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Como funciona a pulseira que monitora e mede temperatura de alunos chineses

Testes da pulseira estão sendo feitos com professores e alunos de 18 escolas do ensino médio no distrito de Fengtai. - Divulgação/Prefeitura de Pequim (beijing.gov.cn)
Testes da pulseira estão sendo feitos com professores e alunos de 18 escolas do ensino médio no distrito de Fengtai. Imagem: Divulgação/Prefeitura de Pequim (beijing.gov.cn)

Gabriel Joppert

Colaboração para Tilt, em São Paulo

12/05/2020 16h05

Sem tempo, irmão

  • Reabertura de escolas em Pequim gera preocupação de novos surtos da doença
  • Uma pulseira inteligente com termômetro é a mais nova ferramenta das autoridades chinesas
  • Máscara, distância interpessoal e medição de temperatura são os pilares da prevenção

Com o gradual retorno às atividades nas grandes cidades chinesas após a quarentena, as autoridades estão redobrando os cuidados para evitar novos surtos da covid-19.

Desde esta segunda-feira (11), a cidade de Pequim começou a testar uma pulseira inteligente para controlar a temperatura dos alunos nas escolas reabertas. A pulseira é apenas uma das muitas medidas de precaução para evitar novos surtos da doença.

O modelo é similar aos que se encontram disponíveis no mercado, usados para monitorar a saúde ou rotinas de exercícios. O bracelete traz embutido um sensor que mede em tempo real a temperatura dos alunos e pode emitir um aviso caso alguém apresente sinal de febre —no caso, temperatura superior a 37,2 graus Celsius.

Os registros de temperatura também ficam armazenados e podem ser acessados pelos pais, pelas escolas ou pelas autoridades por um aplicativo de celular. Os testes estão sendo feitos com professores e alunos de 18 escolas do ensino médio no distrito de Fengtai.

Como o controle é feito?

No horário do intervalo escolar das 12h, todos os alunos vestem a pulseira. A medição coletiva em tempo real é feita e coletada pelos professores em seu celular.

O conjunto dos dados pode então ser transferido a uma plataforma onde podem ser analisados pela secretaria municipal de educação ou acessados pelos pais dos alunos. Antes do fim do intervalo e do início das aulas da tarde, as autoridades competentes seriam avisados em caso de algum alerta. Ao fim do dia, as pulseiras ficam na escola.

A principal vantagem em relação à medição com um termômetro normal é o fato de a avaliação ser quase instantânea, não havendo necessidade de interromper aulas ou atividades para tomar e registrar temperaturas.

O conjunto desses dados também pode ajudar a prever novos surtos do coronavírus ou outras doenças. Li Yanjie, docente na Escola Secundária de Fengtai, diz que além do nome do aluno e da temperatura corporal, nenhuma informação pessoal é armazenada.

Como funciona a pulseira que monitora e mede temperatura de alunos chineses - Divulgação/Prefeitura de Pequim (beijing.gov.cn) - Divulgação/Prefeitura de Pequim (beijing.gov.cn)
Imagem: Divulgação/Prefeitura de Pequim (beijing.gov.cn)

A retomada da atividade escolar na China

Desde o final de abril, o país vem retomando lentamente atividade nas escolas depois de dois meses de ensino a distância. O processo está sendo feito aos poucos e começou com os alunos de ensino médio. No dia 27 de abril, 50 mil alunos voltaram a circular por Pequim e, nesta semana, mais 80 mil alunos estão retornando às escolas.

Cuidados básicos —como a obrigatoriedade do uso de máscara para docentes e alunos— e recursos tecnológicos são os aliados de uma China que quer mostrar ao mundo que está pronta para deixar para trás o fantasma da pandemia. O número máximo de alunos por sala de aula também foi diminuído.

Outras ações chinesas para tentar retomar a vida cotidiana são:

Desde janeiro, a China reportou 83 mil contaminados e 4633 mortos pela Covid-19. Com apenas 17 novos casos registrados hoje, o governo chinês considera que a epidemia está controlada.