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Sony fecha fábrica de celulares na China; no Brasil, aparelhos "saem do ar"

Visitante analisa os smartphones Sony Xperia 1 exibidos no Mobile World Congress (MWC) em Barcelona - Josep Lago/AFP
Visitante analisa os smartphones Sony Xperia 1 exibidos no Mobile World Congress (MWC) em Barcelona Imagem: Josep Lago/AFP

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo *

30/03/2019 12h14

Resumo da notícia

  • Sony fecha fábrica em Pequim até o final do mês; fonte não cita demissões
  • No Brasil, empresa retirou quase todos os celulares de seu canal de vendas
  • Único modelo à venda no site de compras oficial da marca é o XZ2 Compact

A Sony está fechando sua fábrica de smartphones em Pequim, disse um porta-voz à "Reuters" nesta quinta-feira (28). A novidade surge em um momento em que a gigante japonesa de eletrônicos reduz custos em uma tentativa de tornar o negócio de celulares --que está perdendo dinheiro-- rentável a partir do próximo ano.

No Brasil, a empresa retirou quase todos os seus celulares de seu canal de vendas, gerando especulações de que pode deixar de vender seus smartphones no país.

O porta-voz da Sony disse que a decisão de fechar a fábrica chinesa não está relacionada às tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A produção vai parar até o final do mês, acrescentou ele, sem dizer quantos empregos seriam afetados pela decisão.

Após o fechamento, a Sony só fabricará smartphones em uma fábrica na Tailândia, mas continuará terceirizando parte da produção para "fabricantes contratados", disse o porta-voz, que não quis se identificar.

A operação de celulares é um dos poucos pontos fracos da Sony e está enfrentando uma perda de 95 bilhões de ienes (US$ 863 milhões) para o ano fiscal, que se encerra neste mês.

Alguns analistas afirmaram que a Sony deveria vender o negócio de smartphones devido à forte competição de preços com rivais asiáticos. A empresa tem uma participação de mercado global de menos de 1%, embarcando apenas 6,5 milhões de aparelhos neste ano financeiro, principalmente para o Japão e a Europa.

Mas a Sony disse que não tem intenção de vender, já que espera que os smartphones sejam uma parte central das redes sem fio de quinta geração, onde carros e vários dispositivos podem ser conectados. O objetivo é tornar o negócio lucrativo no ano fiscal que se inicia em abril de 2020.

O site brasileiro da Sony Mobile ter retirado todas as páginas que descreviam as fichas técnicas dos aparelhos e redirecionou para a página de suporte dos modelos antigos - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

E no Brasil?

Especulações sobre a Sony estar retirando sua divisão de celulares no Brasil cresceram após a descoberta de que o site brasileiro da Sony Mobile ter retirado todas as páginas que descreviam as fichas técnicas dos aparelhos. Atualmente, redireciona para a página de suporte dos modelos antigos.

Além disso, o único modelo à venda no site de compras oficial da marca, a Sony Store, é o Xperia XZ2 Compact, além de alguns acessórios. Os demais smartphones da marca aparecem como "produto indisponível". Por fim, a página do Facebook da Sony Mobile Brasil saiu do ar sem mais explicações.

O único modelo à venda no site de compras oficial da marca, a Sony Store, é o XZ2 Compact, além de alguns acessórios - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Até o começo deste ano, o site sonymobile.com/br trazia modelos como o Xperia XA2 e o XA2 Ultra, além do Xperia XZ2 e XZ2 Compact. Isso pode ser checado no site "Wayback Machine", que trazia os nomes dos modelos em uma captura de tela feita em 21 de fevereiro.

O último lançamento em celulares da Sony no Brasil foi a linha top de linha Xperia XZ2 e XZ2 Compact., em maio do ano passado. Os demais modelos lançados posteriormente no exterior, como o próprio XZ3, não têm previsão de lançamento no país.

A postura da filial brasileira da Sony nos últimos dois anos foi apostar nos segmentos intermediário-premium e premium. Seus recentes celulares top de linha trouxeram boas inovações como supercâmera lenta e escaneamento de objetos em 3D, mas a maioria dos modelos chegou custando no Brasil acima de R$ 3.000 e teve dificuldades para superar a Apple e Samsung dentro deixa faixa de preço.

Perguntada se iria mesmo retirar sua divisão de smartphones do Brasil, além dos motivos para essas mudanças em seus canais online, a Sony apenas respondeu, por sua assessoria de imprensa, que "não comenta especulações".

* Com agência Reuters