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Moto Z Play é celular quase top com superbateria que dura três dias

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

01/02/2017 04h00Atualizada em 25/09/2018 12h22

O Moto Z Play é o celular da Lenovo pensado para ser um "Moto Z barato", isto é, uma versão mais acessível do top de linha da marca. Ele sai por R$ 2.100, enquanto o premium custa R$ 2.900 --R$ 800 de diferença.

O Play também aceita os caprichados acessórios do modelo top, que dão mais recursos ao smartphone. Ou seja, você pode optar por investir nos Motos Snaps (peças com funções específicas para turbinar o aparelho, como projetor de vídeo, câmera com zoom ótico, bateria extra ou alto-falante). 

O visual dos dois modelos é bem parecido, tirando alguns detalhes de cor na parte traseira e na lateral (o Z é mais escuro e o Play tem traseira de vidro). A diferença está mais no peso --o Z pesa 136 g, contra 165 g do Play-- e na espessura --o Z tem 5,19 mm, contra 6,99 milímetros do Play.

Ainda assim o Moto Z Play é mais agradável de segurar. E o peso extra não é notado, a menos que você tenha um Moto Z na outra mão. 

Moto Z Play - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Agora, o grande lance do intermediário é a bateria de 3.510 mAh. 

Existem outros modelos que no papel têm mais carga, como o Zenfone 3 Max, da Asus (4.100 mAh), e o Galaxy A9 Pro, da Samsung (5.000 hAh). Mas o nosso teste com o Moto Z Play foi bem impressionante.

Ele aguentou três dias incompletos (cerca de 55 horas) longe do carregador em uso moderado --isto é, navegando rapidamente na internet ou checando notificações, ficando em stand-by a maior parte do tempo. Com uso mais intenso da internet e da câmera, isso não se repetiu, claro, mas ainda foi bem: durou um dia completo e ainda sobrou uns 20% a 30% para o dia seguinte.

Design

No dia-a-dia, o Play traz poucas diferenças de desempenho em relação à linha Moto G, mais básica. Não é tão ágil quanto o Moto Z, mas dá conta do recado com processador Snapdragon 625 octa-core (2 GHz de velocidade) e 3 GB de memória RAM, que auxilia quando estamos usando vários programas ao mesmo tempo e no carregamento de dados.

Quando o aparelho passou por testes de estresse, com uso constante da câmera ou durante um jogo, aconteceram alguns travamentos. Ao jogar o "Dots", que nem é dos games mais pesados, houve momentos de tela preta e aquecimentos.

Um ponto positivo do Moto Z Play é o fato de ele não ter sacrificado a entrada para fone de ouvidos de 3,5 mm, aquela que foi abandonada pelo iPhone 7 e pelo próprio Moto Z. No entanto, assim como o Z, o Play usa a porta USB Type-C, adotada nos novos modelos de Android. Ou seja, se seus carregadores são no formato antigo microUSB, você vai ter que andar por aí com o carregador original do Moto Z Play.

Câmera

A câmera de 16 MP do Z Play é bem funcional, sendo praticamente a mesma do Moto G4 Plus. Ela traz autofoco laser (mais rápido em condições escuras) e abertura de luz máxima de 2.0. O truque de abri-la rapidamente com uma giradinha do pulso (no melhor estilo tchauzinho de miss), presente em quase todos os modelos recentes da Lenovo, também funciona aqui.

Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play
Imagem: Márcio Padrão/UOL

São boas especificações para fotos, mas na prática, às vezes, acontece uma dificuldade para acertar a luz ao ar livre em um dia nublado, por exemplo. O programa tem uma ferramenta de balanço de brilho que ajuda, mas não muito. Demora um pouco até ele achar a luz adequada.

Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play
Imagem: Márcio Padrão/UOL

Com o Z Play, testamos ainda o Moto Snap Hasselblad True Zoom, acessório que "fortifica" a câmera nativa do smartphone. Entre outras coisas, ele permite um zoom ótico extra de 10x, flash xenon (mais balanceado que o do celular) e grava fotos no formato de alta qualidade RAW.

Fotos tiradas no Moto Z Play sem o Hasselblad True Zoom (à esquerda) e com o módulo (à direita) - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Fotos tiradas no Moto Z Play sem o Hasselblad True Zoom (à esquerda) e com o módulo (à direita)
Imagem: Márcio Padrão/UOL

O resultado foi bom, mas não impressionante para um acessório destinado especialmente para isso. O balanço de cores melhora, e as fotos parecem ter menos ruído. Mas com a Hasselblad a resolução do sensor cai de 16 MP para 12 MP e a abertura máxima é de f/3,5, enquanto a do Z Play é de f/2,0.

Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play
Imagem: Márcio Padrão/UOL

Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play - Márcio Padrão/UOL - Márcio Padrão/UOL
Foto tirada com câmera traseira do Moto Z Play
Imagem: Márcio Padrão/UOL

Fora que o acessório é bem pesado (145 g) e custa R$ 1.500 no Brasil. Tudo sai muito mais caro que uma boa câmera fotográfica que caiba no bolso. 

Moto Z Play com Moto Snap Hasselblad True Zoom - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

O melhor e o pior dos dois mundos

O Moto Z Play é um produto limite entre o intermediário e premium, e por conta disso acaba agregando as melhores e piores coisas desses dois perfis de celulares. 

Os pontos positivos: trazer configurações acima da média --3 GB de memória RAM, sensor de impressão digital e bateria incrível-- por um preço "interessante", isto é, bem abaixo das fortunas cobradas pelos aparelhos top de linha, mas devendo muito pouco a eles. E os Moto Snaps não deixam de ser um diferencial de mercado.

Os pontos negativos: os travamentos podem incomodar quem for muito exigente, a câmera poderia ser bem melhor e o preço pode até ser justo na situação atual do mercado, mas ainda é inacessível para muita gente.

Parte do público-alvo do Moto Z Play pode preferir um modelo na mesma faixa de especificações mas com preço melhor como o Zenfone 3 (Asus); ou um intermediário com especificações um pouco inferiores mas mais barato, como o Moto G4 Plus (Lenovo), ou o Galaxy A7 2016 (Samsung), que custam cerca de  R$ 1.500. Já o Galaxy A9 (Samsung), que custa R$ 2.300,00, é o concorrente direto, com configurações e preços similares.

Direto ao ponto: Moto Z Play

Tela: 5,5 polegadas Full HD
Sistema Operacional: Android 6.0
Processador: Qualcomm Snapdragon 625 octa-core de 64 bits (2 GHz)
Memória: 32 GB de armazenamento interno (cartão microSD de até 2 TB) e 3 GB de RAM
Câmeras: 16 MP (principal) e 5 MP (frontal)
Dimensões e peso: 156,4 x 76,4 x 6,99 mm; e 165 g
Bateria: 3.510 mAh
Preço sugerido: R$ 2.199
Pontos positivos: acesso a Moto Snaps; sensor de impressão digital; bateria de longa duração
Pontos negativos: um pouco pesado; desempenho com eventuais engasgos