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O que fazem as 8 empresas de tec chinesas boicotadas pelos EUA?

Câmera de vigilância da Hikvision, uma das empresas punidas por Trump - Jason Lee/Reuters
Câmera de vigilância da Hikvision, uma das empresas punidas por Trump Imagem: Jason Lee/Reuters

Rodrigo Trindade

De Tilt, em São Paulo

11/10/2019 04h00

Sem tempo, irmão

  • Além da Huawei, outras oito empresas de tecnologia entraram em lista de boicote dos EUA
  • Elas foram punidas por violarem direitos humanos na província de Xinjiang
  • Empresas atuam com vigilância, inteligência artificial , cibersegurança e nanotecnologia

Com direito a prisão da filha do fundador e executivo-chefe Ren Zhengfei, a chinesa Huawei virou foco de uma disputa geopolítica entre China e Estados Unidos. A segunda maior fabricante de celulares do mundo está desde maio na lista de boicote do Departamento de Comércio americano, mas ganhou oito companheiras nesta semana.

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, determinou na segunda-feira (7) que outras oito empresas chinesas se juntassem à Huawei no grupo que é impedido de comprar componentes de fornecedores americanos sem a aprovação governamental.

O argumento para a decisão é que as companhias contribuíram a violações de direitos humanos na província de Xinjiang, situada no oeste da China. Em maio, a ONG Human Rights Watch relatou que produtos destas empresas eram usados pela polícia para vigiar a população local, da minoria muçulmana uigur.

Ao contrário da Huawei, no entanto, é improvável que você conheça o que fazem essas empresas, pois elas trabalham em campos como vigilância por meio de vídeo e reconhecimento facial. É para isso que estamos aqui: Tilt te explica o que fazem as oito empresas punidas por Trump.

Hikvision

Empresa de maior destaque do grupo, ela é a maior fornecedora de produtos de vigilância em vídeo do mundo, tendo 22 subsidiárias uma delas no Brasil. A Hikvision foi fundada em 2001 e tem sede na cidade de Hangzhou. Apesar de ser uma empresa da capital aberto, seu maior acionista é um braço estatal.

Dahua

A Dahua é uma concorrente da Hikvision, atuando exatamente no mesmo campo. Também é uma empresa de capital aberto, fundada em Hangzhou em 2001. As semelhanças não param por aí: o governo chinês é um dos principais acionistas dela. Junto com a Hikvision, a Dahua controla cerca de um terço do mercado mundial de vigilância em vídeo.

SenseTime

Mais jovem que as empresas do ramo vigilância em vídeo, a SenseTime foi fundada em 2014 em Hong Kong. É um "unicórnio", ou seja, uma startup avaliada em mais de US$ 1 bilhão, que trabalha com o fornecimento de serviços de inteligência artificial. Seus produtos são comprovadamente avançados, com destaque para seu algoritmo de reconhecimento facial DeepID.

Megvii

Três anos mais velha que a SenseTime, a Megvii também trabalha com inteligência artificial. Sediada em Pequim, ela desenvolve programas de reconhecimento de imagem e aprendizado profundo (deep learning). Também é um "unicórnio" chinês (nome dado a empresas startups que valem mais de US$ 1 bilhão), com recursos tecnológicos que rivalizam com grandes empresas americanas.

iFlytek

Outra que faz pesquisa e desenvolvimento de inteligência artificial, a iFlytek foi fundada em 1999 e é uma empresa de capital aberto. Em vez de trabalhar com reconhecimento de imagem, sua especialização está em softwares de reconhecimento de voz.

Yitu

De Xangai, fundada em 2012, a Yitu tem é uma concorrente de SenseTime e Megvii: é um unicórnio que atua com inteligência artificial e reconhecimento de imagem.

Meiya Pico

Mais antiga, com 20 anos de mercado, a Meiya Pico se especializa em cibersegurança e na ciência forense digital. Seus produtos são soluções vendidas a "forças da lei e organizações governamentais em todo o mundo", como diz o site oficial.

Yixin Science and Technology

Exceção do grupo e a que tem menos informações disponíveis na internet. Assim como Yitu, Megvii e SenseTime, trata-se de uma startup, mas de uma área completamente diferente: nanotecnologia.

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