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O que o número 3 no comando do Facebook veio fazer no Brasil?

Nick Clegg, ex-primeiro ministro do Reino Unido que virou vice-presidente do Facebook, durante discurso em Berlim, na Alemanha. - Tobias Schwarz/AFP
Nick Clegg, ex-primeiro ministro do Reino Unido que virou vice-presidente do Facebook, durante discurso em Berlim, na Alemanha. Imagem: Tobias Schwarz/AFP

Helton Simões Gomes

De Tilt, em São Paulo

16/08/2019 16h41

Sem tempo, irmão

  • Nick Clegg, vice-presidente de assuntos globais do Facebook, está entre nós
  • Acima dele na rede social, só Mark Zuckerberg e Sheryl Sandberg
  • A empresa tomou uma multa de US$ 5 bilhões por descuidar da privacidade
  • Após passar pelo México, Clegg veio ao Brasil para contar que o Facebook mudou
  • A empresa agora defende que governos regulamentem suas atividades...
  • ... e está mudando seus aplicativos para que protejam as informações de usuários

Quando falamos em Facebook, sem dúvida o rosto mais conhecido é de seu cofundador e executivo-chefe, Mark Zuckerberg. Já a operação da empresa é tocada por Sheryl Sandberg e, desde outubro do ano passado, as comunicações do Facebook e o meio de campo com reguladores do mundo todo são feitas por Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido. Nesta semana, ele faz sua primeira viagem à América Latina no posto.

Após passar pelo México, o vice-presidente de assuntos globais e comunicações da rede social —e terceiro na cadeia de comando— veio ao Brasil, onde se reuniu nesta quinta-feira (16) com entidades da sociedade civil, acadêmicos, parceiros do Facebook e outras empresas de tecnologia.

Na rápida passagem pelo país, o executivo tinha a missão de explicar o seguinte: como a rede social atuará após a onda de críticas à forma como lida com a privacidade que culminou na multa de US$ 5 bilhões, aplicada pela Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla em inglês), agência dos Estados Unidos?

Os eventos de que o executivo participou não foram abertos à imprensa. Mas segundo apurou Tilt, Clegg contou que o Facebook está mudando processos internos para que não ocorra —ou evitar ao máximo— um novo escândalo da Cambridge Analytica, consultoria política que extraiu dados de mais de 80 milhões de usuários da rede social para criar estratégias para a campanha eleitoral de Donald Trump e do plebiscito britânico Brexit, em 2016.

Clegg abordou dois pontos já apresentados anteriormente por Zuckerberg. O primeiro deles é a defesa de que cabe a entidades governamentais regulamentar conteúdos agressivos, além da integridade das eleições, da privacidade e da portabilidade de dados pessoais entre plataformas. Este último item passou a ganhar leis próprias na Europa, no Brasil e outras regiões.

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Veja o que disseram

O segundo deles é a estratégia do Facebook para seu próprio negócio, que focará na unificação do sistema de seus aplicativos. Isso fará com que todos tenham criptografia de ponta a ponta, o que protege as mensagens de serem interceptadas.

Ao mesmo tempo, permitirá que conteúdos sejam trocados entre eles —como por exemplo, enviar mensagens do WhatsApp para o Instagram. A empresa espera que a privacidade aumente, mas ainda é pouco claro como a integração entre apps e a criptografia funcionarão harmonicamente.

Entre as organizações da sociedade civil presentes estavam Safernet, Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) e Internet Lab. Do lado dos acadêmicos, Pablo Ortelado (USP) e Rafael Mafei (USP) participaram do debate. Também havia pesquisadores das áreas da psicologia e saúde —afinal, a recente mudança no Instagram, que deixou de exibir o número de "curtidas" em postagens, foi feito com o objetivo de preservar a saúde mental dos usuários.

Também participaram do evento agências de checagem de fatos, como Aos Fatos e Comprova, além da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

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