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Novos Echo 4: vale comprar alto-falantes da Amazon controlados por voz?

Amazon Echo 2020 - Divulgação
Amazon Echo 2020 Imagem: Divulgação

Bruna Souza Cruz

De Tilt, em São Paulo

09/12/2020 04h00Atualizada em 28/07/2022 15h59

Um aparelho redondo, quase do tamanho de uma mexerica, com uma potência de som suficientemente boa para ouvir músicas pela casa, e que fala com você. Esse é o Echo Dot (4ª geração), alto-falante da Amazon lançado mundialmente em setembro. Por aqui, chegou em novembro custando R$ 399 (cores preta, branca e azul).

No mesmo período a Amazon também apresentou a quarta geração do Echo, um aparelho parecido mas que ganha no tamanho, potência de som e no preço. Ele começou a ser vendido por R$ 749 (cores preta, branca e azul).

Tilt testou os dois aparelhos e conta agora as principais impressões. Eles marcam a segunda leva de alto-falantes inteligentes da Amazon que funcionam com a assistente de voz Alexa no mercado brasileiro, que fez a sua estreia no país no ano passado. E o mais importante: quais são os melhores usos dessas duas esferas, que também apelidei de bolas de cristal?

Echo 4ª geração (esq.) e Echo Dot 4ª geração: alto-falantes da Amazon com a Alexa - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Echo 4 (esq.) e Echo Dot (dir.): dois novos alto-falantes da Amazon com a Alexa
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

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Design e estrutura

A primeira coisa que se nota no Echo Dot 4 é o formato. Diferentemente do círculo mais achatado do modelo do ano passado (3ª geração), ele virou uma esfera. Só a base é plana para que o aparelho não saia rolando pela superfície.

Dos 4,3 cm de altura, ele passou a ter 8,9 cm. O peso mudou ligeiramente, indo de 300 gramas para 328 gramas. O novo Echo 4 é bem maior com seus 13,2 cm e 940 gramas.

Os dois dispositivos têm um acabamento em tecido. Na parte de cima, eles têm, cada um, quatro botões: + e - para mudar o volume do som e outros dois. Um deles desativa o microfone, e o outro ativa a Alexa sem ser preciso dizer o nome dela.

Falando nisso, a Amazon destaca bastante que a assistente de voz Alexa não ouve o ambiente quando o microfone está desativado por medidas de privacidade. Quando ele está desligado, uma luz circular na base dos dois Echos fica vermelha para sinalizar a escolha. Testei algumas vezes e em nenhuma ela atendeu aos meus comandos.

Com o Echo Dot 4, a Amazon ainda lançou uma versão dele com relógio por R$ 499. Os números aparecem impressos em parte da esfera.

Alexa, a nova habitante da casa

Echo Dot 4ª geração tem 8,9 cm - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Echo Dot 4ª geração tem 8,9 cm
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

Para quem não está tão familiarizado com a Alexa ou nunca ouviu falar, ela é uma assistente de voz que interage com o usuário. Você pede e ela responde ou executa o pedido.

As tarefas mais básicas podem ser falar a previsão do tempo, tocar músicas, ajudar com a lista de compras e lembrar compromissos. As mais complexas envolvem a capacidade de fazer eletrodomésticos compatíveis com ela funcionarem após um simples comando de voz. Acender luzes e ativar câmeras de segurança são alguns exemplos. Todos os alto-falantes inteligentes da Amazon (e de outras empresas) precisam ser ligados na tomada.

Comecei o teste pelo Echo Dot menor. Antes de tudo é preciso baixar o aplicativo Amazon Alexa. É por ele que você configura o aparelho e tem acesso a todas as configurações e dos demais aparelhos associados.

Para adicionar o Echo ao seu perfil, você pode entrar na opção "Dispositivos". Um símbolo de + deve ser selecionado. Em seguida, vá em "Adicionar dispositivo". Várias opções como interruptor, câmera, aspirador de pó, TV, entre outros, aparecem na tela. Escolha o "Amazon Echo" e siga os passos sugeridos. Em alguns minutos, a Alexa já vai conseguir falar livremente com você.

Confesso que ainda tenho uma trava para conversar com eletrônicos como se fossem pessoas. Não consigo. E não consegui manter uma conversa fluida com a Alexa (espero que ela não fique chateada). Mas não porque ela não é capaz disso. Pelo contrário.

Algumas falas da assistente de voz até soam mais mecânicas, mas ela responde bem no geral e tem capacidade para manter boas conversas com seus usuários. Ela me contou piadas, me manteve atualizada sobre as notícias do dia e falou sobre as previsões para o meu signo. Em tempos de distanciamento social, a assistente virou uma companhia divertidinha para tocar músicas e dar uma animada com as sugestões dela com outras canções.

Testei individualmente a captura de som dos dois modelos e o resultado foi muito bom. Deixei os aparelhos na sala e chamei algumas vezes a Alexa da cozinha mudando o volume da minha voz. Consegui ativá-la mesmo falando um tom um pouco acima da fala comum. Ela funcionou bem.

Segundo a Amazon, no caso das músicas a distância recomendada para uma boa experiência de áudio é de aproximadamente três metros do dispositivo. O mínimo é dois metros.

Quem tem uma preocupação maior com a privacidade, dentro das configurações no aplicativo é possível revisar os acessos. O usuário pode pedir para a Alexa apagar tudo o que já falou —com isso, as gravações de voz são excluídas, segundo a Amazon.

Experiência do som

Por falar em música, o alto-falante menor é de 1,6 polegadas (4,06 cm) com direcionamento frontal. A promessa do novo modelo é de sons mais equilibrados, mas por conta da pandemia, não pude comparar com os Echos da geração passada.

Antes de detalhar como foi a minha experiência, adianto que não sou uma usuária assídua de fones de ouvido e alto-falantes supermodernos. Uso fones básicos para o celular ou ouço músicas diretamente do som do smartphone. Por isso, não entrarei tanto nos aspectos técnicos da potência dos aparelhos. Contarei as minhas impressões partindo do uso do dia a dia.

O balanço que eu faço é que o som produzido pelos dispositivos é excelente. Mas existe um preço alto para quem quer mais potência— lembre que o novo Echo 4 custa mais de R$ 700.

Em um dos testes deixei o Echo Dot 4 o tempo todo na sala. Deixei o volume no máximo e foi possível ouvir música com tranquilidade na cozinha, que tem uma parede que separa os cômodos e não tem porta. No quarto também foi possível ouvir confortavelmente com a porta aberta. Com a porta fechada, já foi mais difícil. Dava para ouvir as músicas, mas o som competia com a interferência dos carros passando na rua. Nisso, o novo Echo 4 se saiu bem melhor.

Echo 4ª geração, novo alto-falante da Amazon - Bruna Souza Cruz/Tilt - Bruna Souza Cruz/Tilt
Novo Echo 4 tem maior potência de som
Imagem: Bruna Souza Cruz/Tilt

Segundo a Amazon, o novo Echo mapeia a acústica do espaço e ajusta a reprodução de áudio automaticamente. O som parece que envolve mesmo o lugar. O novo Echo internamente tem um alto-falante woofer (emite sons graves e médias), que está em cima da base, e dois tweeters (tons mais agudos), que ficam mais na parte central.

Acho que ele se sairá muito bem quando as pessoas puderem se aglomerar novamente em churrascos, festas de Natal, de Ano Novo. Tudo junto e misturado com os barulhos externos.

Alexa, acenda as luzes

Os alto-falantes com inteligência artificial se transformam cada vez mais em um centro de controle das casas conectadas. Nos Estados Unidos, por exemplo, isso já está bem difundido. Eletrodomésticos, luzes e até plugues de tomada já ficam todos conectados aos alto-falantes e smartphones.

Por aqui, a oferta de produtos compatíveis ainda é pequena. Mas já vemos há algum tempo tentativas de tornar o uso mais popular. Pena que os valores ainda são altos. O mais comum é a venda de lâmpadas inteligentes compatíveis, com preços variam de R$ 50 a kits acima de R$ 1 mil.

Testei os alto-falantes com uma da linha Philips. Dá para pedir para a Alexa coisas como: acenda a luz, apague a luz e mude de cor (ela tem várias cores, como roxo, vermelho e verde). Também é possível solicitar diferentes tonalidades de branco.

Quando usei os comandos "Alexa, luz mais fraca" e "luz mais forte", ela respondeu que não sabia como definir luz para essa configuração. Mas comandos como "luz suave" e "luz aconchegante" funcionaram. Também é possível configurar a Alexa para acender a lâmpada em determinado horário da manhã com o despertador.

Senti que o segredo da Alexa é explorar diferentes formas de fazer perguntas e passar o tempo com isso. Ela não soube responder quanto tempo falta para acabar 2020, mas fez uma busca para me responder coisas sobre a pandemia, me dando dados de contaminações e mortes.

Custo-benefício

Considerando que os aparelhos Echo não são apenas simples caixas de som, o investimento se torna interessante por alguns motivos. Gostar de ouvir música e/ou podcasts é o principal.

Mas com o aparelho, você ainda ganha uma assistente de voz que fica cada vez mais inteligente nas interações com os humanos. Hoje você pede para ela a previsão do tempo, para ajudar com lembretes, lista de compras. Daqui a um tempo, ela poderá gerenciar quase todos os eletrônicos de sua casa.

Como é uma tecnologia em potencial, exatamente por isso eu não acho que vale pagar os R$ 749 que o Novo Echo (o grande) custa. O aparelho menor atende a maioria das pessoas. Na verdade, dependendo da promoção, eu investiria o meu dinheiro até na geração do ano passado, que ainda tem um som muito bom e é mais compacta. Hoje o Echo Dot 3ª geração custa R$ 349. Mas a Amazon já deu descontos de R$ 100, o que o deixa a compra mais atrativa.

Se você já tem um Echo de 3ª geração, também não precisa trocar agora. As diferenças entre eles são poucas. A não ser que você tenha gostado do formato bolinha e está querendo comprar outros para espalhar pela sua casa.

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