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Radar acha espaço secreto em túmulo de Tutancâmon que pode ser de Nefertiti

Réplica do busto da Rainha Nefertiti, de cerca de 1.330 a.C - Divulgação
Réplica do busto da Rainha Nefertiti, de cerca de 1.330 a.C Imagem: Divulgação

Mirthyani Bezerra

Colaboração para Tilt

20/02/2020 12h23

Sem tempo, irmão

  • Radar encontrou espaço escondido que pode ser a tumba perdida de Nefertiti
  • A tumba estaria escondida atrás das paredes do túmulo de Tutancâmon
  • Ela teria dois metros de altura e pelo menos 10 metros de comprimento
  • A descoberta é controversa e precisa de maiores investigações

Pode parecer até filme de Hollywood, mas ao que tudo indica a lendária rainha egípcia Nefertiti foi enterrada bem pertinho do faraó Tutancâmon, no Vale dos Reis, no Egito. Uma varredura feita por meio de um radar ao redor da tumba de Tutancâmon revelou a possibilidade de que haja uma câmara funerária secreta, reacendendo as teorias de que o local guardaria os restos mortais da lendária rainha egípcia Nefertiti.

Pesquisadores liderados pelo arqueólogo Mamdouh Eldamaty, ex-ministro egípcio de Antiguidades, usaram um radar de penetração no solo (GPR, sigla em inglês) para escanear a área e identificaram um espaço semelhante a um corredor, até então desconhecido, a alguns metros a leste do túmulo de Tutancâmon. O espaço teria cerca de dois metros de altura e pelo menos 10 metros de comprimento.

A conexão entre as duas câmaras ainda é uma dúvida, mas pesquisadores argumentam que a orientação da câmara secreta — perpendicular ao eixo principal da de Tutancâmon —, sugere que há sim uma conexão, porque túmulos não conectados tendem a estar alinhados em diferentes ângulos. A descoberta foi apresentada ao Conselho Supremo de Antiguidades do Egito (SCA) no início deste mês.

Nefertiti liderou um dos maiores impérios do século 14 a.C. Se tornou rainha após a morte do marido, o faraó Akhenaton, ficou três anos no poder e morreu de causas desconhecidas. Seu sucessor foi o jovem faraó Tutancâmon, que se casou com uma de suas filhas, Anchesenamon.

A possibilidade da existência câmaras secretadas escondidas por trás das paredes da tumba de Tutancâmon já foi investigada diversas vezes, por várias equipes. Mas as descobertas produziram resultados conflitantes, o que fez com que muitos pesquisadores descartassem a teoria.

Contudo, a tumba de Tutancâmon é extraordinariamente pequena para abrigar os restos mortais de um faraó, por isso a equipe de Mamdouh Eldamaty se manteve investigando a existência de câmaras ocultas, acreditando que uma delas seria o local onde o corpo de Nefertiti teria sido enterrado.

Apesar de ter governado como faraó, a tumba de Nefertiti nunca foi encontrada no Vale dos Reis, no Egito.

Zahi Hawass, outro ex-ministro de antiguidades, afirmou em entrevista à Nature que não está convencido de que a descoberta seja a tumba perdida de Nefertiti. Segundo ele, o uso de técnicas geofísicas para procurar tumbas no Egito já gerou falsas esperanças. Ele mesmo, assim como Eldamaty, está procurando por novos túmulos, incluindo o de Nefertiti, mas fazendo uso técnicas mais convencionais.

As investigações de Eldamaty continuam. Ele planeja enviar uma proposta para a SCA para retornar e estudar o local com mais detalhes. Apesar de algumas limitações físicas, como a existência de aparelhos de ar-condicionado, que atrapalham os estudos, ela afirma estar confiante de que usando uma antena diferente e aproximando as leituras, será possível ter mais detalhes sobre o espaço encontrado.