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Vale mais a pena comprar o iPhone 7 no Brasil ou no exterior? Veja cuidados

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Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/11/2016 06h00

Com quase dois meses de diferença do início das vendas nos Estados Unidos, os iPhones 7 e 7 Plus finalmente chegam ao Brasil a partir desta sexta-feira (11). Os preços dos aparelhos estão entre R$ 3.499 (modelo 7 com 32 GB) e R$ 4.899 (7 Plus com 256 GB). Será que não compensa comprá-lo no exterior?

Na terra do tio Sam, o lançamento da Apple pode ser comprado por partir de US$ 649 (cerca de R$ 2.155). O que representa uma economia de R$ 1.344 no modelo mais básico do iPhone. As diferenças são ainda maiores considerando as versões mais potentes do iPhone e podem chegar a quase R$ 1.682.

Com o valor da economia é possível até bancar uma viagem para Miami, incluindo passagem área de ida e volta e a hospedagem de três dias, em um pacote em agência de viagens.

Atenção aos preços no Brasil e nos Estados Unidos (segundo a cotação do dólar do dia 8 de novembro):

  • iPhone 7 de 32 GB: R$ 3.499 e US$ 649 (R$ 2155)
  • iPhone 7 de 128 GB: R$ 3.899 e US$ 749 (R$ 2.487)
  • iPhone 7 de 256 GB: R$ 4.299 e US$ 849 (R$ 2.818)
  • iPhone 7 de Plus 32 GB: R$ 4.099 e US$ 769 (R$ 2.553)
  • iPhone 7 de Plus 128 GB: R$ 4.499 e US$ 869 (R$ 2.885)
  • iPhone 7 de Plus 256 GB: R$ 4.899 e US$ 969 (R$ 3.217)

Os preços dos aparelhos não incluem taxas estaduais norte-americanas, que são cobradas por alguns Estados. Outros Estados dão o reembolso das taxas aos estrangeiros, mas não são todos.

Regras fiscais

Mas, se você está considerando a compra do aparelho no exterior, é preciso se atentar às regras fiscais brasileiras, que estabelece um limite de US$ 500 (cerca de R$ 1.600) por pessoa do que pode ser trazido sem pagamento de imposto de importação. A taxa cobrada é de 50% sobre o valor que exceder o teto.

Ou seja, além de pagar os US$ 649 do valor do produto, por exemplo, o usuário ainda teria que desembolsar mais US$ 74,5 de imposto (50% sobre os US$ 149 que excedem o valor-limite). Mas, mesmo considerando esse acréscimo, ainda é mais vantajoso comprar o aparelho nos Estados Unidos, que sairia por cerca R$ 2.402 —uma economia de R$ 1.097 em relação ao valor vendido no Brasil.

Veja abaixo os valores dos aparelhos com o acréscimo do imposto:

  • iPhone 7 de 32 GB: US$ 649 + US$ 74,5 = US$ 723,5 (R$ 2.402)
  • iPhone 7 de 128 GB: US$ 749 + US$ 124,5 = US$ 873,5 (R$ 2.900)
  • iPhone 7 de 256 GB: US$ 849 + US$ 174,5 = US$ 1.023,5 (R$ 3.398)
  • iPhone 7 de Plus 32 GB: US$ 769 + US$ 134,5 = US$ 903,5 (R$ 3.000)
  • iPhone 7 de Plus 128 GB: US$ 869 + US$ 184,5 = US$ 1.053,5 (R$ 3.498)
  • iPhone 7 de Plus 256 GB: US$ 969 + US$ 229,5 = US$ 1.198,5 (R$ 3.979)

É possível se isentar do pagamento do imposto

Ainda assim há uma forma de o produto —mesmo excedendo a cota— entrar no país sem o pagamento do imposto. Como aponta José Roberto Adalardo de Oliveira, auditor fiscal da Receita Federal, os bens considerados usados ou de uso pessoal terão direito à isenção, sendo permitido uma máquina fotográfica, um relógio de pulso e um telefone celular por viajante.

"O smartphone precisa obrigatoriamente estar em uso, o que inclui o chip de uma operadora", afirma ele, que diz que não é nem preciso se livrar da caixa do aparelho —como muitos viajantes acabam fazendo com medo de ser taxado. "Vale ressaltar, no entanto, que ele não pode ter mais nenhum outro aparelho em sua bagagem."

Quem não seguir as regras corre o risco de pagar o dobro da tributação ao ser flagrado na alfândega. Isso porque, além do imposto, será cobrada uma multa também no valor de 50% do excedente do limite. "Um valor que acaba caindo para 25%, já que o pagamento deve ser realizado no ato do desembarque e a legislação prevê um desconto para quitações feitas em até 30 dias —contados a partir da aplicação da multa", explica Oliveira.

E se você tiver que pagar a multa, o seu iPhone vai acabar custando US$ 760,75 (R$ 2.526), não mais US$ 723,5. É importante guardar as notas fiscais de todos os produtos comprados, para a comprovação dos gastos e para a tributação exata das compras. Caso contrário, a Receita Federal tributa as compras a partir da média do valor de mercado —o que pode acabar com possíveis descontos que possa ter conseguido.

Bens comprados nas lojas do Free Shop de desembarque não precisam ser declarados e não entram na cota de US$ 500 por pessoa. Na dúvida, o ideal é consultar o Guia do Viajante, disponível no site da Receita Federal.

O aparelho comprado no exterior vai funcionar no Brasil?

A questão ganhou destaque no lançamento do iPhone 5, em 2012, já que muitos brasileiros foram surpreendidos com a incompatibilidade dos aparelhos comprados nos Estados Unidos com a rede 4G do Brasil. Essa já não precisa mais ser uma preocupação. "Os modelos lançados a partir de 2013 passaram a ser multifrequencial", aponta João Carlos Fernandes, professor de computação do Instituto Mauá de Tecnologia.

Ainda assim o especialista alerta para a possibilidade de os aparelhos comprados no exterior serem "bloqueados" pelo Sistema Integrado de Gestão de Aparelhos, programa da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) em parceria com as principais operadoras do país para combater aparelhos piratas. A questão é que o bloqueio se estende a qualquer celular que não seja homologado pela agência nacional.

Historicamente, apenas o primeiro iPhone, lançado em 2008, não chegou ao Brasil. Todos os outros 12 modelos entraram no mercado brasileiro com a autorização da agência. Não deve ser diferente com os aparelhos recém-lançados.

Outra coisa a se considerar é a incompatibilidade do carregador do aparelho com o peculiar padrão de tomadas do Brasil. Portanto, é bem provável que você precise de um adaptador sempre a postos para conectar o dispositivo na tomada.

Por fim, um cuidado não menos importante está relacionado à garantia e à assistência técnica Em nota, a Apple afirmou que todo produto homologado no Brasil (incluindo os comprados no exterior) possui suporte no país. "No caso de iPhone, desde o ano passado, os produtos comprados nos EUA, por exemplo, que não são homologados no Brasil, têm suporte. O consumidor deve estar de acordo que o reparo pode gerar um substituto nacional."