso que consegue capturar imagens em alta resolução de objetos com cerca de cinco metros. Ele foi projetado pela empresa aeroespacial Raytheon para o Green Bank Telescope, localizado na Virgínia Ocidental (EUA).

A tecnologia manda pulsos de radar para o espaço e recebe de volta o sinal refletido. No caso dessa foto, o pulso foi enviado a um pequeno pedaço da Lua, em um diâmetro de 3.474 quilômetros, e recebido pelo Very Long Baseline Array, um sistema conectado de radiotelescópios nos EUA que forma uma espécie de antena coletora do tamanho de um continente.

Observando a imagem, dá para ver na parte mediana superior uma cratera chamada Hadley C, com cerca de seis quilômetros de diâmetro. Passando por ela está o Hadley Rille, considerado um tubo de lava destruído.

A imagem mostra o local de pouso da Apollo 15, que aterrizou na Lua em 1971 - Sophia Dagnello/NRAO/GBO/Raytheon/AUI/NSF/USGS - Sophia Dagnello/NRAO/GBO/Raytheon/AUI/NSF/USGS
A imagem mostra o local de pouso da Apollo 15, que pousou na Lua em 1971
Imagem: Sophia Dagnello/NRAO/GBO/Raytheon/AUI/NSF/USGS

Os cientistas coletaram os dados durante o teste e pretendem ir além. Querem desenvolver um sistema de radar de alta potência de 500 quilowatts que "fotografe" objetos no Sistema Solar com detalhes e sensibilidade inéditos.

A melhoria do sistema também permitirá que os astrônomos usem sinais de radar tão distantes quanto as órbitas de Urano e Netuno, aumentando nossa compreensão do Sistema Solar.

"O sistema planejado será um salto à frente na ciência do radar, permitindo o acesso a recursos nunca antes vistos do Sistema Solar aqui mesmo na Terra", disse Karen O'Neil, diretora do Observatório Green Bank em comunicado oficial no site do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA.