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Tentaremos contato pelos próximos 14 dias, diz Índia após sonda desaparecer

Reprodução/YouTube
Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

07/09/2019 15h30

O chefe da ISRO, agência espacial do governo da Índia, Kailasavadivoo Sivan afirmou que pelos próximos 14 dias eles tentarão restabelecer o contato com a sonda que desapareceu durante tentativa de pouso na Lua.

Os cientistas perderam o contato com o módulo de pouso Vikram ontem. Ainda não há informações sobre o que teria acontecido.

"Estamos comprometidos a encontrar uma solução e restabelecer o link de comunicação. (...) Não devemos chamar a missão de fracasso ou revés", ressaltou ele em entrevista ao Times of India.

"O orbitador terá uma vida útil de mais de sete anos e meio, não apenas um ano, como foi dito anteriormente, pois há muito combustível ainda. E há a possibilidade de achar Vikram devido aos equipamentos sofisticados a bordo".

A sonda integrava a missão Chandrayaan-2, iniciada em 22 de julho. O pouso do Vikram estava agendado para acontecer às 17h25. Ao chegar em terreno lunar, ela liberaria um robô que coletaria amostras para pesquisa por duas semanas.

"O primeiro-ministro nos disse que a ciência não deve ficar fechada apenas a resultados, mas a experimentos e experimentos que vão levar a resultados", completou Sivan ao destacar o apoio do governo.

Foram investidos US$ 140 milhões de dólares no Chandrayaan-2, um valor bem inferior aos das demais agências espaciais para uma missão deste tipo.

Com o projeto, a Índia esperava ser o quarto país a chegar à Lua, depois de Estados Unidos, Rússia (antiga União Soviética) e China. Ainda segundo Sivan, o incidente não afetará as demais missões do país, como a Aditya L-1, prevista para o ano e cuja meta é estudar o Sol.

Viagem de 46 dias

Lançado em 22 de julho de uma plataforma na Índia, o módulo de descida Vikram da missão Chandrayaan-2 ficou um mês e meio em rotações ao redor da Terra e, então, da Lua.

A intenção dos cientistas é que, assim que o módulo estivesse imobilizado em solo lunar, um pequeno robô móvel iria explorar nosso satélite. O robô, que funcionará por energia solar durante pelo menos 14 dias, visava coletar amostras da Lua.

Os polos lunares têm temperaturas constantes e água, em forma de gelo, à sombra de enormes crateras. São fatores cruciais para poder instalar futuros centros, imaginados como terrenos de experimentação científica e bases com destino ao planeta Marte.

Até 2022, a ISRO planeja enviar três astronautas ao espaço, o que será seu primeiro voo tripulado. Seus cientistas também trabalham na elaboração de sua própria estação espacial, um projeto que pode se concretizar na próxima década.