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Campus Party fica mais ''madura'' e também mais cara; veja destaques da edição 2013 em São Paulo

Do UOL, em São Paulo

03/02/2013 06h01

A versão paulistana da Campus Party parece ter atingido a maioridade em sua sexta edição, realizada no Anhembi Parque de 28 de janeiro a 3 de fevereiro. Os muitos problemas presentes em outros anos – como furtos, apagões, queda de conexão, goteiras – tiveram pouco ou nenhum destaque durante a semana em que se realizou o encontro com milhares de nerds. O preço para essa melhora foi pago pelos próprios participantes: enquanto em 2011 eles desembolsaram R$ 150 de inscrição e R$ 20 para acampar, em 2013 esses valores subiram para R$ 300 e R$ 75.

O pacote dava direito a assistir a diversas palestras e usar a internet ultraveloz de 30 Gbps (gigabits por segundo), um novo recorde na velocidade (em 2012 eram 20 Gbps; em 2011, 10 Gbps). Essa conexão, no entanto, só estava disponível via cabo: a Campus Party ainda não oferece Wi-Fi.

Aqueles que passaram a semana no Anhembi Parque encontraram preços altos também para comer fora do bandejão: uma coxinha chegava a R$ 6, mesmo valor de uma lata de refrigerante. Por isso, criou-se um comércio paralelo de comida e bebida, incluindo aí quem oferecesse um potinho de macarrão instantâneo já preparado por R$ 6 e refrigerante em lata por R$ 4.   

Perfil
A melhora na estrutura do evento foi acompanhada de um amadurecimento no perfil dos participantes, que estavam lá com objetivos definidos: fazer contatos, parcerias, divulgar seus sites, aproveitar bem a conexão ou tudo isso junto. Aparentemente, ninguém estava lá de bobeira. O clima estava de acordo com o tema deste ano, que era justamente o empreendedorismo. 

“Nosso papel é promover um ambiente real de networking para os empreendedores digitais, desde fomentar a concepção de trabalhos até conectar aceleradoras e investidores", afirmou ao caderno “Tec”, da “Folha de S.Paulo”, Mario Teza, diretor-geral do evento.

O diretor comercial Andrigo Cremiatto, 28, se encaixa nesse perfil do novo campuseiro. Vestido de Psy, o cantor sul-coreano de “Gangnam Style”, ele participou da Campus Party para aprender a tornar contínuo o sucesso de seus vídeos na internet. Isso porque esse conteúdo caseiro, segundo Cremiatto, tem impacto no sucesso de sua empresa de compra e venda de empilhadeiras (um dos arquivos é uma paródia da música que deu origem a sua fantasia).

Estrutura
Uma das principais reclamações em edições anteriores, a segurança foi reforçada com duas esteiras com raio-x para passar os eletrônicos e também detectores de metal – o clima era de embarque em voo internacional. Computadores, com exceção de tablets, também foram marcados com uma etiqueta com sua descrição em código de barras.

Ainda assim, um participante disse que teve seu notebook, câmera e carteira furtados na própria esteira do raio-x. Além desse, outro ponto negativo foi a aparição de ratos nos pavilhões do Anhembi.

Sobraram barracas na área de camping, onde havia capacidade para 6.000 pessoas (eram 5.000 barracas, se consideradas as individuais e as duplas). A organização não informa quantos acamparam no local, mas a previsão era de que 4.000 pessoas fossem passar as noites na Campus Party. Um voluntário responsável pelo credenciamento afirmou no terceiro dia de evento que cerca de 2.000 barracas ainda estavam vazias, sem previsão de ocupação.

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