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Coronavírus pode sobreviver até 28 dias no celular, aponta estudo

Imagem: Nulam/Inmetro

Mirthyani Bezerra*

Colaboração para Tilt

12/10/2020 10h15

Se você é uma daquelas pessoas que quase nunca passa um paninho com álcool para higienizar o smartphone, saiba que o coronavírus pode sobreviver até 28 dias na tela do seu celular. Um novo estudo publicado por pesquisadores da agência científica nacional da Austrália no Virology Journal aponta que o vírus responsável pela Covid-19 pode viver por quase um mês na superfície de vidro, aço inoxidável e de cédulas de dinheiro.

Os pesquisadores fizeram testes em condições estritamente controladas dentro do laboratório, o que inclui escuridão total. Nas mesmas condições, o vírus da gripe permanece com potencial infeccioso por apenas 17 dias, de acordo com a pesquisa.

De acordo com o estudo, o coronavírus tende a sobreviver mais em:

  • Temperaturas mais baixas;
  • Superfícies não porosas, tais como vidro, aço inoxidável e vinil;
  • Em cédulas feitas de papel (como nosso rico dinheirinho), mais do que nas de plástico.

Os cientistas descobriram que a uma temperatura de 20ºC, o SARS-CoV-2 é "extremamente resistente" em superfícies lisas como telas de telefones celulares, sobrevivendo até 28 dias em vidro, aço ou notas de dinheiro plastificadas. A 30ºC, a sobrevivência cai para 7 dias e para 24 horas em temperaturas de 40ºC.

O novo vírus sobreviveu a períodos mais curtos em superfícies porosas como o algodão, "até 14 dias em baixas temperaturas e menos de 16 horas em altas", de acordo com os pesquisadores.

Segundo os cientistas, a constatação de que o coronavírus pode permanecer ativo por tanto tempo no vidro foi um achado importante, já que dispositivos com tela sensível ao toque, como telefones celulares, caixas eletrônicos de bancos, caixas de autoatendimento em supermercados e quiosques de check-in em aeroportos são superfícies de contato que podem não ser limpas regularmente e, portanto, representam um maior risco de transmissão para a Covid-19.

Essas superfícies, sugeriram os autores do estudo, devem ser regularmente "desinfetadas, especialmente em ambientes multiusuário".

A equipe afirmou ainda que o estudo comprova que o coronavírus é "extremamente robusto" em comparação com outros vírus. "Essas descobertas demonstram que o SARS-CoV-2 pode permanecer infeccioso por períodos de tempo significativamente mais longos do que geralmente é considerado possível", conclui o estudo.

Apesar dos resultados, os cientistas advertem no entanto que condições reais podem interferir no tempo de vida do vírus. Em entrevista ao periódico britânico "The Independent", Shobha Broor, professora emérita do departamento de microbiologia da Universidade SGT, disse que é preciso atentar para o fato de que o estudo foi feito em um ambiente altamente controlado.

"O próprio estudo mostra que quando tais superfícies entram em contato com a luz ultravioleta (luz solar), a presença do vírus diminui rapidamente", disse Broor.

Além disso, a umidade foi mantida constante em 50% durante os testes feitos pelos pesquisadores australianos. Segundo o estudo, o aumento da umidade também prejudica o vírus.

Segundo o Trevor Drew, diretor do Centro Australiano de Preparação para Doenças— onde o estudo foi realizado—, o tempo em que vírus podem permanecer ativos em superfícies fora de hospedeiros depende de seus tipos, da quantidade, superfície, condições ambientais e da maneira como eles são transmitido (por toque ou por gotículas emitidas pela tosse, por exemplo).

Mesmo assim, Debbie Eagle, uma dos autoras do estudo, afirmou que embora esses fatores não tenham sido levados em consideração nesse estudo, estabelecer quanto tempo o coronavírus pode permanecer viável em superfícies é "crítico para o desenvolvimento de estratégias de mitigação de risco em alta áreas de contato".

*Com a agência de notícias AFP

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