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Nasa melhora sistema que faz xixi virar água potável para ir até Marte

Sistema de reaproveitamento de urina e suor da Estação Espacial Internacional ganhou um upgrade - Divulgação/NASA
Sistema de reaproveitamento de urina e suor da Estação Espacial Internacional ganhou um upgrade Imagem: Divulgação/NASA

Helton Simões Gomes

De Tilt, em São Paulo

12/03/2020 12h16

Acredite, o xixi dos astronautas é crucial para a humanidade voltar à Lua, conforme planejado para 2024, e pisar pela primeira vez em Marte. Toda a urina é reciclada e transformada em água potável. Para permitir que essas missões sejam cumpridas, a Nasa acabou de enviar um novo sistema de reciclagem à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Água é algo muito pesado para ser transportado em grande quantidade. Por isso, a ISS é equipada com sofisticados equipamentos de reaproveitamento. Nada se perde. Da urina à umidade das cabines até o suor dos trajes espaciais dos astronautas, tudo vira água que pode ser bebida.

Só que, desde que foi instalado em 2008, o processador de urina vem apresentando alguns problemas. Ao longo desses anos, os astronautas perceberam que o equipamento era vulnerável a muito vapor. Isso é um problema, já que o processo de transformação de xixi em água começa com a fervura da urina.

Nós tomamos essas lições em consideração e atualizamos nosso equipamento de destilação de urina para criar um sistema mais confiável para viajar para Lua, Marte e além disso
Jennifer Pruitt, diretora de projeto do Sistema de Suporte à Vida e Controle de Ambiente da Nasa

Não pense que o xixi é fervido e já está pronto para ser bebido. O resultado do reaproveitamento da urina é combinado à água reciclada em outros processos. A partir daí, a água resultante é filtrada de diferentes maneiras e passa por reações químicas de purificação.

O líquido é submetido a sensores elétricos, que testam sua pureza. Se for reprovado, o processo começa de novo. Se a qualidade for atestada, é encaminhada para o tanque de armazenamento, que abastece toda a estação.

Para contornar a fragilidade ao vapor, os engenheiros da Nasa farão alguns ajustes, como instalar um revestimento de teflon e um sensor capaz de medir o nível de líquido no equipamento.

Os materiais necessários para os reparos foram enviados pelo foguete da SpaceX, que decolou nesta segunda-feira (9) rumo à ISS.

Não trocar todo o sistema e fazer apenas adaptações é uma solução para preparar as missões espaciais que deverão ser destinadas à Lua e à Marte.

Melhorar a eficiência e confiança no sistema atual vai diminuir a necessidade de peças de substituição a bordo. Ao requerer menos manutenção, a tripulação vai focar na ciência que tiver à mão
Jennifer Pruitt

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