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Vidas negras importam: Linux retira termos racistas de sua programação

ronstik/Getty Images/iStockphoto
Imagem: ronstik/Getty Images/iStockphoto

Mirthyani Bezerra

Colaboração para Tilt

13/07/2020 13h25

O criador do sistema operacional de código aberto Linux, Linus Torvalds, aprovou o uso de uma nova terminologia para códigos de programação que substituam termos como "blacklist", "master" e "slave" (lista negra, mestre e escravo, em inglês). A iniciativa faz parte de um movimento para substituir termos de codificação com referências à escravidão, em meio à onda antirracismo do movimento Black Lives Matter nos EUA após a morte de George Floyd em maio.

Em programação, o termo "mestre" pode se referir a uma versão principal de um projeto de software a partir do qual variações ("escravos") são criadas. A equipe do Linux não ter recomendado nenhum termo de codificação específico, mas Torvalds veio com uma lista de sugestões, como:

  • Primary/secondary (primário/secundário)
  • Main/replica or subordinate (principal/replica ou subordinado)
  • Initiator/target (iniciador/alvo)
  • Requester/responder (solicitante/respondedor)
  • Controller/device (controlador/dispositivo)
  • Host/worker or proxy (anfitrião/trabalhador ou representante)
  • Leader/follower (líder/seguidor)
  • Director/performer (diretor/executor)

As alternativas para "blacklist/whitelist" propostas foram:

  • denylist/allowlist (lista de negação/lista de permissão)
  • blocklist/passlist (lista de bloqueio/lista de passagem)

Os novos termos devem ser usados para novos códigos-fonte escritos para o núcleo Linux e sua documentação —texto que acompanha o software e que explica como usá-lo. Termos antigos só serão permitidos para manutenção e documentação de códigos antigos.

O maior site do mundo para desenvolvedores de software, o GitHub da Microsoft, também tinha anunciado no mês passado que retiraria os termos "master" e "slave" dos seus códigos.

As duas empresas se juntaram a outras de tecnologia e a projetos de código aberto que já removeram termos considerado de conotação racista, com referência à escravidão, substituindo-os para termos neutros. Entre elas estão Twitter, LinkedIn, Ansible, Splunk, Android, Go, MySQL, PHPUnit, Curl, OpenZFS, Rust e JP Morgan.