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Realidade aumentada e 3D são próximas tecnologias na mira da indústria pornô

SÉRGIO VINÍCIUS||Especial para o UOL Tecnologia

09/11/2011 06h02

Quando o assunto é tecnologia, o mundo da pornografia não avança em um sentido único. Formado por diversas empresas com diferentes orçamentos, ele trabalha no formato “tentativa e erro”.De acordo com o professor Peter Johnson, em seu ensaio “Pornography drives technology: why not to censor the internet”(em português, Pornografia guia a tecnologia: por que não censurar a internet, que pode ser lido na íntegra aqui), tratam-se de desbravadores que podem ou não abrir um caminho entre montanhas. Se conseguirem, serão seguidos. Se não, ficam sozinhos.Aqui, o UOL Tecnologia aponta quais os caminhos atualmente trilhados pela indústria pornô. 

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    Próximas ações da indústria pornô devem se passar em mundos virtuais de entretenimento

3D
Boa parte desse setor já começa a produzir filmes em formato 3D. Em maio de 2010, chegou ao mercado o primeiro filme pornô em três dimensões, chamado “Kama-Sutra”e estrelado por Brigitte Lahaie. Em abril de 2011, a película erótica e tridimensional “Sex and Zen: Extreme Ecstasy”estreou em Hong Kong com recorde de bilheteria: US$ 40 mil a mais que “Avatar”em seu primeiro dia.

Realidade virtual
Provavelmente as próximas ações relevantes se deem justamente em mundos virtuais de entretenimento. “O pornô geralmente tem sua maior influência quando uma tecnologia é muito nova, desconhecida, difícil de usar ou cara. Por exemplo, o iPhone não precisou se valer do pornô da mesma forma que o videocassete, porque o iPhone já era uma tecnologia madura, pronta para o mercado de massa”, aponta o canadense Patchen Barss, autor do livro “The Erotic Engine - How Pornography has Powered Mass Communication, from Gutenberg to Google”(em português, algo como Motor erótico - Como a pornografia potencializou a comunicação em massa, de Gutenberg ao Google).

“No entanto, quando se trata de tecnologias emergentes, de ponta, a pornografia ainda pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso. Você pode constatar isso com as novas tecnologias de imersão, tais como mundos virtuais, onde o conteúdo de cunho sexual continua a direcionar a inovação. Eles ainda são muito complicados e tecnologicamente trabalhosos para estarem prontos ao consumo de massa. Porém, se estes um dia chegarem a atingir boa parte da população, será porque a sexualidade empurrou o desenvolvimento das interfaces até esse ponto.”

Uma empresa pornográfica que trabalha nessa linha é a Pink Visual, que já colocou no ar um sistema de realidade aumentada. O usuário mostrava um código para ser capturado pela câmera do computador e se via na tela, com atrizes. A empresa mantém ainda um blog em que fala sobre o envolvimento com a tecnologia, além de diversos aplicativos para usuários iniciados no mundo adulto do entretenimento.

Tecnologia antipirataria
No quesito pirataria, é um tanto difícil estipular o quanto a indústria pornográfica perde. E, por isso mesmo, precisar o quanto ela terá de fazer - ou o que - para minimizar seus prejuízos. “Tanto as companhias de entretenimento adulto como as de entretenimento de massa travam uma luta contra pessoas que roubam seu conteúdo e depois o distribuem gratuitamente”, diz Barss.

De acordo com ele, empresas pornô estão lutando pela via dos tribunais, bem como com novas soluções tecnológicas, tais como marcas d’água e melhor criptografia de dados, o que torna mais difícil o roubo de conteúdo.