Topo

Pulseira inteligente: "não sou atleta, mas custo-benefício me surpreendeu"

Esta é a Huawei Color Band A2, que tal? - Arte/UOL
Esta é a Huawei Color Band A2, que tal? Imagem: Arte/UOL

Rodrigo Lara

Colaboração para Tilt, em São Paulo

20/08/2019 04h00

Se você nunca ouviu falar em pulseira inteligente chegou a hora. Se você já ouviu, mas ainda tem dúvidas sobre sua utilidade, vem cá que vou contar minha experiência.

Por um tempo, eu pensei como as usaria, já que não sou exatamente um superatleta e sequer tenho o hábito de usar relógio de pulso. Mas, fiquei intrigado com amigos que não tiravam o gadget e resolvi testar um modelo bem simples, para ver se me adaptava.

Eu optei por uma Huawei Color Band A2, porque era mais barata do que a popular Mi Band da também chinesa Xiaomi. A escolha é uma parte difícil desta tarefa já que existem dezenas delas, das mais diversas marcas e funções.

Comprar um smartwatch não faria muito sentido, já que não costumo sair por aí com um relógio. Por ser menor, a pulseira era uma opção menos incômoda (e cara) para mim.

Também precisava ser algo que sincronizasse com meus outros produtos Android --então algo da Apple, nem pensar.

Quando vi que dava para analisar o sono, comecei a achar mais interessante. Essa tem um sistema de despertador que te acorda aos poucos por vibração --algo muito interessante para quem acorda no susto com um despertador normal.

Além disso, tem funções legais para quem trabalha em escritório, como um aviso periódico para esticar as pernas e tomar um copo de água, e permite ver notificações e mensagens sem precisar tirar o celular do bolso, algo útil para quem, como eu, teme ser roubado em certas situações.

Pesquisei e escolhi o que me parecia ter o melhor custo-benefício. Por US$ 22 (cerca de R$ 90) mais frete (em geral grátis, em sites chineses), pensei: que mal tem?

O desafio que eu imaginava encarar --e que, felizmente, não rolou-- seria encontrar a pulseira totalmente em mandarim. Ela já veio configurada em inglês, o que facilitou bastante o meu primeiro contato.

Enquanto ligar e mexer em funções básicas era intuitivo, precisei recorrer ao manual de instruções para saber como parear o wearable ao meu smartphone.

Novamente, o processo foi mais simples do que imaginei. Bastou baixar um app da própria Huawei --que também é usado para monitorar o uso da pulseira--, ativar o Bluetooth no gadget e fazer o pareamento.

O aplicativo em si é fácil de usar e bem autoexplicativo. Ele reúne um histórico de atividades físicas, trajetos (desde que você esteja com o seu smartphone, uma vez que a pulseira não tem GPS) e sono.

Monocromática, a interface, basicamente, reúne relógio e funções de monitoramento cardíaco e de atividades esportivas. Me parece bem útil para quem pratica corridas, por exemplo, mas não está disposto a gastar muita grana para comprar relógios específicos para esse tipo de atividade.

Tudo é acessado por meio de uma tela sensível ao toque, mas as opções são limitadas. Além do monitoramento cardíaco --que só é feito sob demanda, um ponto contra do gadget--, só é possível acompanhar atividades como corrida e ciclismo. Quem pratica natação (por exemplo, o meu caso) acaba ficando de fora, já que a pulseira não é à prova d'água.

A bateria dura muitos dias, então você não precisa se preocupar em carregar o tempo todo.

Mesmo com essas limitações --e, claro, com uma precisão de monitoramento inferior ao de modelos de relógios e pulseiras inteligentes mais caros--, a pulseira da Huawei me acompanhou no dia a dia por um bom tempo sempre que eu saía de casa.

Além de servir para eu ter relatórios de eventuais atividades físicas, ela funciona bem como relógio e evitou que eu tirasse o meu smartphone do bolso a todo momento.

No fim, o que eu menos usei foi a função de monitoramento de sono. Não por um problema de funcionalidade do gadget ou do app, mas por eu me mexer bastante durante a noite. Na primeira --e última, confesso-- tentativa de uso, acabei arranhando o rosto após raspar a pulseira nele.

O que não dá para negar é que o dispositivo pode, sim, ser útil para atletas de final de semana ou, simplesmente, para quem quer um relógio diferente e discreto. A única recomendação neste sentido é comparar bem os modelos disponíveis.

Como esse tipo de gadget evolui rapidamente, é possível encontrar pulseiras mais completas - a Mi Band 4, por exemplo, tem display colorido, NFC e é à prova d'água - por cerca de R$ 100 (conversão do yuan, sem taxas, nem impostos).

A boa notícia é que até dá para comprar do Brasil, apelando para marketplaces. A ruim é que vem lá da China e você terá de esperar pouco mais de 20 dias para ela chegar (se você for pensar que veio do outro lado do mundo, nem é tanto tempo).

Existem outros modelos que você encontra em marketplaces que já importaram o produto e entregam do Brasil. O problema é que, como não são vendidos oficialmente, eles não têm garantia por aqui.

Entenda a tecnologia por trás das nossas coisas

Leia mais

Eletrônicos (in)úteis, robôs e mais bugigangas...

Gadgets que queremos