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Do Sol à Terra em oito minutos! Vídeo mostra viagem na velocidade da luz

Vídeo simula fóton saindo do Sol na velocidade da luz - Reprodução
Vídeo simula fóton saindo do Sol na velocidade da luz Imagem: Reprodução

Felipe Oliveira

Colaboração para Tilt

26/08/2020 12h59Atualizada em 30/08/2020 17h03

Chewbacca e Han Solo se sentam no comando da Millennium Falcon, ativam os propulsores e começam a viajar na velocidade da luz, cena repetida diversas vezes durante os filmes da franquia Star Wars. Mas você já imaginou como seria navegar pelo espaço a 299.792.458 m/s?

Claro que é impossível viajarmos a essa velocidade atualmente, mas foi pensando em como seria essa experiência que o diretor e animador americano Alphonse Swinehart produziu o Riding Light, um vídeo de 45 minutos que mostra uma viagem passando por alguns planetas no Sistema Solar.

"Depois de ler alguns livros e documentários de astronomia, eu queria ilustrar como a velocidade da luz é lenta em relação ao vasto universo. Esta animação mostra, em tempo real, a jornada de um fóton de luz emitido do sol e percorrendo uma parte do sistema solar", diz Swinehart no site dedicado ao projeto.

O vídeo traz informações sobre a distância dos planetas para o Sol e o tempo a cada "obstáculo". Em sua jornada de 45 minutos, o fóton passa por Mercúrio, Vênus, Terra, Marte e Júpiter. O próximo planeta seria Saturno, mas para isso o vídeo precisaria ter 1h25. A produção está disponível na página Riding Light.

Para efeito de comparação, para percorrer todos os 778 milhões de quilômetros do Sol até Júpiter, o fóton levou 43 minutos e 16 segundos, pouco menos do que os 45 minutos estimados para uma ponte aérea entre São Paulo e Rio de Janeiro, de aproximadamente 400 quilômetros.

Já o rover Perseverance, que tem como missão descobrir vestígios de vida antiga em Marte, foi lançado pela Nasa no dia 30 de julho e deve chegar ao planeta vermelho apenas no dia 18 de fevereiro de 2021. No vídeo de Swinehart, o fóton leva apenas quatro minutos e 16 segundos para percorrer a mesma distância.

"Tomei liberdade com certas coisas, como o alinhamento de planetas e asteroides, além de ignorar as leis da relatividade sobre o que um fóton realmente 'vê' ou como o tempo é experimentado na velocidade da luz. Mas, no geral, mantive o tamanho e as distâncias de todos os objetos tão precisos quanto possível", disse o diretor ao Washington Post.

Mas o que significa esse "o que o fóton realmente vê"? De acordo com Thiago Signorini Gonçalves, astrônomo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, se estivéssemos dentro de uma espaçonave viajando à velocidade da luz, tudo ficaria achatado na direção da viagem.

"Em um caso muito, muito extremo de velocidade, algo próxima à da luz, os planetas esféricos virariam 'panquecas' para quem vê de dentro da nave", explica.

Diferença no tempo

Claro que seria bem legal poder viajar à velocidade da luz, mas saiba que o tempo passaria diferente para quem está dentro de uma espaçonave a essa velocidade. Segundo o astrônomo da UFRJ, esse é um dos efeitos da teoria da relatividade.

"O que aconteceria é que, para quem estivesse olhando de fora, o tempo é exatamente esse que está no vídeo. Agora, se você estivesse dentro de uma nave viajando quase na velocidade da luz, quanto mais rápido você estiver viajando, mais devagar o tempo passaria", explica.

Isso significa que, para alguém que está na Terra, esperando o viajante chegar vindo do Sol, passariam realmente cerca de oito minutos. Contudo, "para a pessoa que estava dentro da aeronave, poderia parecer que fez uma viagem de cerca de um ou dois minutos", diz o astrônomo.

Em resumo, a pessoa dentro da nave à velocidade da luz contabiliza menos tempo para fazer um percurso imenso no universo se comparado com o referencial de tempo para quem está "estático" na Terra.

"A ciência já mediu isso, é um efeito que acontece. Se você estivesse em uma nave viajando muito rápido pelo Sistema Solar poderia parecer que, para quem está na Terra, tenha passado pouco mais de uma hora para ir do Sol a Saturno, mas para quem está na aeronave, a sensação é de meia hora, por exemplo", finaliza.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, o nome do autor do vídeo é Alphonse Swinehart, e não Swineghart. O texto foi corrigido.