Estudo no Chile vê eficácia de 54% da CoronaVac; Outra análise sugere 3ª dose
Além disso, segundo o estudo, que foi realizado pela Universidade do Chile e avaliou tanto a vacina chinesa quanto o programa de imunização do governo, sem a rápida administração da CoronaVac haveria cerca de 10% a mais de novos casos da doença por dia em média, e até 64% a mais entre pessoas com mais de 70 anos de idade.
"Se o nível de circulação do vírus for mantido, quando todos forem vacinados, teremos 46% menos infecções", disse Eduardo Engel, professor e pesquisador da Universidade do Chile, uma das poucas instituições que publicou um relatório sobre a eficácia desta vacina.
O país está na vanguarda da imunização na América do Sul, com quase 45% da população inoculada com pelo menos uma dose e mais de 20% com duas doses, e é um dos que tem taxa mais rápida de vacinação em todo o mundo, de acordo com dados da Universidade de Oxford.
Das mais de 10 milhões de doses administradas no total, 93% eram da CoronaVac, o que colocou a vacina no centro de interesse do estudo. As doses restantes, menos de 2 milhões, eram de Pfizer/BioNTech.
De acordo com Universidade do Chile, a eficácia do programa de vacinação do governo chileno é de 56,6%. Especificamente, a eficácia da vacina chinesa foi de 27,7% até 13 dias após a aplicação da segunda dose e de 54% a partir do 14º dia.
O resultado é semelhante ao obtido no Brasil pelo Instituto Butantan, que relatou a eficácia da CoronaVac em 50,3%.
"Conseguir a imunidade do rebanho será mais difícil no Chile do que em países onde são usadas vacinas mais eficazes", acrescentou Engel, para quem o governo deve "redobrar os esforços" para evitar a propagação do vírus.
Por enquanto, não há dados suficientes para determinar o grau em que a vacina chinesa impede as hospitalizações, segundo o pesquisador, mas pode-se dizer que "sua eficácia não foi reduzida, mesmo com o aumento da circulação de novas cepas".
POSSÍVEL NECESSIDADE DE TERCEIRA DOSE.
Ao mesmo tempo, outro estudo clínico em fase 3 sobre a CoronaVac realizado pelo Instituto Milênio de Imunologia e Imunoterapia (IMII) e pela Universidade Católica chilena indicou que a porcentagem de pessoas que tiveram anticorpos após a segunda dose é de 90%.
Entretanto, o relatório aponta que, 42 dias após a segunda dose, o número de pacientes que tinham anticorpos contra o vírus no grupo de adultos com mais de 60 anos de idade diminuiu para 87,5%. Por isso, os especialistas acreditam que o processo de vacinação com a CoronaVac deve ser feito com mais de duas doses.
"É algo que deve ser avaliado e é esperado que ocorra em certos pacientes, não apenas nos idosos, mas também em alguns imunocomprometidos", disse Nicolás Muena, especialista em vacinas e virologista da Fundação Ciência e Vida, à Agência Efe.
Embora o Chile tenha um dos processos de imunização mais rápidos e bem-sucedidos do mundo, o governo não conseguiu conter a propagação do vírus, e o país está à beira do colapso hospitalar.
O Chile registrou mais de 1 milhão de pessoas infectadas desde o início da pandemia, e nas últimas semanas fechou suas fronteiras e colocou em quarentena mais de 83% da população.
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