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Fala muita besteira nas redes sociais? Isso pode causar sua demissão

Nunca diga nada nas redes sociais que esteja em desacordo com regras da empresa - Estúdio Rebimboca/UOL
Nunca diga nada nas redes sociais que esteja em desacordo com regras da empresa Imagem: Estúdio Rebimboca/UOL

Laura Martins

Colaboração para Tilt

19/09/2019 04h00

Sem tempo, irmão

  • Mulher burlou regra da empresa, criou grupo de WhatsApp para elevar vendas e foi pega
  • Outro funcionário disse em uma segunda-feira que "estaria voltando para a escravidão"
  • Há casos que viraram notícia, como o do diretor dispensado pela Disney por tuítes antigos
  • Vale consultar o Guia de Comunicação da empresa para seguir as regras e diretrizes

O brasileiro ama as redes sociais. Dividir os nossos momentos com amigos e familiares parece um hobby inofensivo, mas pode causar sérios problemas profissionais. Dependendo do teor das mensagens, um simples post pode levar até a sua demissão.

Alguns exemplos? Há os que viraram notícia, como um apresentador que posou de sunga, outro que divulgou que faltou no emprego para assistir ao show de Sandy & Junior, e até James Gunn, diretor da Marvel/Disney que perdeu o cargo por causa de piadas de gosto duvidoso --mas neste último caso, a Disney voltou atrás na decisão.

De acordo com o estudo Global Digital 2019, realizado pela agência We Are Social em parceria com a plataforma de mídia Hootsuite, o Brasil tem 140 milhões de usuários ativos nas redes, representando 66% da população. Então casos de demissão como esses podem pipocar pelo país sem que fiquemos sabendo.

Foi o caso de Amanda*, que perdeu o emprego por causa de um grupo no WhatsApp. Ela trabalhava em uma empresa que fazia intercâmbios esportivos e pediu a um dos sócios para criar um grupo no aplicativo para ter mais contato com os atletas e, assim, converter mais vendas. Apesar da negativa, ela acabou fazendo o grupo escondido.

Mas ela deu azar. Um dos atletas chamava Victor*, assim como seu chefe. Ao incluí-lo no grupo, ela acabou se confundindo e inserindo seu próprio chefe no "aplicativo proibido". Além disso, mandou uma mensagem dizendo que, ainda que aquilo não fosse permitido, eles eram jovens e não ligavam para as regras. A demissão foi certa.

O mesmo acontece com inúmeros exemplos de pessoas que postam em suas redes sociais comentários negativos sobre a empresa ou até mentem dizendo que estão doente e postam fotos em festas ou viagens.

"É importante saber distinguir a vida pessoal e a profissional. Lembrando os objetivos profissionais, ética e respeito a empresa que representa. Vale consultar o Guia de Comunicação da empresa para seguir as regras e diretrizes. Nem todas empresas têm, porém essa ação pode evitar problemas com uso dessas redes", explica o gerente executivo da Page Personnel, Renato Trindade.

O que dá ruim?

Um dos principais erros cometidos, de acordo com o especialista, é expressar opiniões utilizando a empresa, nas quais não compactuam com a postura corporativa ou represente o pensamento da corporação. Como, por exemplo, expor momentos internos da empresa, como festas, eventos ou até mesmo o dia a dia, de forma irrestrita.

Os comentários que podem levar à demissão são muitos, principalmente posts agressivos, racistas, políticos e que incitam a violência.

Ricardo* foi uma das pessoas que teve que demitir um funcionário devido a postagens em redes sociais. Em uma segunda-feira, um de seus colaboradores disse que "estaria voltando para a escravidão". A falta de respeito não deixou outra alternativa ao chefe senão dispensá-lo.

Por outro lado, é importante que as empresas tenham o cuidado de criar um Código de Conduta para que esteja bastante claro ao colaborador que tipo de postagens ele pode —ou não— fazer em suas redes sociais. "Criar um material e orientar é a melhor forma de prevenção. Ainda são poucas corporações que possuem algo claro e definido, porém essa posição aumentará cada vez mais", defende Trindade.

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