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Coronavírus: EUA rastreia celulares para saber quem sai de casa, diz jornal

Itália, Alemanha, Reino Unido e outros já implantaram ou estão pensando em implantar medidas semelhantes - Yura Fresh/Unsplash
Itália, Alemanha, Reino Unido e outros já implantaram ou estão pensando em implantar medidas semelhantes Imagem: Yura Fresh/Unsplash

De Tilt, em São Paulo*

30/03/2020 13h17

De acordo com o jornal Wall Street Journal, os Estados Unidos começaram a usar dados anônimos da localização de milhares de celulares para estudar os movimentos das pessoas durante os bloqueios exigidos pelo governo e como elas podem colaborar para a disseminação do coronavírus no mundo.

Dados anônimos significam que informações de identificação pessoal do usuário, como o nome e data de nascimento, são removidas, mas se tem acesso a outros dados, como a localização.

Pessoas ligadas ao projeto disseram ao jornal que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e os governos estaduais do país já receberam os primeiros dados e análises a partir dos dados de localização sobre a movimentação das pessoas.

Até o momento, o objetivo das ações é descobrir quais locais, mesmo com as recomendações de ficar em casa, atraem muitas pessoas e podem se tornar focos de propagação do vírus no país.

Segundo uma fonte do Wall Street Journal, foi descoberto que pessoas se reuniam no Prospect Park, um parque público do Brooklyn, na cidade de Nova York. Ao saber essas informações, os dados foram entregues as autoridades locais para tomarem medidas cabíveis para evitar aglomerações.

Outra fonte do jornal informou que o objetivo final do projeto é reunir uma espécie de portal onde os funcionários do governo possam ter acesso aos dados de localização de até 500 cidades nos EUA. O jornal não especificou quais são os provedores de dados.

Segundo a agência Reuters, a Apple e a Casa Branca informaram na última sexta-feira (27) que lançarão um aplicativo e um site que fornecerão informações sobre o vírus e responderão as perguntas frequentes dos usuários. A Apple informou que não coletará dados dos usuários, nem enviará informações a nenhuma entidade governamental.

Os EUA não são o primeiro país a utilizar dados anônimos para rastrear a disseminação dos vírus pelo território. Itália, Alemanha, Reino Unido e outros já implantaram ou estão pensando em implantar medidas semelhantes.

No Brasil, uma empresa de geolocalização, em parceria com a prefeitura de Recife, montou uma plataforma que acompanha, em tempo real, a movimentação de cerca de 800 mil pessoas na cidade por meio de seus smartphones.

(Com informações da Reuters)