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Novo top de linha da Huawei pode ser o 1º sem Android e apps do Google

Problemas com o governo norte-americano causam indefinição em celulares da Huawei - Fred Dufour/Reuters
Problemas com o governo norte-americano causam indefinição em celulares da Huawei Imagem: Fred Dufour/Reuters

Felipe Germano

Colaboração para Tilt

29/08/2019 18h14Atualizada em 29/08/2019 19h45

Sem tempo, irmão

  • Próximo celular da Huawei pode vir sem Android ou apps do Google
  • Empresa ainda não foi liberada a fazer negócios com companhias norte-americanas
  • Problema causou indefinição nos próximos lançamentos da companhia
  • Huawei trabalha com planos B: colocar seu próprio sistema ou versão aberta do Android

Ok, Google, talvez a Huawei tenha que continuar sem você. A próxima grande aposta da fabricante, o Huawei Mate 30, pode vir sem o sistema operacional Android e apps do Google.

De acordo com a Reuters, o celular, que concorreria com tops de linha como o iPhone XS e Galaxy S10, está pronto para ser apresentado em meados de setembro, mas ainda não há uma data de lançamento justamente por causa da indefinição de partes tão cruciais para o produto, como o sistema operacional.

A reportagem aponta que a fabricante chinesa está planejando seguir com o lançamento de celulares top de linha na Europa, mesmo sem poder usar licenças oficiais do Google, como o Android ou até mesmo apps, como o Google Maps.

O problema gira em torno da briga do governo norte-americano com a Huawei —o presidente Donald Trump diz que os aparelhos chineses colocam a segurança dos EUA em risco e boicotou a empresa. Na prática, empresas norte-americanas só podem fazer negócio com a Huawei com uma autorização do governo. E esses oks não estão vindo.

Segundo a Reuters, 130 empresas americanas tentaram fazer uma parceria com a chinesa desde então. Nenhuma foi autorizada.

A questão é que a Huawei usa o Android, sistema do Google, e o banimento tem um impacto direto nisso. Ainda não se sabe se os próximos grandes lançamentos da chinesa poderão usar o sistema operacional da gigante de buscas - incluindo o Huawei Mate 30

O Plano B já anunciado é o investimento em um software próprio, o HarmonyOS, anunciado nas últimas semanas. Outra saída é uma manobra pouco disfarçada: a empresa pode utilizar uma versão aberta do sistema Android. Nesse caso, o software é gratuito e, como não tem vendas envolvidas, fica livre da proibição norte-americana.

O problema maior, no entanto, pode aparecer na Europa. Aplicativos criados pelo Google só podem funcionar no Velho Continente com uma licença paga distribuída pela empresa de buscas. Pagamento significa negócios: ou seja, pode ser proibido pelo governo. Isso significa que os celulares talvez não possam usar aplicações como o Google Tradutor. Isso, de acordo com a Reuters, não impedirá a chinesa de lançar seus aparelhos.

Procurado por Tilt, o Google disse que não comentará o caso. A Huawei afirmou que "não comenta rumores sobre produtos futuros ou ainda não anunciados", mas que está "comprometida com o uso do ecossistema Android para nossos smartphones, a menos que as restrições do Departamento de Comércio dos EUA não permitam".