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Varredura ou reset? Qual é melhor jeito de tirar o vírus do seu celular?

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Imagem: iStock

Felipe Oliveira

Colaboração para Tilt

26/12/2020 04h00

Sem tempo, irmão

  • Os celulares têm sido os principais alvos dos cibercriminosos
  • Alguns sinais podem indicar que o seu celular tem um malware
  • Baixe um antivírus, faça uma varredura. Se não funcionar, resta resetar
  • É possível fazer o backup dos dados antes de resetar o aparelho
  • Fique atento a apps que se passam por legítimos, mas são maliciosos

Nós ainda não nos preocupamos com os vírus de smartphones quanto deveríamos. Para se ter uma ideia, só entre março e junho de 2020, houve uma alta de 51% no uso de aplicativos espiões, os stalkerwares, segundo a empresa de segurança digital Avast. Os ransomwares, que sequestram os sistemas operacionais, conseguiram atacar até o STJ (Superior Tribunal de Justiça). Então, considerando que a gente carrega "a vida" na palma da mão —incluindo aí acesso ao banco, às redes sociais, aos documentos e dados de toda a sua família— é bom ficar esperto.

Quer saber se tem vírus no seu aparelho?

Comece fazendo uma varredura:

Smartphones com sistema Android e iOS possuem boas opções de antivírus, gratuitas ou pagas, como Norton, Avast, Kaspersky, Trend Micro, Antivírus Acelerador & Limpeza (da Psafe) e Avira. Esses programas monitoram ameaças e te avisam quando acham algo suspeito.

"Normalmente, num celular padrão, a varredura completa é suficiente para a limpeza e vai dizer quais aplicativos baixados são vírus. Assim, é só ir até a tela de remoção e desinstalar esse app com programa malicioso. Esse passo já é suficiente para limpar o celular", afirma Emilio Simoni, diretor do dfndr lab, da PSafe.

A varredura pode não ser suficiente para que usa sistema Android em root (permite alterações no sistema operacional). Nesse caso, é possível que um vírus assuma o domínio do celular.

Se a varredura não funcionar, reset:

Se o celular continuar apresentando problemas relacionados a vírus, a solução é dar um "reset" para que ele volte às configurações de fábrica. Tilt já publicou um passo a passo para que você consiga fazer isso.

Todos os dados serão permanentemente apagados, então essa é uma medida drástica. Mesmo com o celular contaminado, você pode fazer um backup antes de resetar. Portanto, não esqueça.

Existirem casos de vírus que "sobreviveram" ao reset, mas eles são raros. Os casos mais graves costumam estar relacionados a golpes com ransomware, um malware que sequestra o sistema e impede acesso aos arquivos usando criptografia. Nestes casos, o criminoso costuma pedir resgate em criptomoedas.

"Mesmo com o aparelho restaurado, recomendamos a troca das senhas dos serviços mais usados", diz Fábio Assolini, analista sênior da Kaspersky.

Como saber se o celular está infectado?

Mesmo sem um antivírus, o celular dá alguns sinais de que está infectado. Fábio Assolini elencou alguns deles:

  • Bateria dura menos e esquenta mais: pode ser algum malware minerador de criptomoedas, que faz com que o aparelho esteja sempre quente, mesmo com baixo uso;
  • Faturas indevidas: telefones infectados podem realizar chamadas para serviços pagos, cadastrando o número em serviços premium via SMS, que exigem assinaturas de serviços e elevam o preço da fatura telefônica;
  • Propagandas indesejadas: anúncios indiscretos no navegador ou na tela inicial, mostrando sites desconhecidos, são sinal de que o celular foi infectado por um adware (tipo de programa que controla o aparelho).

Como se prevenir de apps maliciosos?

Segundo Assolini, todo malware que ataca plataformas desktop (como o Windows) costuma ter sua versão para celular, especialmente os trojans bancários, os espiões (apps nocivos que se disfarçam de outros benignos) e os adwares (que enchem o celular de propaganda).

"Geralmente os apps maliciosos são disfarçados de app legítimos. Um exemplo foi o BRata, programa que realizava transações no Mobile Banking em nome da vítima, que se disfarçou de atualização do WhatsApp", completa ele.

A loja de aplicativos do sistema iOS costuma ter um controle mais rígido para cadastrar aplicativos, o que ajuda a ter mais proteção, mas mesmo assim os vírus para iPhone existem. Além disso, o golpe mais comum é o phishing, que explora a ingenuidade do usuário e costuma chegar via email, SMS ou WhatsApp.

"Você clica no link e é direcionado para um site falso, que permite que os dados da vítima sejam roubados", aponta Assolini.

Para se manter afastado dos vírus para smartphones, preste atenção nisso:

  • Baixe aplicativos apenas de lojas oficiais e desenvolvedores conhecidos.
  • Cuidado com as permissões de aplicativos: olhe quais acessos estão sendo solicitados. Se um app de papel de parede ou jogo pedir acesso a contas, SMS, microfone e localização, provavelmente é mal-intencionado.
  • Use uma senha forte para desbloquear seu telefone, que contenham pelo menos dez caracteres, letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos.
  • Criptografe seus dados, assim ninguém é capaz de acessá-los se o celular for perdido ou roubado.
  • Cuidado com as conexões wi-fi: muitos pontos de acesso abertos são usados cibercriminosos para aplicar golpes. Evite as redes públicas e desative a opção buscar conexões sem fio abertas.
  • Use VPN, especialmente quando acessar um hotspot público ou a uma conexão de rede não confiável. Isso protege os dados que você transferir e (como bônus) permite acessar os recursos que são de alguma forma restrita em redes públicas.
  • Desative as notificações: mesmo que o seu telefone esteja bloqueado, muitas notificações aparecem na barra de status ou no display. Às vezes, essas notificações incluem códigos únicos para confirmar transações, alertas sobre status de conta e outros dados confidenciais.
  • Apague aplicativos desnecessários: quantos mais aplicativos você tiver, maior será o risco de alguns deles estarem envolvidos em atividades maliciosas.