Com Xperia X e XA, Sony segue com bons celulares que não valem o que custam
A Sony lançou recentemente dois smartphones intermediários na mesma toada dos seus lançamentos recentes: boas configurações, preços absurdos. O Xperia X --que a Sony diz posicionar no segmento premium-- tem bom processador, câmera de 23 MP e impressionantes 64 GB de armazenamento. Já seu "primo pobre", o Xperia XA, é o típico celular médio: 16 GB de memória e câmera de 13 MP. Agora os preços sugeridos não são nada acessíveis: R$ 3.799 e R$ 1.799, respectivamente.
Novos aparelhos lançados no Brasil estão com altos preços e as razões são já velhas conhecidas. O dólar subiu no último ano, a crise econômica continua atacando e a Lei do Bem, que desonerava aparelhos em certas faixas de preços, acabou em 2015 e voltou temporariamente neste ano. Mas mesmo levando tudo isso em conta, ainda é difícil entender porque a Sony cobra preços tão acima da média geral.
No teste do UOL para o Xperia X e o XA, o primeiro apresentou um desempenho ótimo e seria uma opção bem atraente se comparado aos aparelhos de mesmo perfil, como o Moto X Style da Motorola, o Galaxy A7 da Samsung ou o Zenfone 2 da Asus. O segundo, mais modesto, mas ainda decente, disputaria bem com o Moto G4 Plus, Galaxy J7, ou o Lenovo Vibe K5.
Porém, é só pensar nos preços muito maiores em comparação ao dos modelos citados --principalmente no caso do Xperia X-- para o custo benefício não valer a pena. Mas estamos nos adiantando.
O teste
Tanto o Xperia X quanto o XA seguem a escola de design minimalista da Sony: retangulares, finos, sem botões físicos na frente. O X tem corpo em alumínio, enquanto o XA usa plástico na traseira. Um recurso novo de ambos é a tela de vidro curvado, que ajuda na pegada. E como sempre, são muito lisos: escorregam facilmente nas mãos. Mas pelo menos aguentam pancada; o X ficou com alguns riscos na beirada após algumas semanas de uso, mas fora isso, tudo bem.
Dos celulares Sony testados pelo UOL, eles parecem menos trambolhentos que a média. Claro, ainda são um pouco compridos demais e ganhariam mais milímetros de tela se abrissem mão das bordas largas de um centímetro acima e abaixo na parte frontal. Mas o fato de ter vidro curvado foi um ponto positivo: de fato melhorou o manuseio, tirando aquelas arestas meio afiadas dos modelos antigos.
A tela tem cinco polegadas em ambos, mas o X tem resolução Full HD, enquanto o XA traz apenas HD. Para o usuário médio, a diferença entre as duas resoluções nem sempre é perceptível, mas neste caso, dá para sacar rápido. A tela do X tem mais pixels por polegada e também traz uma tecnologia chamada Triluminos, usada na linha de TVs Bravia da Sony, que reforça as cores --mais ou menos como nas telas AMOLED dos celulares Samsung. Na comparação, a tela do XA parece bem mais... apagada.
Outra diferença evidente fica na performance de ambos. O Xperia X vem a combinação de processador Snapdragon 650 (hexa-core, velocidade de 1,8 GHz) mais 3 GB de memória RAM; o XA, MediaTek Helio P10 (octa-core, 2,0 GHz) mais 2 GB. Apesar do chip do XA ter clock um pouco superior e mais núcleos que o do X, os Snapdragon costumam ser mais rápidos que os MediaTek do mesmo perfil --no caso, celulares intermediários. E foi o que aconteceu aqui.
E o 1 GB de RAM a mais também favorece o X, fazendo com que ele rodasse vários apps e games sem problemas enquanto o XA tivesse alguns segundos de diferença para executar as tarefas. O touch do XA também parece levemente menos fluido que o do irmão mais velho. Ambos rodam o Android mais recente --6.0, modificado pela Sony.
Sobre câmeras, novamente o X é superior, com seus 23 MP que honram a tradição da Sony de ser competente nesse quesito. Os disparos são rápidos e precisos graças ao autofoco híbrido inteligente --o mesmo do Xperia Z5-- e geram imagens de bom contraste. Só peca um pouco em ambientes pouco iluminados. E a do XA? A resolução máxima é menor --13 MP-- e as fotos ficam um tanto mais granuladas e borradas. Ambas são boas câmeras intermediárias que dão pro gasto em boas condições de luz.
Na usabilidade e som, dessa vez ambos perderam pontos. Enquanto o X traz como vantagens um botão liga/desliga com sensor de digitais e áudio na parte frontal, o XA não traz o tal sensor e seu alto-falante fica em uma posição ruim, na beirada inferior do aparelho. Mas o X também tem problemas: seus botões de volumes ficam em uma estranha posição, na beirada à direita, na metade de baixo do corpo. Então se você estiver jogando algum jogo com uma única mão, são grandes as chances de aumentar ou reduzir drasticamente o volume com um movimento mais brusco.
Mas por que tão caro?
Não é apenas no Brasil que os celulares da Sony estão tão caros. Para se ter uma ideia, nos EUA o Xperia X iniciou a pré-venda em US$ 500, enquanto um de seus concorrentes, o Moto X Pure Edition, começou em US$ 399, e hoje podem ser achados por US$ 299.
O Xperia XA, por R$ 1.799, é só cerca de R$ 300 mais caro que os outros aparelhos da sua faixa. A exceção é o Lenovo Vibe K5, que à venda por R$ 800 atualmente tem um custo-benefício difícil de superar. Mas a situação muda bastante no Xperia X: ele custa cerca de R$ 1.000 mais caro que o iPhone SE ou o Galaxy S7, muito superiores ao da Sony. Os celulares da empresa japonesa dificilmente conquistarão o coração do brasileiro dessa forma.
Direto ao ponto: Sony Xperia X e XA
- Tela: 5 polegadas Full HD (X) e HD (XA)
- Sistema Operacional: Android 6.0 Marshmallow
- Processador: Qualcomm Snapdragon 650 (X) e MediaTek Helio P10 (XA)
- Memória: 32 GB (X) e 16 GB (XA) com expansão (cartão microSD) de até 200 GB
- Memória RAM: 3 GB (X) e 2 GB (XA)
- Câmeras: 23 MP e 13 MP (principal e frontal do X), 13 MP e 8 MP (principal e frontal do XA)
- Dimensões e peso: 143,6 x 66,8 x 7,9 mm e 138,8 g (XA)
- Preço sugerido: R$ 3.799 (X) e R$ 1.799 (XA)
- Pontos positivos: design elegante (ambos), Android 6.0 (ambos), boa câmera e desempenho (no X)
- Pontos negativos: preço acima da categoria (ambos, principalmente no X), escorregam demais, tela pouco clara (no XA)
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