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Muito rolê para Marte e China na Lua: veja 7 missões espaciais para 2020

Roboô Curiosity faz selfie em Marte - Reprodução/NASA
Roboô Curiosity faz selfie em Marte Imagem: Reprodução/NASA

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt, em São Paulo

11/01/2020 04h00

O espaço teve um 2019 bem movimentado, com direito a objetos estranhos como "bola de praia" e slime em órbita, além dos "minicérebros" de uma pesquisa brasileira; o nariz de um foguete sendo recuperado pela primeira vez; a primeira caminhada espacial feminina; e o Brasil também lançou mais um satélite. Este ano promete ser ainda mais emocionante.

Para resumir, espera-se que quatro países enviem robôs a Marte; que empresas privadas levem seres humanos à orbita; e que astronautas da Nasa finalmente pisem na Lua novamente. Separamos sete eventos para você ficar de olho em 2020.

Missões em Marte (julho)

2020 vai ser o ano da exploração de Marte. Há quatro missões diferentes mirando o planeta vermelho. E todas com lançamento previsto para julho, mês em que Terra e Marte estarão em oposição, ou seja, alinhados, reduzindo o tempo e a energia necessários para a viagem.

A maior delas é a Mars 2020, da Nasa, que vai mandar um moderno rover (veículo de exploração de seis rodas, uma espécie de jipe não-tripulado), cheio de instrumentos tecnológicos para desvendar se houve —ou ainda há?— vida marciana.

Já a ESA (Agência Espacial Europeia) e a Roscosmos (Agência Espacial Federal Russa) se uniram para lançar Rosalind Franklin, um rover que leva o nome da injustiçada cientista britânica "mãe do DNA", mas que não levou os devidos créditos por sua descoberta. Claro que Rosalind vai procurar sinais de vida no planeta vizinho.

A China também vai enviar seu próprio rover, chamado Huoxing-1, para examinar a atmosfera e o terreno de Marte por 90 dias. Por fim, a missão Hope Mars, da UAE (Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos), vai lançar um orbitador (espaçonave que não toca o solo) para estudar a química atmosférica.

Commercial Crew (até abril)

Desde 2011, com a aposentadoria do ônibus espacial da Nasa, que astronautas norte-americanos dependem de estrutura russa para viajar ao espaço. Para ir e voltar à Estação Espacial, eles usam bases no Cazaquistão e foguetes russos Soyuz, a um custo que chega a US$ 80 milhões por assento.

Mas isso deve mudar, finalmente, em 2020. A SpaceX e a Boeing estão nas fases finais de demonstrações de voo e testes de segurança para carregar seres humanos em suas naves Crew Dragon e Starliner, respectivamente.

O chamado "Commercial Crew Program" (Programa de Tripulação Comercial, em desenvolvimento desde 2014) espera lançar suas primeiras missões tripuladas ao espaço no primeiro quadrimestre deste ano, usando as bases da Nasa da Flórida e da Califórnia.

Artemis 1 (novembro)

Inicialmente chamada Exploration Mission-1, esta missão da Nasa marcará o primeiro voo com o Space Launch System (SLS, ou Sistema de Lançamento Espacial), o foguete mais poderoso do mundo.

Nesta primeira fase, prevista para novembro, será usada uma versão mais simples do SLA, envolvendo apenas os estágios inferiores, para lançar a cápsula Orion para uma viagem não tripulada de três semanas ao redor da Lua. Em 2022, se tudo der certo, será realizada a missão Artemis 2, com o foguete completo e tripulação a bordo. O objetivo é explorar a Lua e o planeta Marte.

Chang'e 5 (final do ano)

O programa espacial da China começou tarde, apenas em 2003, mas vem com tudo este ano. Duas missões extraterrestres estão programadas para 2020; a primeira é a Huoxing (citada no primeiro item, para Marte), mas a mais audaciosa é a Chang'e 5.

Um rover não-tripulado vai tentar coletar 2 kg de pedras e poeira lunares até o final do ano. Se houver sucesso, serão as primeiras amostras da Lua desde a missão Luna 24, da união Soviética, em 1976.

Constelação de satélites (ano todo)

2020 é o ano em que veremos os efeitos, bons e ruins, das massivas redes de satélites.

Até o final do ano, o Starlink da SpaceX poderá somar 720 minissatélites, formando um sistema global de internet de banda larga. Já a OneWeb, principal competidor da empresa de Elon Musk no segmento de telecomunicações, deve iniciar lançamentos mensais agora em janeiro, podendo chegar a 600 equipamentos em órbita até dezembro.

Apesar do avanço tecnológico que nos disponibilizará, esta megaconstelação artificial causa preocupação entre os astrônomos e especialistas em tráfego espacial.

Protótipo da nave Starship, da SpaceX - SpaceX - SpaceX
Protótipo da nave Starship, da SpaceX
Imagem: SpaceX

Starship (sem data definida)

A reluzente nave Starship, menina dos olhos da SpaceX, poderá, um dia, levar pessoas para turismo em Marte. Mas primeiro ela precisa provar que consegue voar. Elon Musk disse que pretende leva-la para testes a grandes altitudes já em 2020.

Segundo o bilionário, o plano é usar a Starship para três tipos de transporte: de passageiros para a Lua ou Marte; de combustível para reabastecimento de outros veículos; de satélites até a órbita de objetos no espaço para retorno à Terra.

Seu principal diferencial em relação às concorrentes é ser reutilizável (pois, diferente da maioria das espaçonaves, pousa verticalmente e não é destruída no retorno), o que barateia a operação e evita desperdícios de recursos naturais na construção de novos equipamentos.

Lançamento tripulado New Shepard (sem data definida)

Uma das principais rivais da SpaceX na corrida espacial é a Blue Origin, do executivo-chefe da Amazon, Jeff Bezos. E ele está incansável na tarefa de levar turistas ao espaço.

A nave New Shepard já foi lançada 12 vezes com sucesso, seis delas reaproveitando o mesmo foguete. A mais recente, que mandou a cápsula de tripulação (sem tripulantes) à órbita, simulou uma missão com passageiros humanos —e isso deve acontecer de verdade em 2020.

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