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Nasa vai mandar uma nave se chocar com um asteroide para estudar resultados

Satélite OSIRIS-REx capturou imagens super detalhadas do asteroide Bennu - NASA/Goddard/University of Arizona/Lockheed Martin
Satélite OSIRIS-REx capturou imagens super detalhadas do asteroide Bennu Imagem: NASA/Goddard/University of Arizona/Lockheed Martin

De Tilt

18/09/2019 18h11

A Nasa e a ESA (a agência espacial europeia) estão desenvolvendo uma maneira de estudar formas para proteger a Terra de um choque com um possível asteroide. Como? Enviando uma nave para destruir um corpo rochoso que está relativamente próximo do nosso planeta — e que não corre risco para nós — para fazer pesquisas.

Na semana passada, mais de 130 cientistas se reuniram em Roma para uma missão que ficou conhecida como AIDA, que significa "Avaliação de Impacto e Deflexão de Asteroides". A intenção é estudar o impacto para ver se é possível empurrar um corpo celeste que vem em direção à Terra para fora de sua trajetória, caso precisemos um dia.

"Hoje, nós somos os primeiros humanos na história a ter tecnologia para potencialmente impedir que um meteoro atinja a Terra", disse Ian Carnelli, da ESA. "A principal questão que resta ser respondida é: as tecnologias e os modelos que temos são bons o suficiente para realmente dar certo? Antes de dirigir, você precisa ter uma apólice de seguro. Bem, AIDA é a apólice de seguro para o planeta Terra."

O projeto vai começar em julho de 2021, com uma pequena nave (DART) de 500 quilos — e sem tripulação — que terá como destino 65803 Didymos, um asteroide binário. Após 16 meses, o DART vai se chocar com Didymos a mais de 23 000 quilômetros por hora.

O impacto deve ser suficiente para mudar a órbita e a velocidade do corpo rochoso. Um mecanismo será deslocado da DART segundos antes do impacto para tirar fotos da colisão. A NASA ainda utilizará outras tecnologias para lançar a nave até o local correto.

Mas não para por aí. Em 2023, a ESA vai enviar para o mesmo asteroide Hera, cujo objetivo é pousar no Didymos. A sonda usará uma câmera e um termovisor para fazer mais observações da cratera que surgirá após o impacto anterior e avaliar o que aconteceu com o asteroide após a tentativa de deflexão do DART.