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Como a Huawei quer convencer países a não boicotá-la, como querem os EUA

Homem tira foro do logotipo da Huawei estampado no Centro de Cibersegurança da empresa em Bruxelas - François Lenoir/Reuters
Homem tira foro do logotipo da Huawei estampado no Centro de Cibersegurança da empresa em Bruxelas Imagem: François Lenoir/Reuters

Andrea Navarro

15/06/2019 15h28

A Huawei tem ciência de que é um momento difícil para quem se envolve com empresa. Mas quem fizer isso será recompensado, avisou Andrew Williamson, responsável global por informações de marketing, em entrevista realizada na Cidade do México.

A Huawei investirá pesadamente nos países onde somos bem-vindos
Andrew Williamson

Ele acrescentou que a implementação da tecnologia 5G ao redor do mundo será muito mais difícil se os EUA forem adiante com sanções.

Restringir a concorrência na infraestrutura 5G terá custos enormes. Governos e empresas em todo o mundo precisarão pesar esses custos contra os supostos riscos à segurança nacional

No mês passado, o governo do presidente Donald Trump deu uma ordem que pode restringir as vendas de equipamentos Huawei nos EUA. Washington também colocou a empresa em uma lista de exceção, ameaçando o abastecimento de componentes produzidos nos EUA -- desde semicondutores até os aplicativos Google que rodam em smartphones da marca.

Como a treta China x EUA pode afetar sua banda larga.

Guerra da internet móvel

Segundo Williamson, ainda é cedo para saber se o noticiário envolvendo a empresa impactou os clientes no México, mas que os resultados do segundo trimestre ajudarão a esclarecer a situação. Na Europa, o negócio de smartphones da Huawei parece estar perdendo terreno. O temor dos consumidores de que os aparelhos da Huawei fiquem desatualizados fez a demanda "cair de um penhasco", disse Ben Stanton, analista da Canalys no Reino Unido.

"Entendemos que é preciso estabelecer padrões globais de segurança cibernética", disse Williamson, acrescentando que está disposto a trabalhar em estreita colaboração com autoridades para tratar das preocupações com a segurança nacional.

Temos que voltar aos fatos, voltar para a formulação de políticas governamentais baseadas em evidências

No México, a Huawei está fornecendo a tecnologia para a rede móvel compartilhada do país, chamada Red Compartida. A companhia também trabalha com todas as principais operadoras, incluindo AT&T e América Móvil, segundo o executivo.

Os EUA mantêm a decisão de barrar a presença da Huawei em redes de telecomunicação de última geração, embora Trump tenha levantado a possibilidade de incluir a empresa em um futuro acordo comercial com a China, segundo informação passada por um funcionário do Departamento de Estado americano na quinta-feira, em Bruxelas.

O Departamento de Justiça dos EUA indiciou a Huawei por roubo de segredos comerciais e trabalha em um processo criminal contra a diretora financeira Meng Wanzhou, alegando que ela conspirou para enganar bancos a fim de liberar transações ligadas ao Irã, violando as sanções dos EUA.