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Android 11: Google anuncia novo sistema para smartphones; veja as novidades

Estátua do mascote do Android, na sede do Google na Califórnia - Getty Images
Estátua do mascote do Android, na sede do Google na Califórnia Imagem: Getty Images

Helton Simões Gomes

De Tilt

10/06/2020 14h00Atualizada em 10/06/2020 17h25

Sem tempo, irmão

  • Google anuncia Android 11, novo versão de seu sistema operacional
  • A principal novidade transforma o celular em controle remoto para casa conectada
  • Outra delas é que notificações de apps de mensagem serão agrupadas
  • Tocador de mídia poderá transferir música ou vídeo de um aparelho a outro
  • Por privacidade, uso de apps do microfone ou câmera será liberado uma só vez

Depois de dois adiamentos, devidos à pandemia de coronavírus e aos protestos pela violência policial contra negros nos Estados Unidos, o Google enfim lançou o Android 11, a nova versão de seu sistema operacional para dispositivos móveis.

Apresentada nesta quarta-feira (10), a plataforma ganhou novos poderes para agrupar todas as notificações de aplicativos de bate-papo em um só lugar, facilitar o uso de muitos serviços ao mesmo tempo e até transformar smartphones em uma espécie de controle remoto para a casa conectada.

Coronavírus e protestos

O Google enfrentou problemas que atrasaram em pelo menos um mês o anúncio do novo Android, sistema usado por 72,5% dos celulares do mundo, O primeiro deles foi a suspensão do Google I/O, evento anual em que o sistema é a principal estrela. O megaevento para desenvolvedores não ocorreu neste ano para evitar aglomerações.

Em substituição, a empresa iria realizar uma transmissão online ao vivo na semana passada. Ela também foi cancelada por falta de clima, já que os EUA estavam tomados por manifestações pela igualdade racial que começaram após um policial branco matar George Floyd, um homem negro, por asfixia.

Como é de praxe, o Google libera algumas prévias do novo sistema para desenvolvedores. Neste ano, foram duas. Uma em fevereiro, outra em março. Elas contêm funções que podem ou não permanecer na versão final.

Devido ao cancelamento inesperado da apresentação online da semana passada, alguns programadores receberam a versão beta do Android 11. A liberação oficial, no entanto, ocorre a partir desta quarta. Veja abaixo as principais novidades:

Conversas agrupadas em um só lugar

O Android 11 vai mudar o jeito como você encontra os avisos de que uma nova mensagem chegou. As notificações de aplicativos de bate-papo serão agrupadas em uma área reservada dentro do menu no topo da tela.

Será possível ainda indicar que uma conversa é prioritária. Isso fará com que as mensagens trocadas por seus participantes sejam exibidas com destaque. Elas serão mostradas inclusive quando o "Não Perturbe" estiver ativado.

Para o Google, esse rearranjo tornará mais fácil visualizar, responder e gerenciar as conversas. A estratégia, no entanto, é uma forma de a empresa colocar suas ferramentas ao lado de alguns dos aplicativos mais usados pelas pessoas, como o WhatsApp.

Para aproveitar o boom de popularidade das videoconferências, que se tornaram ferramenta indispensável por conta do aumento do home office, a companhia dobrou a aposta em seus serviços de bate-papo online. Abriu a todos o acesso gratuito ao Google Meet, até então permitido apenas para quem pagasse, e liberou o uso de máscaras no modo família do Duo.

Bolhas na tela? É por um bom motivo

O novo sistema também trará a possibilidade de exibir notificações em bolhas, que flutuarão sobre a tela. Ao clicar nelas, o usuário poderá respondê-las ou interagir com elas sem sair do aplicativo que está usando.

Chamada de Bubbles, essa função é, na prática, uma forma de o Google fazer o recurso multitarefas pegar de vez. Ele pega emprestada a lógica de alguns aplicativos, como o Messenger, do Facebook, que já se apoiam na ideia.

Controle remoto da casa inteligente

Muitos smartphones Android já têm um botão que permite acionar o ajudante virtual da empresa, o Google Assistente. Agora, a empresa quer fazer o mesmo com o controle de aparelhos domésticos conectados.

Bastará pressionar o botão de energia para surgir um menu para comandar aparelhos de IoT (sigla em inglês para "Internet das Coisas"). A partir daí, será possível fazer coisas como ajustar a temperatura, acender as luzes ou destrancar a porta da frente sem ter de abrir diversos aplicativos.

É claro que desenvolvedores terão de integrar seus aparelhos a esse sistema, mas essa conexão não é inteiramente nova. O Google já tem o Home, que funciona como um hub para configurar seus aparelhos inteligentes e integrá-los a serviços conectados como Netflix e Spotify.

Talvez esta seja a mais significativa novidade a ser incluída no Android 11, mas é provável que pouca gente a use de fato. Ainda que aparelhos de casa inteligente estejam sendo produzidos por marcas populares no Brasil como Xiaomi, Multilaser e Positivo, o conceito ainda engatinha no país.

Essa central de controle também mostrará métodos de pagamento, cartões de embarque e ingressos de cinema. Segundo o Google, isso é uma forma de transformar o Android em um grande "bolso", onde cabe da carteira digital ao controle remoto para IoT.

Toca aí, DJ

O Android 11 também ganhará um tocador de mídia com poderes renovados. Posicionado acima do menu de controle, ele poderá não só iniciar uma música ou vídeo no próprio celular mas também fazer esses conteúdos tocarem em outro aparelho, como um alto-falante inteligente, videogame ou uma smart TV.

Privacidade controlada

Como uma das maiores preocupações de usuários é com a espionagem de alguns aplicativos sobre sua vida, o Google criou uma jeito desses serviços terem acesso limitado a recursos do celular, como microfone e câmera.

Os controles de privacidade passarão a permitir acesso a alguns componentes dos aparelhos apenas uma única vez. Com isso, todas as vezes que o app for aberto e quiser se conectar às suas fotos, por exemplo, precisará pedir autorização.

Atualmente, já é possível liberar que apps explorem dados dos aparelhos apenas durante o uso. Ok, a nova configuração de privacidade do Android 11 pode exigir um trabalho contínuo do dono do celular, mas, pelo menos não dá uma carta branca para desenvolvedores recorrerem aos seus dados quando quiserem.